Amplo estudo descarta relação entre vacina e autismo
6 de março de 2019
Cientistas analisaram mais de 650 mil crianças ao longo de mais de uma década. Ligação hipotética entre imunização contra sarampo e autismo foi apontada há 20 anos por médico britânico e refutada por várias pesquisas.
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Após um estudo realizado com mais de 650 mil crianças dinamarquesas, cientistas concluíram que a vacina tríplice viral, que imuniza contra sarampo, caxumba e rubéola, não aumenta o risco de autismo.
A afirmação foi divulgada nesta semana na Annals of Internal Medicine, influente publicação do American College of Physicians – associação americana formada por 154 mil médicos, estudantes e pesquisadores da área.
Um artigo publicado na revista reuniu os resultados do estudo nacional realizado por pesquisadores do Statens Serum Institut de Copenhague.
O médico britânico Andrew Wakefield havia estabelecido a hipótese de um vínculo entre a tríplice viral (conhecida pela sigla em inglês MMR) e o autismo, num polêmico artigo publicado em 1998 que ainda gera preocupação e que é utilizado como argumento pelo movimento antivacinas.
Essa suposta relação foi refutada com várias pesquisas posteriores e também nesse novo estudo realizado ao longo de mais de uma década na Dinamarca. O documento conclui que a tríplice viral não aumenta o risco de autismo, nem o desencadeia em crianças suscetíveis à doença por diversos fatores.motivos.
Os especialistas do Statens Serum Insitut incluíram em sua análise 657.461 crianças nascidas na Dinamarca, filhas ou filhos de mães dinamarquesas, entre 1º de janeiro de 1999 e 31 de dezembro de 2010. As crianças foram acompanhadas desde o primeiro ano de vida e até 31 de agosto de 2013.
Do total de crianças observadas, 6.517 foram diagnosticadas com autismo. Comparando os menores vacinados com a tríplice viral com os não vacinados, não foram encontradas diferenças substanciais nos índices de risco de autismo.
"Não encontramos fundamento para a hipótese de risco aumentado de autismo após a vacina tríplice viral numa população nacional aleatória de crianças dinamarquesas", diz o texto do Annals of Internal Medicine.
Da mesma maneira, não se registrou nenhum aumento na probabilidade de sofrer de autismo depois da vacinação entre os subgrupos de crianças com fatores de risco associados à enfermidade.
Os autores destacam ainda que o estudo chega à mesma conclusão que uma pesquisa de 2002, que acompanhou 537 mil crianças dinamarquesas. Além disso, citam dez outras pesquisas sobre vacinas infantis, incluindo seis sobre a tríplice viral, que também não encontraram ligação entre vacina e autismo.
Em comparação com os estudos realizados com centenas de milhares de crianças durante anos, cujos pesquisadores afirmam que não houve constatação de ligação entre a vacina e autismo, o estudo de Wakefield citado frequentemente por opositores à imunização foi feito com apenas 12 crianças.
A pesquisa foi retirada do ar pela publicação médica The Lancet, e o autor perdeu a licença médica no Reino Unido, após processo que avaliou diversas acusações de má conduta profissional relacionadas ao estudo.
Brasil é terceiro em aumento de casos de sarampo
Para este ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu o objetivo, como parte de sua estratégia entre 2019 e 2023, de frear o aumento global do movimento antivacinas. Segundo a OMS, houve aumento de 30% dos casos de sarampo no mundo em 2018 – um sinal de alerta sobre os efeitos negativos do movimento.
Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o Brasil é o terceiro país com maior aumento de casos de sarampo no mundo. A entidade aponta a redução da vacinação e imigração de venezuelanos entre as causas.
Dez países, incluindo o Brasil, a Venezuela, as Filipinas e o Iêmen, são responsáveis por 74% do total do aumento de casos da doença entre 2017 e 2018. No mundo, 98 países relataram um crescimento na incidência de sarampo no ano passado, em comparação com o ano anterior. "A situação afetou o progresso no combate à doença altamente evitável", lê-se num comunicado do Unicef.
A agência da ONU também relatou que o Brasil teve 10.262 casos de sarampo confirmados no ano passado, o dobro do registrado em 2017.
Já o último boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde do Brasil em janeiro confirmou 10.302 casos de sarampo no país.
Há registro de surtos de sarampo nos estados do Amazonas e Roraima, que foram causados pela reintrodução da doença no Brasil com a imigração em massa de refugiados e imigrantes venezuelanos.
RK/efe/lusa/afp/ots
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Dar aos bebês nomes tradicionais ou incomuns, amamentar em público, usar fraldas descartáveis ou de pano, e até mesmo vacinar ou não: conheça os temas que mais preocupam pais e mães na Alemanha.
Foto: Imago
Que nome dar?
O que é mais importante: que o filho se destaque ou seja mais um entre muitos outros de sua geração? Escolher um nome para o bebê é uma expressão da identidade dos pais, mas também pode ser um peso para a criança durante a vida inteira. Marie e Elias foram os nomes mais frequentes dados a bebês na Alemanha em 2016.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Stratenschulte
Amamentar em público
Mesmo que não funcione para todas as mães por uma série de razões, a amamentação é uma prática generalizada na Alemanha. Os alemães não têm problemas com nudez, de forma que a amamentação em público não chega a ser problema. No entanto, o país não tem uma lei que protege mães que amamentam. Donos de estabelecimentos comerciais podem proibir as mulheres de amamentarem em público em suas lojas.
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Por quanto tempo amamentar?
Este é outro tema controverso. Pode-se ver até mães amamentando um filho de três anos, mas isso é exceção. Na Alemanha os casais recebem ajuda financeira se deixam de trabalhar nos primeiros 12 meses do bebê (ou até 14 meses se a licença for compartilhada entre pai e mãe), e muitas mães tentam parar de amamentar antes de voltar ao trabalho.
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Jardim de infânca
Antes de voltar a trabalhar, a busca por vagas em creches ou jardins de infância é outro tema estressante para os jovens pais. Enquanto muitos se preocupam em achar estabelecimentos perto de suas casas, outros dão mais atenção à linha pedagógica, por exemplo, e lutam por uma vaga nos jardins de infância Waldorf.
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Vacinação
A vacina não é obrigatória na Alemanha, e, por isso, há pais que não imunizam os filhos. Segundo a OCDE, o índice de vacinação infantil no país é de 96%, mas outros estudos apontam uma taxa menor. Não vacinar só funciona enquanto um número suficiente de pessoas garantir a imunização da sociedade. Berlim, por exemplo, enfrentou uma epidemia de sarampo no inverno de 2014 para 2015, com 1.392 casos.
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Deixar chorar
É um fenômeno universal: os bebês acordam várias vezes por noite, deixando os pais exaustos. Seguindo o que se conhece como método Ferber, muitos alemães deixam os bebês chorarem sozinhos na cama até dormirem. Pode ser a salvação para alguns, mas outros consideram isso tortura.
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Teoria do apego
Quem é contra esse treinamento para o bebê dormir provavelmente defende a "attachment parenting", teoria do apego, uma filosofia criada pelo pediatra americano William Sears. Ela recomenda, por exemplo, dar segurança ao carregar o bebê e dormir com ele, aliás outro ponto controverso. Em 2014, o Ministério alemão da Família até promoveu um congresso no país sobre a teoria do apego.
Foto: imago/imagebroker
Fraldas descartáveis, de pano ou nenhuma?
As fraldas são outro tema universal. Com tantas opções descartáveis no mercado, ainda há os que preferem fraldas de pano. Isso representa mais trabalho, mas contribui para a sustentabilidade. Praticantes do método "Windelfrei" (sem fraldas) ainda são raros, mas eles automaticamente ganham o concurso de "pais mais dedicados".
Foto: picture alliance/dpa Themendienst
Cozinhar ou comprar pronto
Você identifica pais que querem dar dedicação especial ao filho pela forma como preparam a papinha do bebê. Muitos utilizam apenas ingredientes orgânicos e pratos e talheres provenientes de comércio justo. Provavelmente eles criticam os que compram papinha pronta no supermercado, mas admitem que ela é útil quando viajam.
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Conceitos alternativos de educação
Nos anos 1960 e 1970, os alemães refletiram muito sobre educação e criaram conceitos como educação antiautoritária, para promover a liberdade de pensamento de uma criança. A influência dessa abordagem é sentida na Alemanha até hoje. Além das várias teorias populares atuais, cada pai desenvolve um estilo próprio – e ninguém gosta de ouvir que está errado.
Foto: colourbox/S. Darsa
Televisão e eletrônicos
Existem aplicativos incríveis e programas de TV voltados para os pequenos. Muitas crianças de um ano sabem mexer melhor em smartphones do que os avós. Embora não haja consenso entre os pais alemães sobre o uso de mídia digital por crianças pequenas, a maioria prefere restringir o contato dos filhos com esses aparelhos.
Foto: picture-alliance/dpa
Consumo de açúcar
Outra maneira alemã de avaliar um "bom pai ou mãe" é o número de anos em que o filho não foi colocado em contato com doces – e isso num país onde o sorvete é um ritual quase diário para crianças mais velhas no verão. Aliás, o segundo filho geralmente é privilegiado, podendo experimentar uma série de coisas mais cedo, pois após algum tempo os pais deixam de seguir alguns de seus rígidos princípios.