Grupo protesta contra "hipocrisia" e papel da empresa do setor de energia nas mudanças climáticas. Ato termina com 30 ativistas detidos.
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Ambientalistas bloquearam nesta sexta-feira (31/01) a entrada da sede da Shell em Haia, Holanda, em protesto contra o papel da empresa nas mudanças climáticas. A ação terminou com 30 ativistas detidos.
Integrantes do movimento Extinction Rebellion (Rebelião da Extinção) e do grupo Shell Deve Cair se colaram nas portas de vidro do prédio. Outros seguravam faixas e jogaram um líquido preto nos degraus da entrada.
"A Shell é uma das maiores poluidoras. Se quisermos ter uma chance de deter as mudanças climáticas, a Shell é uma das primeiras empresas que têm que acabar", afirmou uma ativista.
Em comunicado, os ambientalistas criticaram a "hipocrisia" da empresa, que alega ser "parte da solução para a crise climática, mas ao mesmo tempo anunciou no ano passado sua intenção de aumentar em dezenas de bilhões de dólares seus investimentos em combustíveis fósseis".
De acordo com o porta-voz da polícia, 30 ativistas foram detidos por não terem permissão para realizar o protesto.
A Shell afirmou que respeita o direito dos manifestantes, e alegou que sua estratégia está alinhada com tratados internacionais sobre o clima. "Nesse sentido, temos o mesmo objetivo dos ativistas. Apenas discordamos sobre os métodos."
O grupo de energia Shell opera principalmente na refinação de petróleo e gás natural, setor que é um dos grandes vilões do clima. A queima de combustíveis fósseis conta entre os principais emissores de gases que causam o aquecimento global.
Sete efeitos surpreendentes das mudanças climáticas
Veja algumas consequências inesperadas das mudanças climáticas para a vida na Terra – de perturbações do sono à falta de violinos e o sexo das tartarugas.
Foto: picture-alliance/dpa
Cuidado: Boom de águas-vivas!
Embora haja uma combinação de fatores por trás das enxurradas de águas-vivas que chegam a paraísos de férias como a costa do Mediterrâneo, a mudança climática também é parcialmente responsável. Temperaturas do mar mais altas estão abrindo novas áreas para elas se reproduzirem, além de aumentar a disponibilidade de seu alimento favorito, o plâncton.
Foto: picture-alliance/dpa
A madeira perfeita está sumindo
Prezado pela qualidade sonora, um violino Stradivarius original pode valer milhões de dólares. Mas eventos climáticos extremos, como tempestades violentas, estão matando milhões de árvores e ameaçando a famosa floresta de Paneveggio, no norte da Itália. Replantar árvores não vai ajudar muito no curto prazo: um abeto precisa de pelo menos 150 anos antes de se transformar num violino.
Foto: Angelo van Schaik
Pode esquecer o sono
Em noites muito quentes, dorme-se mal, especialmente nas grandes cidades. Em 2050 as metrópoles europeias poderão ter temperaturas em média 3,5ºC mais altas no verão. Isso não só afeta o sono, mas também o humor, a produtividade e a saúde mental. A única forma de escapar é mudar-se para uma cidade menor, onde as noites são mais frescas, pois há menos prédios e mais vegetação.
Foto: picture-alliance/AP Photo/R.K. Singh
Coitado do nariz
Má notícia para quem sofre de alergia: o aquecimento global faz a primavera chegar mais cedo. Com um período sem geadas mais longo, as plantas têm mais tempo para crescer, florescer e produzir pólen. Portanto, o pólen espalha pelo ar muito mais cedo, o que amplia o tempo de sofrimento dos alérgicos. Será o século das máscaras antipoluição e alergias?
Foto: picture-alliance/dpa/K.-J. Hildenbrand
Bactérias e mosquitos
O calor não só faz suar, mas também afeta a saúde. No fim do século, três quartos da população mundial estarão expostos a ondas de calor mortais. O aumento das temperaturas implica mais doenças diarreicas, pois as bactérias se multiplicam melhor nos alimentos e água tépidos. O número de mosquitos provavelmente também vai aumentar, e com eles a propagação de doenças como a malária.
Foto: picture-alliance/dpa/T. Schulze
Casas estão ruindo
Os solos da região do Polo Norte estão descongelando cada vez mais nos meses de verão. As consequências são dramáticas em nível local e mundial. As temperaturas mais altas tornam os pisos instáveis, as casas e as estradas racham e há muito mais insetos. Além disso, se o permafrost derreter, libertará gases CO2 e metano que podem agravar o aquecimento global. Um círculo vicioso.
Foto: Getty Images/AFP/M. Antonov
O calor e o sexo das tartarugas
A temperatura influencia o sexo de várias espécies. Para as tartarugas marinhas, o calor da areia onde os ovos são incubados determina o sexo do filhote. Temperaturas baixas beneficiam os machos, enquanto fêmeas se desenvolvem melhor nas mais altas. Pesquisadores descobriram que mais de 99% das tartarugas recém-nascidas no norte da Austrália são fêmeas, o que dificulta a sobrevivência da espécie.