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SaúdeChina

Ano Novo chinês gera alertas de novos surtos de covid-19

16 de janeiro de 2023

Milhões de chineses viajam pelo país no feriado do Ano Lunar, o que pode resultar em novos casos e mortes nas áreas rurais, após governo relaxar restrições. Autoridades de saúde se apressam a equipar regiões mais pobres.

Longas filas em zig-zag na travessia de fronteira em Hong Kong. Acima, placas em inglês e chinês orientam moradores da província, da China continental e visitantes
Após três anos de restrições, milhares de chineses se deslocam pelo país rumo a suas cidades nataisFoto: Vernon Yuen/NurPhoto/picture alliance

Autoridades de saúde chinesas se preocupam com um possível aumento dos surtos de covid-19, com a aproximação do feriado no Ano Novo Lunar chinês, enquanto milhares de cidadãos se deslocam pelo país, rumo a suas cidades natais.

Depois de três anos de restrições impostas pelo governo em Pequim, muitos no país de 1,4 bilhão de habitantes poderão finalmente viajar para seus locais de origem e visitar suas famílias.

Depois de adotar um sistema bastante rígido de lockdowns e controles de movimentação após o surgimento do coronavírus Sars-Cov-2, no fim de 2019, a China decidiu abandonar abruptamente sua política de "covid zero" no início de dezembro.

No último fim de semana, as autoridades relataram que a doença causou quase 60 mil óbitos entre 8 de dezembro de 12 de janeiro, o que representa um aumento exponencial em relação aos dados anteriores.

Antes da divulgação dos números mais recentes, a Organização Mundial da Saúde (OMS) vinha criticando o governo chinês por divulgar dados que não refletiam a escala real e a gravidade dos surtos da doença.

Preocupação com as áreas rurais

Alguns especialistas avaliam que os números mais recentes não incluem pacientes mortos em suas casas nas áreas rurais, onde os serviços médicos são menos eficientes. Muitos calculam que mais de 1 milhão de chineses poderão morrer este ano de covid-19.

Antes do feriado do Ano Novo Lunar, entre 21 e 27 de janeiro, a imprensa estatal chinesa vem divulgando inúmeros relatos de hospitais rurais e clínicas que se esforçam para reforçar seus estoques de medicamentos e equipamentos.

A Comissão Nacional de Saúde da China informou que vai equipar as clínicas nessas regiões com oxímetros de pulso, um equipamento bastante utilizado durante a pandemia para verificar os níveis de oxigênio dos pacientes.

O Ministério chinês da Economia informou nesta segunda-feira (16/01) que vai reforçar o financiamento às medidas de prevenção da covid-19, com ordens para que os departamentos fiscais locais acelerem a transferência de recursos para as áreas rurais e mais carentes.

Segundo nota divulgada pela pasta, os recursos devem ser utilizados principalmente em tratamentos, permissões temporárias de trabalho para funcionários de saúde, vacinação e na melhora das capacidades de tratamento médico.

Aumento das viagens

Nos últimos dias, a principal estação de trens de Pequim esteve abarrotada de passageiros que deixam a capital rumo a suas regiões de origem. Em Xangai, a cidade mais populosa do país, trens noturnos adicionais foram colocados para dar conta da demanda por passagens.

As chegadas a Macau, tradicional ponto turístico chinês, passaram de 55 mil no último sábado, o número mais alto desde o início da pandemia.

Em Hong Kong, o governo local informou que aumentará o limite diário para a entrada de viajantes na China Continental através dos controles de fronteira, de 50 mil para 65 mil, entre 18 e 21 de janeiro.

Segundo o Ministério dos Transportes da China, devem se realizar mais de 2 bilhões de viagens através do país durante o feriado.

Espera-se que a retomada do fluxo de viajantes resulte num impulso à segunda maior economia do mundo, que vem apresentando as taxas de crescimento mais baixas em quase meio século.

rc/av (Reuters)

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