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AI registra crimes de guerra no leste da Ucrânia

20 de outubro de 2014

Organização de direitos humanos acusa separatistas e Forças Armadas ucranianas de atrocidades e execuções no leste do país. Assassinatos em massa e valas comuns, como divulgado pela imprensa russa, não foram encontradas.

Foto: Reuters//Nikolai Ryabchenko

A organização de direitos humanos Anistia Internacional (AI) afirmou ter evidências de atrocidades e execuções ilegais no conflito na Ucrânia, tanto pelas tropas de Kiev quanto pelos separatistas pró-russo. Por outro lado, o relatório divulgado nesta segunda-feira (20/10), em Berlim, nega a existência de provas concretas de assassinatos em massa ou de valas comuns – como a imprensa russa afirmara em setembro.

O documento da ONG confirma que tanto os separatistas pró-Rússia quanto as Forças Armadas ucranianas cometeram execuções sumárias e acusa os dois lados de divulgarem informações falsas e exageradas. "Não há dúvidas em relação a execuções ilegais e atrocidades", garantiu a especialista em Ucrânia da AI, Jovanka Worner. No entanto, é difícil "verificar a dimensão" dos atos.

Em 23 de setembro, meios de comunicação russos relataram sobre a descoberta de valas comuns em Komunar e Nyzhna Krynka, na província de Donetsk, numa região até pouco antes controlada pelos militares ucranianos. O ministro do Exterior russo, Serguei Lavrov, chegou a mencionar a existência de cerca de 400 corpos nessas valas.

Nenhuma evidência de assassinatos em massa

Uma delegação da Anistia Internacional esteve em 26 de setembro no local e constatou, entre outros fatos, que quatro milicianos ucranianos haviam sido executados de forma extrajudicial. Os corpos foram encontrados em duas covas perto do vilarejo de Komunar.

Rua na cidade de Donetsk: destruição é grande no leste ucranianoFoto: Reuters/Shamil Zhumatov

"Muitos dos casos chocantes, em especial os que foram publicados pela imprensa russa, são totalmente exagerados", disse Worner, acrescentando: "Não há evidências convincentes de assassinatos em massa ou valas comuns. Em alguns casos, vimos algumas execuções que podem ser consideradas crimes de guerra." A AI pediu que tanto a Ucrânia quanto a Rússia instaurassem investigações para apurar os crimes.

O Exército ucraniano e os separatistas pró-Moscou concordaram em um cessar-fogo no início de setembro, estipulando uma área desmilitarizada na fronteira russo-ucraniana. No entanto, continuam ocorrendo batalhas sangrentas, principalmente em torno do aeroporto de Donetsk. De acordo com a ONU, apenas nas últimas sete semanas mais de 300 pessoas morreram na zona do conflito. Ambos os lados se acusam mutuamente de efetuar ataques contra civis.

PV/epd/dpa/rtr

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