1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Ansiosas, crianças entram em campo com a bandeira do Brasil

Sheila Magalhães (mm)22 de junho de 2006

Nem em sonho eles se imaginaram em um gramado da Copa do Mundo, com a bandeira do Brasil. Na Alemanha, entretanto, este é o compromisso para seis brasileiros no jogo contra o Japão.

Crianças brasileiras vão entrar em campo com a bandeira do paísFoto: Sheila Magalhães

Juliano Bardela, 14 anos, mora na aldeia indígena no bairro Tiradentes, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Luiz Henrique Nascimento, 12 anos, vive na favela Vigário Geral, no Rio de Janeiro. Ambos, junto com mais quatro crianças assistidas pelo Instituto Ayrton Senna, estão acompanhando as emoções da Copa do Mundo na Alemanha, onde ficam por oito dias.

Na partida entre Brasil e Japão, em Dortmund, nesta quinta-feira (22/06), Juliano, Luiz Henrique, Lucas Eduardo Santos, 15 anos, de São Paulo, Priscila Nolarte, 14 anos, de Porto Alegre, Aliny Pereira da Silva, 12 anos, de Cuiabá, e Alaíne Souza Damas, 14 anos, de Presidente Vargas, terão a honra de entrar em campo com os jogadores portando a bandeira brasileira.

"Não vejo a hora de o dia chegar. Estou ansioso. Acho que não vou conseguir dormir até lá", comenta Juliano. "Acho que vai ser 3 a 0 para o Brasil com gols de Ronaldinho, Kaká e Adriano", arrisca um palpite.

Diversão em Munique

Ao desembarcar na capital da Baviera, Juliano almoçou no famoso Hofbräuhaus, restaurante e biergarten típico alemão. Além disso, conheceu o Deutsches Museum. "Eu nunca tinha ido a um museu. Achei legal porque é minha primeira oportunidade de conhecer essas coisas", disse.

O indiozinho nunca havia viajado de avião e nem ao menos ido a um restaurante. A primeira impressão da comida, no entanto, não foi das melhores. "A comida é estranha: repolho, cebola, carne de porco, batata cozida. Eu gosto mesmo é de arroz e feijão", brincou.

A agenda de Juliano e das demais crianças inclui visitas a um castelo, a uma fábrica de chocolate, ao kart do piloto de Fórmula 1 Michael Schumacher e um passeio de barco.

"Robinho"

Luiz Henrique gosta de ser chamado de RobinhoFoto: Sheila Magalhães

O carioca Luiz Henrique já afirmou que esta quinta-feira será o dia mais feliz de sua vida. "Estou muito ansioso porque vou realizar o sonho de conhecer o Robinho. Ele é meu preferido. Todo mundo acha que eu sou parecido com ele e diz que eu jogo tão bem quanto ele", especulou.

"Robinho", como prefere ser chamado, estranhou seus primeiros dias na Alemanha. "Estou achando tudo muito diferente. Na favela, as casas não são conservadas como as daqui. E na comunidade você encontra gente de toda cor; aqui eu só vejo branco", observou o menino.

Ele é assistido pelo projeto Afro Reggae, entidade sem fins lucrativos que oferece formação musical e artística para jovens e crianças carentes das favelas do Rio de Janeiro.

Números da entidade

O Instituto Ayrton Senna assiste 50 mil crianças no Brasil. A organização não-governamental é comandada pela irmã do falecido piloto de Fórmula 1 brasileiro, Viviane Senna. Só em 2005, a fundação beneficiou 1.287.926 crianças e jovens com atividades que envolvem 72.136 educadores, 8244 escolas, ONGs e universidades parceiras em 207 municípios de 24 Estados do Brasil.

Pular a seção Mais sobre este assunto