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Amazônia tem 8% mais incêndios em julho em relação a 2021

1 de agosto de 2022

Segundo o Inpe, foram 5.373 incêndios florestais no mês passado, frente a 4.977 no mesmo período do ano anterior. Para Greenpeace, situação pode se agravar, pois região está apenas no começo do período de estiagem.

Floresta em chamas
Segundo o Inpe, o número de incêndios acumulados nos primeiros sete meses do ano subiu 13%Foto: Christian Braga/Greenpeace

A Amazônia brasileira registrou 5.373 incêndios florestais em julho, 7,9% a mais do que no mesmo período do ano passado, quando foram 4.977. De acordo com o sistema Deter do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que monitora os biomas do Brasil por meio de satélites, o número de fontes de calor mais do que dobrou em relação aos 2.562 registros de junho.

Segundo o Inpe, o número de incêndios acumulados nos primeiros sete meses do ano subiu 13% em comparação ao mesmo período de 2021, o que chama a atenção para a necessidade de fortalecer os controles e evitar um maior desastre na maior floresta tropical do mundo.

Em 2019, o descontrole dos incêndios na Amazônia chocou o mundo, com imagens da fumaça das queimadas chegando até São Paulo e ao Peru. Países europeus chegaram a cortar o apoio ao Fundo Amazônia e governos europeus ameaçaram não ratificar acordo com o Mercosul se os incêndios proseguissem. 

Queimadas ilegais

A ONG Greenpeace denunciou que a maioria das queimadas registradas em julho eram ilegais, já que em 22 de junho o governo brasileiro emitiu um decreto proibindo, por 120 dias, agricultores de usarem fogo para limpar áreas de cultivo tanto na Amazônia quanto no Pantanal.

Para o Greenpeace, os dados de julho indicam que a situação pode piorar, visto que o período de maior estiagem na região está apenas no começo. 

"Estamos no início da temporada com menos chuva e umidade na região, quando, infelizmente, a prática de incêndios florestais costuma saltar, seja para queimar áreas que foram recentemente devastadas ou para queimar resíduos florestais que já foram degradados por atividades ilegais de exploração de madeira", disse o porta-voz do Greenpeace Brasil para a Amazônia, Rómulo Batista.

"Toda essa destruição e incêndios, além de dizimarem a floresta e sua rica biodiversidade, também afetam a saúde da população local devido à fumaça e fuligem que geram", acrescentou.

Além do fogo, a Amazônia enfrenta outro problema: o desmatamento chegou a 1.120 quilômetros quadrados ao longo do mês de junho, o maior valor para o período desde o início da série histórica, em 2016. 

le/bl (Lusa, ots)

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