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Ambientalistas abandonam conferência do clima na Polônia

21 de novembro de 2013

Um dia antes do encerramento, cerca de 800 ambientalistas deixam conferência em Varsóvia acusando países ricos de falta de interesse em fechar acordo para reduzir emissões de gases estufa.

Foto: AFP/Getty Images

Cerca de 800 integrantes de grupos ambientalistas – entre eles Greenpeace e WWF – abandonaram a Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP-19) nesta quinta-feira (21/11), um dia antes do encerramento do encontro. Frustrados, os grupos protestaram contra a falta de progressos na busca por um novo acordo global para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

O abandono das negociações por parte de ambientalistas, algo inédito em conferências climáticas da ONU, deve levantar questionamentos sobre os resultados que sairão do encontro que acontece em Varsóvia, na Polônia. O líder do Greenpeace internacional, Kumi Naidoo, afirmou que o governo polonês demonstrou estar apenas interessado na chamada indústria do carvão e que o encontro está sendo usado para "limpar sua imagem".

"O tufão Haiydan lembrou ao mundo que temos que agir sem demora, mas os governos de países como Austrália, Japão, Polônia e Canadá estão servindo a seus lobbies do petróleo, das armas nucleares, do carvão, enquanto condenam milhares de pessoas no mundo ao sofrimento", afirmou Naidoo.

Posições "retrógradas"

As principais organizações presentes na COP 19 criticaram as posições "retrógradas" do Japão e da Austrália, assim como a falta de compromisso dos países mais desenvolvidos, que, segundo elas, omitem-se diante da urgente necessidade dos mais pobres e vulneráveis à mudança climática.

Segundo as ONGs, a União Europeia permanece "amarrada" pelas posições polonesas e pela indústria do carvão, algo que lhe impede de "liderar o processo de luta contra a mudança climática".

“Salve o Ártico, Libertem nossos ativistas”, trazia cartaz pendurado no Palácio da Cultura e CiênciaFoto: REUTERS/Dariusz Borowicz/Agencja Gazeta

Segundo a polícia polonesa, cerca de cem manifestantes foram presos desde o início da semana. Nesta quinta-feira, enquanto os ambientalistas deixavam o local da conferência, alguns ativistas protestavam no centro de Varsóvia exigindo ações urgentes para libertar os ativistas do Greenpeace ainda detidos na Rússia.

"Isso não afeta o trabalho que está acontecendo a portas fechadas, mas certamente não vai ajudar na percepção das pessoas sobre o que estamos tentando fazer aqui", lamentou um delegado das Nações Unidas à agência de notícias Reuters.

As organizações que anunciaram seu abandono da COP-19 são Greenpeace, Oxfam, Confederação de Sindicatos, ActionAid, WWF, International Climate e Amigos da Terra.

Questões polêmicas

Mais de 9 mil representantes de 195 países estão reunidos na capital polonesa para um encontro de duas semanas. O objetivo é chegar a um acordo, a ser assinado em 2015 e válido a partir de 2020, para reduzir as emissões de gases do efeito estufa.

As negociações, porém, esbarram em algumas questões polêmicas – entre elas o eventual pagamento, por parte de países ricos, a nações em desenvolvimento por causa de perdas sofridas com os efeitos das mudanças climáticas, além da falta de promessas ambiciosas para cortar emissões.

Nesta quinta-feira, o secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, pediu a líderes mundiais que façam promessas mais audaciosas para cortar a liberação de gases já a partir de setembro próximo. Logo após, porém, Ban reconheceu que muitos países não conseguiriam iniciar os cortes tão cedo.

MSB/rtr/dpa/efe

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