Amsterdã quer construir hotel destinado à prostituição
19 de fevereiro de 2020
Turistas embriagados e desrespeito a profissionais no distrito De Walletjes motivam prefeitura da capital holandesa a propor local alternativo para indústria do sexo. Inspiração veio do edifício Pascha, em Colônia.
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Amsterdã está considerando construir um hotel destinado à prostituição para transferir a indústria do sexo do distrito medieval De Walletjes, conhecido como Bairro da Luz Vermelha, no centro da capital holandesa.
A prefeitura da cidade diz que turistas embriagados causam muitos problemas na área e não respeitam as profissionais do sexo, em sua maioria mulheres. "O trabalho do sexo é uma profissão normal", diz o órgão em comunicado de imprensa. "Não há intenção de tirar o trabalho do sexo da cidade."
O objetivo da prefeita Femke Halsema é criar melhores condições nas ruelas da parte mais antiga da cidade, que inclui o edifício mais antigo da capital, a Oude Kerk (Velha Igreja), de 700 anos.
A ideia é um edifício menos facilmente acessível que a prostituição de vitrines do distrito central, e que possa ser melhor controlado. As autoridades locais dizem que não querem substituir a oferta no centro da cidade, mas criar locais alternativos para que profissionais do sexo possam mudar a localização, se se sentirem mais confortáveis.
Ainda não está claro que forma o prédio deve ter. Opções discutidas entre a comunidade local, profissionais do sexo e especialistas incluem um complexo de quartos, descrito como "hotel de prostituição", e um centro erótico com teatro, clubes noturnos e restaurantes.
O ideal, diz um relatório das autoridades locais, é não transferir o bairro para uma zona industrial longe do centro, mas afastá-lo o suficiente de locais atualmente muito movimentados. Vereadores da cidade deverão discutir o projeto em março.
A prefeitura de Amsterdã mencionou ter se inspirado no Pascha, o primeiro "edifício bordel" da Europa, construído na cidade alemã de Colônia nos anos 1970. A intenção era transferir a prostituição do centro da cidade, concentrado em volta da famosa Catedral de Colônia. A ideia deu certo, e profissionais do sexo continuam atuando no Pascha.
Em 27 de abril os holandeses celebram seu rei com uma enorme festa, na qual se dança nas ruas e a cor laranja impera. Mas durante todo o ano a capital holandesa tem atrativos que justificam uma visita. Eis dez deles.
Foto: picture-alliance/dpa/ANP/K. Van Weel
Canais animados
Os mais de 100 quilômetros de canais de Amsterdã são a melhor maneira de se movimentar pela cidade. O sistema data do século 17, quando a capital holandesa era a cidade mais rica e tinha um dos portos mais ativos do mundo. Hoje, as vias aquáticas são usadas para praticamente tudo, do transporte diário aos passeios turísticos.
Foto: picture-alliance/dpa/W. Grubitzsch
Liberdade sobre duas rodas
Para quem prefere se deslocar em terra firme, o ciclismo é uma opção perfeita. Em Amsterdã há 800 mil bicicletas – mais do que seu número de habitantes. Ela é também uma das cidades que, a cada verão, acolhem o World Naked Bike Ride. O giro sobre duas rodas em trajes de Adão e Eva visa chamar a atenção para as emissões de gases poluentes e promover uma atitude saudável em relação ao próprio corpo.
Foto: picture-alliance/dpa/ANP/R. De Waal
Arquitetura secular
Os gabletes que decoram numerosas casas são a quintessência da Amsterdã tradicional. Seus tipos e formas variados contam muito sobre a história de cada edifício. Alguns dos exemplos mais interessantes ladeiam as margens dos canais da cidade.
Foto: picture-alliance/RIA Novosti/A. Kudenko
Lar dos mestres pintores
O volume de arte que Amsterdã abriga é simplesmente mirabolante. O Rijksmuseum abriga uma das mais ricas coleções de obras de mestres holandeses do mundo, reunindo nomes como Rembrandt van Rijn, Frans Hals, Jan Vermeer e Jan Steen. Em 2013, "A ronda noturna", de Rembrandt, retornou ao museu, após uma década de reformas no prédio.
Foto: picture-alliance/RIA Novosti/A. Kudenko
Girassóis para Van Gogh
Vincent van Gogh também está imortalizado na praça Museumplein. Além de mais de 700 pinturas e desenhos, o Museu Van Gogh exibe a correspondência do artista pós-impressionista e obras de seus contemporâneos. Para a reabertura, em 2015, a instituição foi cercada por labirintos de um dos motivos pictóricos mais característicos do artista: girassóis.
Foto: picture-alliance/dpa/R.de Waal
Anne Frank
Na rua Prinsengracht, Anne Frank e outras sete pessoas ficaram escondidas durante a Segunda Guerra Mundial. Traduzido em 60 idiomas, o diário da adolescente alemã testemunha a capacidade humana de preservar o otimismo perante o mal. Enquanto a casa principal virou museu, o Anexo Secreto foi preservado, permitindo aos visitantes vislumbrar de perto a cruel realidade da vida num esconderijo.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Vrijdag
Comemorações e festividades
História, arte e alegria de viver não faltam em Amsterdã, uma cidade que sabe celebrar o hedonismo e o heroísmo, o prazer e o esclarecimento. Em 5 de maio, o Dia da Libertação marca o fim da Segunda Guerra Mundial na Holanda. As festividades transcorrem ao longo dos canais e ruas da vivaz, imprevisível e pulsante capital.
Foto: picture-alliance/dpa/R. Utrecht
Para além das luzes vermelhas
O Bairro da Luz Vermelha, em pleno centro, evoca a reputação histórica de Amsterdã como cidade do vício. Mas seu interesse vai além da mera provocação sexual: para os mais eruditos, o Venustempel, mais antigo museu do sexo existente, explora história e cultura da sexualidade e suas práticas. Na foto, o Red Light Secrets, primeiro museu da prostituição do mundo.
Foto: picture-alliance/dpa/R. Utrecht
Café – e outras drogas
Mas nem toda oferta de lazer de Amsterdã está acima de suspeitas no restante do mundo. As "coffeshops", onde é possível comprar e consumir marijuana sem problemas, confirmam a reputação de capital da tolerância e são um atrativo certo para multidões de turistas. Ao mesmo tempo, essa política liberal tem sido alvo de um acirrado debate sobre o turismo da maconha.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Stache
Pelo futuro afora
Em contraste com as tradicionais estruturas renascentistas, exemplos notáveis de arquitetura contemporânea pontuam o panorama urbano em Amsterdã. Entre os exemplos mais conhecidos estão a Ponte Lex van Delden e o Woodlofts Buiksloterham. Na foto, o museu de ciência Nemo, projetado por Renzo Piano, que celebra as origens marítimas da cidade e aponta em direção ao futuro.