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América Latina e Europa pregam compromisso com multilateralismo

27 de janeiro de 2013

Ao fim da cúpula de dois dias no Chile, líderes dos 60 países defendem maior cooperação econômica e criticam protecionismo. Participantes prestam homenagem a vítimas da tragédia em Santa Maria durante encerramento.

Foto: Getty Images

A cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a União Europeia (UE) realizada neste fim de semana, no Chile, foi encerrada com um "compromisso com o multilateralismo". A declaração final, aprovada pelos líderes e representantes de 60 países, expressa ainda "preocupação" pela lenta recuperação da crise econômica e critica o protecionismo.

Ao final do encontro em Santiago, neste domingo (27/01), os líderes dos países assumiram o compromisso de evitar o protecionismo, de recusar medidas coercivas contra o livre comércio – por considerá-las "ameaças ao multilateralismo" – e de promover uma regulação "estável e transparente" para investimentos.

"Ressaltamos a importância de um quadro regulatório estável e transparente que ofereça certeza aos investidores, e também reconheça o direito soberano dos países de regular", diz o documento final, com 47 pontos. A questão tem gerado discórdias entre europeus e latino-americanos, especialmente depois que Argentina e Bolívia nacionalizaram companhias locais que pertenciam a espanhóis no ano passado.

A cúpula de Santiago teve como tema "Aliança para um desenvolvimento sustentável: promovendo inversões de qualidade social e ambiental" e foi realizada em um momento em que a UE ainda não conseguiu deixar para trás a pior crise econômica e financeira já vivida pelo bloco desde a criação do euro. Enquanto isso, a América Latina cresce a taxas invejáveis, em média de 4,5%.

Mais cooperação

A associação entre os países, segundo o documento final, é "relevante" para superar a crise econômica. Os participantes da cúpula concordaram em trabalhar em conjunto para aprofundar e facilitar os acordos comerciais, a integração das cadeias produtivas e a transferência de tecnologia entre os países europeus, latino-americanos e caribenhos.

Em crise, UE quer acelerar negociações sobre acordo de livre comércio com MercosulFoto: dapd

Os líderes que participaram do encontro – entre eles a presidente Dilma Rousseff, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, e o líder cubano Raúl Castro – concordaram em promover o fortalecimento do mecanismo de investimento para a América Latina, a fim de melhorar a integração, a infraestrutura de transporte e energia, a eficiência energética, as energias renováveis e redes de comunicação sustentáveis.

Os europeus também reforçaram interesse em acelerar a conclusão das negociações para um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a UE, que caminham em ritmo lento há quase dez anos. "O futuro pertence à cooperação e integração regional, assim como à cooperação inter-regional", afirmou o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy.

A sustentabilidade também é citada no Plano de Ação adotado para os próximos dois anos. O próximo encontro acontecerá em Bruxelas em 2015. Nesta segunda-feira, a Celac prossegue as discussões em sua própria reunião de cúpula – sem os europeus.

Tragédia no Brasil

No fim do encontro, os líderes europeus e latino-americanos fizeram um minuto de silêncio, em pé, em homenagem às vítimas do incêndio que matou pelo menos 232 pessoas em uma boate na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Por conta da tragédia, Dilma deixou o evento antes do encerramento e se dirigiu à cidade gaúcha.

"Gostaria de pedir solidariedade para com o povo e o governo do Brasil", disse o presidente do Chile, Sebastián Piñera, anfitrião da cúpula, na sessão de encerramento.

MSB/lusa/dpa/afp
Revisão: Luisa Frey

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