1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Anistia da Alemanha pede pressão contra governo Bolsonaro

31 de dezembro de 2018

Chefe do escritório da Anistia Internacional na Alemanha diz que a comunidade internacional deve pressionar para que novo governo respeite os direitos humanos no Brasil. "Tememos um aumento da violência", ressalta.

Secretário-geral da Anistia Internacional da Alemanha, Markus Beeko
Secretário-geral da Anistia Internacional da Alemanha, Markus BeekoFoto: picture-alliance/dpa/M. Skolimowska

O secretário-geral da Anistia Internacional (AI) na Alemanha, Markus Beeko, alertou para uma drástica deterioração da situação dos direitos humanos no Brasil após a posse de Jair Bolsonaro. "Todos os sinais apontam para um agravamento da situação", disse Beeko, em entrevista divulgada nesta segunda-feira (31/12) pela agência de notícias AFP. Ele apelou para que a comunidade internacional tematize claramente possíveis violações dos direitos humanos do novo governo e apoie a sociedade civil brasileira.

A organização, que luta pela defesa dos direitos humanos, prevê que a situação se deteriore após a posse de Bolsonaro, especialmente para as minorias. O presidente eleito, lembra a ONG, repetidamente fez comentários racistas e homofóbicos no passado. "Tememos um aumento da violência, assim como um agravamento da difamação, criminalização e estigmatização sociais", disse Beeko, argumentando que os "anúncios e ameaças" de Bolsonaro quanto a isso foram "bastante vigorosos".

Beeko frisou que o crime organizado e grupos paramilitares vêm "operando em um clima de impunidade no Brasil nos últimos anos", acrescentando supor que "isso irá aumentar novamente" e que há "grandes sinais de preocupação" entre os funcionários da AI no Brasil e na sociedade civil local.

O chefe da AI na Alemanha afirma que já em 2018 foi registrado um número crescente de ataques contra ativistas de direitos humanos no Brasil. Ele citou o assassinato da vereadora Marielle Franco no Rio de Janeiro, que denunciava casos de violência policial, entre outros, e que em março foi morta a tiros, juntamente com o motorista Anderson Gomes.

"Neste contexto, todos os Estados têm o dever de apoiar a sociedade civil no Brasil nos próximos meses”, apelou Beeko. Uma sugestão do ativista é que países enviem ao Brasil observadores a tribunais no caso de possíveis prisões arbitrárias e insistam no respeito aos direitos humanos. "Talvez isso proteja a sociedade civil de forma limitada, mas estes são sinais importantes".

Além disso, Beeko sugere que a comunidade internacional tematize possíveis violações do governo Bolsonaro no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas e em outros grêmios. Segundo ele, o respeito aos direitos humanos também devem ser tema em discussões sobre cooperação econômica.

MD/afp/ai/ots

______________

A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube 
WhatsApp | App | Instagram | Newsletter

Pular a seção Mais sobre este assunto
Pular a seção Manchete

Manchete

Pular a seção Outros temas em destaque