Ampliação da Copa é recebida com críticas na Europa
10 de janeiro de 2017
Associação de clubes europeus afirma que decisão foi política e chama mudança de lamentável. Federação alemã teme futebol mais defensivo no torneio. "Não se ganha nada com o aumento", diz Löw.
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A expansão da Copa do Mundo de futebol, aprovada pela Fifa nesta terça-feira (10/01), gerou preocupações no mundo do futebol. O número de seleções que participarão do evento a partir de 2026 aumentará de 32 para 48.
A Uefa, o órgão máximo do futebol europeu, deverá requerer um aumento de 13 para 16 seleções do continente no novo formato, o que deixaria 1/3 das vagas para as equipes europeias. Mesmo assim, a proposta não foi bem recebida pela Associação de Clubes Europeus (ECA, na sigla em inglês), que representa 220 equipes de futebol em 53 países.
"Não conseguimos enxergar os méritos da mudança do formato atual, que provou ser a fórmula perfeita em todas as perspectivas", afirmou a ECA em comunicado. "Questionável ainda é a urgência para tomar uma decisão tão importante, com nove anos até a sua aplicação, sem o envolvimento das partes interessadas que serão impactadas pela mudança."
"Compreendemos que esta decisão foi tomada com base em razões políticas em vez de esportivas, e sob pressão política considerável, algo que a ECA considera ser lamentável", diz a nota.
Há ainda preocupações de que o formato de grupos com três seleções possa fazer com que as equipes que disputam a última partida dessa fase joguem por um resultado que classifique ambas.
O presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB), Reinhard Grindel, levantou dúvidas sobre o futuro do futebol. "Minha grande preocupação é que o futebol se transforme, que o jogo se torne mais atraente", afirmou. "Todos nós gostamos de jogos onde as equipes jogam para frente, mas vejo o perigo de que os times se tornem cada vez mais defensivos", alertou.
Nada se ganha com o aumento, diz Löw
Para Grindel, o ideal seria que "todas as questões importantes sobre a organização e o formato tivessem sido completamente esclarecidas". Ele, porém, reiterou que sua federação vai "respeitar a decisão unânime do Conselho da Fifa e olhar para a frente".
O técnico da seleção alemã, Joachim Löw, afirmou estar decepcionado com a ampliação do torneio. "Ainda penso que o formato atual com 32 equipes é ideal e que, do ponto de vista esportivo, não se ganha nada com o aumento", disse o atual campeão do mundo.
"Posso entender os que veem o aumento como uma diluição", afirmou o diretor esportivo e ex-jogador da seleção alemã, Oliver Bierhoff, reiterando que o total de 48 seleções é grande demais para o torneio mais importante do mundo.
"Minha preocupação é que possa afetar o nível do futebol", afirmou à emissora Espn o ex-jogador Cafu, que conquistou as Copas de 1994 e 2002 pela seleção brasileira. "Pode levar a jogos desequilibrados com equipes sendo derrotadas facilmente, desmoralizando muitas nações, o que não vai ajudar para que desenvolvam o futebol."
Algumas federações nacionais, como a da Escócia, apoiaram a iniciativa. O presidente da entidade, Stewart Regan, disse que a mudança vai beneficiar os países pequenos. "Isso permitirá a essas nações investir em suas infraestruturas de futebol e no desenvolvimento dos jovens, o que poderá se reverter em benefícios sociais".
Sonho de classificação mais próximo
O presidente da Fifa, Gianni Infantino, disse após a decisão do conselho da entidade que o novo formato permitirá que mais países possam alimentar o sonho de se classificar para uma Copa do Mundo.
"Temos que dar forma à Copa do Mundo do século 21 [...] o futebol é mais do que a Europa e a América do Sul", afirmou. A ampliação do torneio era uma das prioridades de Infantino, eleito para a presidência da Fita em fevereiro após uma série de escândalos de corrupção envolvendo a entidade.
A partir de 2026, as seleções nacionais serão divididas em 16 grupos com três equipes cada, das quais duas se classificam para a próxima fase, que será disputada por sistema de eliminatória. O modelo atual, com 32 equipes divididas em grupos de quatro seleções, será mantido até a Copa do Mundo do Catar, em 2022. Com esse novo sistema, a Copa do Mundo passará dos 64 para 80 jogos, mas manterá os atuais 32 dias de competição.
Uma provável candidatura conjunta da América do Norte, liderada pelos Estados Unidos, já é considerada a favorita para receber a primeira edição da Copa do Mundo no novo formato. Países da Europa e da Ásia não poderão se candidatar para sediar o evento, já que as duas próximas Copas do Mundo serão na Rússia, em 2018, e no Catar, em 2022.
RC/afp/rtr/dpa/sid
Os 10 maiores jogadores de futebol da Alemanha
Com quatro títulos mundiais e três Eurocopas, a Alemanha é uma das nações mais fortes do futebol. Muitos craques vestiram a camisa da "Nationalelf". Relacionamos os 10 mais importantes da história. Concorda com a lista?
Foto: picture alliance/dpa/W. Baum
#10: O matador dos gols bonitos
Jürgen Klinsmann não conquistou tantos títulos na carreira, mas foi talvez o atacante mais completo do futebol alemão. Seu arranque era fenomenal, marcava belos gols com ambas as pernas e subia de cabeça como poucos. Em três Copas do Mundo, balançou 11 vezes as redes. Foi campeão mundial em 1990 e europeu, como capitão, em 1996.
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#9: O polivalente
Capitão nas Copas de 2010 e 2014, além da Eurocopa de 2012, Philipp Lahm personifica as principais qualidades de um jogador alemão: disciplina tática, dedicação e excepcional condição física. Lahm atuou em ambas as laterais e no meio-campo defensivo – e sempre no mais alto nível técnico. Ele simboliza o renascimento e a nova mentalidade do futebol alemão.
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#8: O capitão dos vices
Considerado um dos melhores jogadores da década de 80, Karl-Heinz Rummenigge conquistou todos os títulos possíveis com o Bayern de Munique. Com a seleção alemã, porém, não teve a mesma sorte. Até ganhou a Eurocopa de 1980 e foi eleito melhor jogador do torneio, mas perdeu as finais das Copa de 1982 e 1986 – ambas como capitão. Rummenigge marcou 45 gols em 95 partidas pela Alemanha.
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#7: O maior artilheiro em Copas
Como deixar de fora o maior artilheiro em Copas? Nascido na Polônia, Miroslav Klose não se destacava por sua habilidade ou gols bonitos – ele era um daqueles centroavantes clássicos com excepcional posicionamento na grande área. Assim marcou 16 gols em Copas e lidera a artilharia da seleção alemã com 71 gols em 137 partidas. Impressionante: em quatro Copas, nunca terminou abaixo da 3ª colocação.
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#6: O craque sem títulos
Pode-se dizer que Uwe Seeler é o Zico da Alemanha. Grandioso jogador, carismático, leal e símbolo de uma geração excepcional, mas que não conseguiu conquistar um Mundial. Seeler foi capitão da Alemanha nas Copas de 1966 – quando perdeu a polêmica final para os ingleses – e 1970. O ex-atacante do Hamburgo foi também o primeiro esportista a receber o Ordem de Mérito da República Federal da Alemanha.
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#5: O milagreiro de Berna
Helmut Rahn é considerado o autor do gol mais importante do futebol alemão – aquele que devolveu a autoestima depois da Segunda Guerra. Na final da Copa de 1954, frente a Hungria, Rahn anotou o gol do título, aos 39 minutos do 2º tempo, celebrado com a narração épica de Herbert Zimmermann que não parava de gritar "gol". A história de Rahn e daquele Mundial é contada no filme "O milagre de Berna".
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#4: O recordista
Lotthar Matthäus é recordista de partidas disputadas (150) e como capitão (75) pela seleção alemã. Conquistou a Eurocopa de 1980 e a Copa de 1990, além de dois vices nos Mundiais de 1982 e 1986. Somando ainda os de 1994 e 1998, Matthäus é o único jogador de linha a participar de cinco Copas. Matthäus foi o primeiro a ser eleito o melhor jogador do mundo pela Fifa, levando a Bola de Ouro em 1991.
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#3: O "Bomber da Nação"
Impressionantes 68 gols em 62 partidas pela Alemanha; artilheiro da Copa de 1970; 14 gols em Mundiais; máximo goleador em 18 competições distintas – a lista de recordes de Gerd Müller, o "Bomber da Nação", é extensa. Seus impressionantes 85 gols na temporada de 1971/1972 foram superados somente por Lionel Messi, em 2012. Müller marcou o gol decisivo do título mundial de 1974 da Alemanha.
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#2: O gênio da chuva
Fritz Walter foi o primeiro grande craque – que alçou a Alemanha ao patamar das grandes nações do futebol. Meia cerebral, ele capitaneou a Alemanha contra a máquina húngara de Ferenc Puskas na Copa de 1954. Naquela final choveu – chamado na Alemanha de o "Clima Fritz Walter". Por ter contraído malária na Segunda Guerra, ele tinha dificuldades de jogar no calor e, portanto, preferia atuar na chuva.
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#1: O Kaiser
Somente Mário Jorge Lobo Zagallo e Franz Beckenbauer conquistaram a Copa do Mundo como jogador e treinador. Beckenbauer liderou a geração que venceu a Eurocopa de 1972 e o Mundial de 1974 e treinou a Alemanha na Copa de 1990. Beckenbauer é sinônimo da posição de líbero, e sua liderança, inteligência tática e inconfundível elegância em campo lhe deram o apelido de Kaiser, o imperador alemão.