1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Alto risco para a indústria farmacêutica alemã

av21 de abril de 2005

Nos anos 80, a Alemanha era a "farmácia do mundo". Por que ex-gigantes como a Hoechst e a Bayer cederam o lugar a multinacionais norte-americanas? A resposta pode estar num único rótulo, como Lipitor ou Viagra.

Complexos farmacêuticos apostam em blockbusters como o ViagraFoto: AP

Fusões, aquisições e a crescente importância do mercado norte-americano causaram, nas últimas duas décadas, mudanças profundas na liga das grandes empresas farmacêuticas do mundo. E a maior perdedora é a Alemanha, considerada, ainda na década de 80, "a farmácia do mundo".

Na época, a Hoechst e a Bayer apresentavam os maiores faturamentos dentre os fabricantes de medicamentos que exigem prescrição. Atualmente, nenhuma empresa alemã se encontra entre as dez primeiras, cabendo a dianteira à norte-americana Pfizer e à britânica GlaxoSmithKline.

Segundo Ingrid Mühlnikel, da revista especializada kma, entre as razões para esta perda estão os investimentos incipientes em pesquisa e desenvolvimento, sobretudo em comparação com os Estados Unidos. Por isso, há cada vez menos produtos interessantes nos galpões das empresas farmacêuticas locais e a Alemanha perdeu a conexão com os grandes mercados mundiais.

Incorporando para crescer

Os concorrentes internacionais cresceram principalmente graças a uma política inteligente de fusões e incorporações. Assim, a líder do setor, Pfizer – que em 1993 ainda ocupava o sétimo lugar –, engoliu em 2000 a Warner-Lambert, numa incorporação hostil, também comprando dois anos mais tarde a empresa Pharmacia. Por sua vez, o nome GlaxoSmithKline é, em si, testemunho de uma história de fusões nos últimos anos.

Em contrapartida, a ex-campeã Hoechst, da Alemanha, desapareceu gradualmente do panorama. Em 1999, uniu-se com a Rhône-Poulenc na franco-alemã Aventis, incorporada em 2004 pela Sanofi-Synthelabo, e que consta desde então como um grupo puramente francês. Seu valor no mercado de ações a coloca no quarto lugar, entre as produtoras de medicamentos, depois da suíça Novartis.

Investimento arriscado

Os custos imensos da pesquisa e comercialização de seus produtos forçam a indústria farmacêutica a essas fusões e incorporações. Thomas Kautzsch, da firma de consultoria de empresas Mercer, lembra que "somente os custos de marketing para a introdução de um novo medicamento já significam um investimento bilionário".

Símbolo das farmácias na AlemanhaFoto: Bilderbox

Mesmo para os gigantes do setor, tais gastos representam um obstáculo considerável. Pois apenas um punhado de produtos vence as fases de testes, conseguindo concessões na Europa e nos EUA e tornando-se um dos chamados "blockbusters" (arrasa-quarteirões), que trazem lucros bilionários.

O redutor de colesterol Lipitor, da Pfizer, não só é um tal blockbuster, como o primeiro medicamento com um faturamento anual de mais de dez bilhões de dólares. O grupo dispõe de dez outros best-sellers, faturando mais de meio bilhão de dólares com cada um deles, entre os quais o famoso Viagra, para o combate à impotência.

Pular a seção Mais sobre este assunto