Amsterdã proíbe tours guiados no Bairro da Luz Vermelha
20 de março de 2019
Medida visa proteger profissionais do sexo que trabalham na região. Em combate ao turismo de massa, cidade limita ainda a 15 pessoas o tamanho de grupos de passeios guiados no centro histórico.
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Em mais uma nova medida para combater o turismo de massa, a prefeitura de Amsterdã anunciou nesta quarta-feira (20/03) que proibirá os tours guiados no Bairro da Luz Vermelha para promover o respeito a prostitutas que trabalham na região e colocar fim a problemas causados por turistas.
"Chegou a hora de parar de ver prostitutas como uma atração turística", afirmou o vereador Udo Kock, que anunciou as novas medidas para "limpar" o famoso bairro. O político afirmou que turistas costumam ser inconvenientes, fazer muito barulho e jogar lixo no chão nas ruas da região.
Além deste banimento, a prefeitura restringiu a no máximo 15 pessoas o tamanho de grupos em passeios guiados no centro histórico e proibiu tours na região depois das 19 horas, incluindo fins de semana. Turistas terão ainda que pagar uma taxa de entretenimento. Essas medidas entram em vigor a partir de 1º de janeiro do ano que vem.
De acordo com a prefeitura, atualmente cerca de dez grupos guiados passam por hora na Oudekerksplein, o coração do Bairro da Luz Vermelha. Em horários de pico, esse número pode chegar a 48.
O Bairro da Luz Vermelha é uma das principais atrações turísticas da cidade holandesa. Desde o século 17, profissionais do sexo oferecem em vitrines seu serviço a clientes. Em 1911, a atividade foi legalizada.
Essa não é a primeira vez que Amsterdã impõe restrições a turistas na região. O fechamento de ruas em algumas noites já havia sido determinado para aliviar a saturação e limpar a área.
Desde 2017, a cidade promove uma verdadeira batalha contra o turismo de massa. Um relatório da prefeitura alertou que Amsterdã estava se tornando uma "selva urbana", especialmente à noite, quando a polícia e autoridades se sentem impotentes para combater o crime e a violência.
Entre as medidas para tornar a vida novamente suportável para seus moradores estão o fim da construção de novos hotéis e lojas de suvenir, o banimento da circulação de ônibus turísticos e cruzeiros na região central, e a aplicação de multas para quem consume álcool em locais públicos, urina na rua ou joga lixo no chão.
A cidade holandesa não é a única da Europa que cansou do turismo. Veneza, Lisboa, Berlim, Madri, Barcelona e Dubrovnik também sentem os impactos da "turistificação", ou o processo de transformação espacial e socioeconômica de regiões em detrimento do interesse turístico. A explosão dos preços dos alugueis é um dos resultados dessa mudança.
CN/efe/ots
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No início da primavera, o norte da Holanda se transforma num mar de flores. A época em que florescem as tulipas é um ponto alto para o turismo na região.
Foto: NBTC Holland Marketing
Campos floridos
A Holanda é o país número um na exportação de flores e responsável por 80% do comércio mundial de tulipas. Plantadas nos campos no outono, em meados de março as flores começam a colorir a paisagem da região norte, anunciando a primavera. As tulipas existem em cerca de 4 mil variedades.
Foto: NBTC Holland Marketing
Perfume de primavera
O aroma de flores paira sobre os campos e canteiros. No ápice do florescimento dos bulbos, o ar fica carregado do perfume das tulipas, jacintos e narcisos. Em 22 de abril, realiza-se no norte da Holanda o Bloemencorso Bollenstreek, a Parada de Flores de Bollenstreek, atravessando as ruas entre Haarlem e Leiden.
Foto: NBTC Holland Marketing
Jardim da Europa
A propriedade rural Keukenhof, construída em 1642, é a principal atração da região de Bollenstreek, no norte holandês. Em seu parque de mais de 30 hectares, florescem 7 milhões de bulbos. A cada ano, mais de 80 mil visitantes de todo o mundo vão até a minúscula vila holandesa de Lisse para participar do grande festival de flores. Em 2017, o parque florido estará aberto de 23 de março a 21 de maio.
Foto: Keukenhof Holland
O nome da tulipa
As tulipas são originárias do Oriente Médio e da Ásia Central. Seu nome vem do turco "tülbent", passando pelo persa "dulband", que significa "turbante", possivelmente numa referência à forma das flores. Assim, uma de suas numerosas espécies se chama "Tulipa turcarum" – embora o nome da flor no idioma turco seja "lale".
Foto: NBTC Holland Marketing
Viagem até a Europa
Por volta de 1550, o autor e herbalista flamengo Ogier Ghiselin de Busbecq foi para Constantinopla (hoje Istambul), como embaixador do imperador austríaco Ferdinando 1º no então Império Otomano. Vendo as tulipas da Pérsia que floresciam no jardim do sultão, o diplomata enviou bulbos e sementes para Viena, como presente.
Foto: BR
Ascensão de uma flor
Como prefeito do jardim medicinal imperial em Viena, o botânico flamengo Charles de l'Écluse ficou encarregado das sementes. Nomeado professor da Universidade de Leiden, Holanda, em 1593, ele passou a cultivar as flores no interesse da ciência e da erudição. Presume-se que a moda das tulipas se difundiu depois que ladrões roubaram alguns bulbos para vendê-los.
Foto: picture-alliance/dpa/T. Muncke
Beleza extorsiva
No século 17, a tulipa era a rainha das flores na Europa. No período apelidado "tulipomania" chegava-se a oferecer 10 mil florins – dez vezes o salário anual de um artesão formado ou o preço de uma casa no centro de Amsterdã – por um bulbo de "Semper Augustus". A linhagem genética dessa espécie multicor com listas brancas está extinta, só existindo hoje variedades semelhantes.
Foto: NBTC Holland Marketing
Flores molengas, nunca mais
Mesmo no vaso com água, as tulipas continuam crescendo. Para evitar que as tulipas cortadas fiquem molengas, despencando do vaso, deve-se pôr só um pouco d'água ou fazer vários furos de alfinete no talo, logo abaixo da cabeça da flor. Isso reduz a quantidade de hormônio do crescimento que liberam, quando cortadas. Os puristas, porém, preferem dar livre curso à natureza.