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Anistia: Irã executa três pessoas por dia

24 de julho de 2015

Organização de direitos humanos relata aumento "espantoso" de execuções sentenciadas pelo Estado iraniano no primeiro semestre de 2015. De janeiro até metade de julho, o governo teria matado 694 pessoas. Teerã contesta.

Foto: picture-alliance/dpa/A. Taherkenareh

O Estado iraniano matou "espantosas 694 pessoas" entre 1º de janeiro e 15 de julho deste ano, afirmou um relatório publicado nesta quinta-feira (23/07) pela organização de direitos humanos Anistia Internacional (AI) – uma média de três execuções por dia.

"A taxa escalonada de execuções do Irã para o primeiro semestre deste ano mostra um quadro sinistro da máquina do Estado em realizar assassinatos premeditados e judicialmente sancionados em larga escala", disse o vice-diretor do programa da AI para o Oriente Médio e Norte da África, Said Boumedouha, em comunicado publicado na página da organização.

Boumedouha advertiu que Teerã está caminhando para um montante de mais de mil execuções em 2015, denunciando o sistema judicial "profundamente falho" do país e a natureza "arbitrária" com que as sentenças de morte foram proferidas. O relatório também afirma que o Irã está retendo informações sobre a forma como muitos criminosos condenados foram executados.

Oficialmente, o governo iraniano reconheceu 246 execuções entre 1º de janeiro e 15 de julho. Em 2014, Teerã afirmou ter executado 289 pessoas – a Anistia Internacional garante confirmar 743 execuções.

O aumento das penas de morte, segundo a Anistia, ocorreu devido a um aumento nas condenações por tráfico de drogas. "Durante anos, as autoridades iranianas têm usado a pena de morte para espalhar um clima de medo numa tentativa equivocada de combater o narcotráfico. Ainda não um fragmento de evidência que mostre que este é um método eficaz de combater a criminalidade", disse Boumedouha.

De acordo com uma investigação em curso realizada pela Anistia Internacional, várias milhares de pessoas estão no corredor da morte no Irã, sendo que até 80% destes por acusações de tráfico de drogas.

PV/dpa/anistia

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