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SociedadeHolanda

Amsterdã bane protestos após ataques a torcedores de Israel

9 de novembro de 2024

Banimento de protestos deve durar três dias. Prefeita denuncia ações de "esquadrões antissemitas" que agrediram israelenses. Voos especiais evacuam torcedores de volta a Israel.

Protesto em Amsterdã
Mais de 60 pessoas foram detidas durante incidentes contra os torcedoresFoto: Jeroen Jumelet/picture alliance/dpa/ANP

As autoridades de Amsterdã proibiram, a partir de sexta-feira (08/11), a realização de manifestações em reposta aos ataques contra torcedores de futebol israelenses nesta semana, que, segundo a prefeita da cidade, foram vítimas de "esquadrões antissemitas". Entre sexta e sábado, vários voos especiais partiram da cidade para levar os torcedores de volta a Israel.

Ao anunciar a proibição, a prefeita Femke Halsema afirmou que os torcedores da equipe israelense Maccabi Tel Aviv foram "atacados, maltratados e atingidos por fogos de artifício" em toda a cidade, e que a polícia de choque teve que interveir para protegê-los e escoltá-los até seus hotéis. 

"Nossa cidade foi profundamente machucada. A cultura judaica foi profundamente ameaçada. É uma explosão de antissemitismo que espero nunca mais ver", declarou a prefeita.

Policiais efetuaram 62 prisões, mas o chefe da polícia, Peter Holla, afirmou que as táticas de ataque e fuga dos agressores dificultaram "excepcionalmente" a prevenção dos incidentes.

Vídeos nas mídias sociais mostraram a polícia de choque em ação, com alguns agressores gritando insultos anti-Israel. Algumas imagens também mostraram os torcedores do Maccabi Tel Aviv cantando slogans antiárabes antes do jogo de quinta-feira à noite.

Os incidentes antissemitas aumentaram na Holanda desde que Israel lançou iniciou operações militares na Faixa de Gaza após o grupo Hamas lançar uma ofensiva terrorista em 7 de outubro de 2023, com muitas organizações e escolas judaicas relatando ameaças e mensagens de ódio.

A embaixada israelense na Holanda disse que as turbas entoaram slogans anti-Israel e compartilharam vídeos de sua violência nas mídias sociais, "chutando, batendo e até mesmo atropelando cidadãos israelenses".

"Na véspera da Noite dos Cristais é horrível testemunhar a violência antissemita nas ruas da Europa mais uma vez", disse a embaixada, em referência ao infame pogrom antissemita de 9 de novembro de 1938 na Alemanha nazista.

Aviões levam torcedores de volta a Israel

Um primeiro avião com torcedores israelenses evacuados de Amsterdã aterrissou nesta sexta-feira no Aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv.

Neste sábado, as autoridades israelenses organizaram outros quatro voos.

Segundo a embaixada israelense na Holanda, cerca de 3.000 torcedores do clube israelense Maccabi Tel Aviv já partiram do aeroporto Schiphol, em Amsterdã. Outros voos estavam planejados para o domingo.

Torcedores israelenses após desembarcarem em Tel AvivFoto: Ilia Yefimovich/dpa/picture alliance

Condenação

Tanto as Nações Unidas quanto a União Europeia (UE) expressaram indignação com os ataques.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, se disse "chocado" e condenou "todas as formas de antissemitismo e islamofobia", segundo sua porta-voz Stéphanie Tremblay.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou, por sua vez, que o "antissemitismo não tem lugar na Europa”.

O presidente da França, Emmanuel Macron, assinalou que o ocorrido em Amsterdã "traz lembranças das horas mais indignas da história" e o chanceler britânico, David Lammy, declarou-se "horrorizado" pelos incidentes que classificou de "ataques antissemitas".

Nesse mesmo sentido se manifestou o presidente em fim de mandato dos Estados Unidos, Joe Biden, que condenou nesta sexta-feira a violência "antissemita".

"Os ataques antissemitas contra torcedores de futebol israelenses em Amsterdã são abjetos e remetem a momentos sombrios da história quando os judeus eram perseguidos", escreveu Biden no X.

Em Israel, onde as cenas de violência provocaram indignação, o Exército proibiu a todo o seu pessoal viajar à Holanda até segundo aviso.

O chefe da diplomacia israelense, Gideon Saar, falou com seu homologo holandês, Caspar Veldkamp, para lhe pedir ""que garanta a segurança imediata de todos os que estão em perigo".

Devido ao ocorrido na Holanda, o governo israelense aconselhou seus cidadãos a não comparecerem ao jogo desta sexta-feira da Euroliga de basquete masculino entre o Maccabi Tel Aviv e o italiano Virtus Bologna, em Bolonha, na Itália, que acabou sem incidentes.

jps (dpa, EFE, ots)