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Salão do Automóvel de Frankfurt

11 de setembro de 2007

O Salão do Automóvel de Frankfurt (IAA) 2007 destaca a proteção do clima. Ao mesmo tempo, as montadoras européias resistem aos planos de Bruxelas para reduzir as emissões de CO2 no trânsito.

62ª IAA em Frankfurf mostra novidades e tendências do setor automobilísticoFoto: AP
O setor automobilístico começa a reagir ao debate sobre a mudança climática e apresenta – de 13 a 23 de setembro, em Frankfurt, pela primeira vez em 110 anos de IAA – uma série de novos modelos de carros que levam o rótulo "verde". Ambientalistas criticam, porém, que tudo não passa de um show de marketing.

Os 1.081 expositores de mais de 40 países aproveitam a 62ª IAA para a estréia de 88 novos modelos, dos quais 46 são de marcas alemãs. Mais de 900 mil visitantes são esperados até o final da mostra, que nesta terça e quarta-feira abre suas portas para 10 mil jornalistas de todo o mundo.

"A IAA não será uma 'semana verde', mas com certeza será a principal feira de mobilidade sustentável. Ela mostrará que a nossa indústria enfrenta os desafios da proteção do clima. Essa vitrine vai mostrar também que há vários caminhos para reduzir as emissões e o consumo de combustíveis", disse o presidente da Federação Alemã da Indústria Automobilística (VDA), Matthias Wissmann.

A "revolução verde" prometida pela indústria automobilística é apresentada em Frankfurt, principalmente, na forma de carros mais econômicos, novos motores híbridos ou até de sistemas que reaproveitam a energia dos freios. A intenção é desviar a atenção da potência para as tecnologias ecológicas debaixo do capô.

Marketing verde

Embora marcas japonesas liderem o ranking dos veículos mais ecológicos, Wissmann acredita que as montadoras alemãs não precisam temer a concorrência. Críticos dizem que o país inventor do automóvel dormiu no ponto no desenvolvimento de carros mais econômicos e menos poluentes.

Diante dos planos do governo alemão de introduzir, já no próximo ano, um Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) vinculado aos índices de emissão de CO2, "as montadoras descobriram o clima como marketing. Agora só falta produzir carros realmente verdes", disse a líder da bancada do Partido Verde no Bundestag (câmara baixa do Parlamento alemão), Renate Künast.

A deputada causou polêmica no início do ano ao sugerir aos alemães que comprassem os carros híbridos da montadora japonesa Toyota, considerados os mais ecológicos no mercado, por combinarem um motor combustível com outro elétrico. "Essa tecnologia foi desenvolvida pela Bosch, mas as montadoras alemãs a ignoraram", disse Künast.

Sanções da UE?

Wiedeking: meta da UE é irrealistaFoto: AP
A resistência da indústria à produção de automóveis mais ecológicos é criticada também pela União Européia. Às vésperas da IAA, a Comissão Européia ameaçou punir com sanções montadoras que não reduzirem a uma média de 120 g/km as emissões de CO2 de seus novos modelos até 2012.

As empresas do setor, que devido aos seus diferentes modelos não seguem uma linha comum na política do clima, formaram uma frente contra os planos de Bruxelas. Sobretudo fabricantes de grandes limusines e carros esportivos, como Mercedes, Porsche e Peugeot, temem não conseguir cumprir a meta da UE.

"A meta de reduzir as emissões de CO2 a 120 g/km é totalmente fora da realidade", disse o presidente da Porsche, Wendelin Wiedeking. "A Comissão vai eloborar uma regra que possibilite cumprir as metas de proteção do clima e que seja viável para a indústria", prometeu o comissário europeu do Meio Ambiente, Stavros Dimas. "Mas a lei então terá de ser cumprida", acrescentou.

Segundo Dimas, o debate sobre as mudanças climáticas já mostrou o que é possível. "Quase todas montadoras produzem automóveis mais econômicos em todas as classes", argumentou. Mas nem todas as novidades da IAA merecem o rótulo "verde".

Na avaliação da organização ambientalista BUND, a indústria automobilística alemã "ilude a opinião pública com um show do clima. Em vez de apostar em grande escala nas tecnologias que economizam combustíveis, o setor tenta construir uma imagem ecológica com dispendiosas campanhas de publicidade. Lamentavelmente, não se pode falar de uma mudança de modelos em favor da proteção do clima". (hb/gh)
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