Políticos como Renan Calheiros e Luciana Genro defendem novo pleito para solucionar crise política. Analistas europeus criticam propostas para mudar regras constitucionais, afirmando que não se trata de algo factível.
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Em meio ao tumulto provocado pela crise política que assola o Brasil, diferentes grupos políticos sugeriram a antecipação das eleições presidenciais como solução para resolver o impasse. Entre as figuras que passaram a defender ou pelo menos simpatizar publicamente com a ideia estão o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e membros do PSB, PPS, PSOL e Rede.
A antecipação das eleições ganha espaço meses depois de propostas como a adoção do parlamentarismo ou de um semipresidencialismo terem surgido no debate sobre soluções para a crise. Em comum, os defensores têm apenas a defesa da antecipação da escolha do novo presidente, algo que só está previsto para ocorrer em 2018.
As regras atuais da Constituição só permitem a realização de eleições antecipadas para a escolha de um novo chefe de Estado se ambos os postos de presidente e vice-presidente ficarem vagos.
Se isso ocorrer antes de completados dois anos de mandato, o presidente da Câmara assume provisoriamente a Presidência e é obrigado a convocar novas eleições diretas para preencher o posto. Depois de dois anos, as eleições são indiretas, cabendo a escolha aos membros do Congresso. Nesse cenário, os postos de presidente e vice podem ficar vagos em caso de impeachment, anulação das últimas eleições, renúncia conjunta, etc.
Esse plano, que segue as regras atuais, é defendido pela ex-senadora Marina Silva (Rede). Ela apoia as ações que tramitam no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pedem a cassação da chapa da presidente Dilma Rousseff e do vice Michel Temer. Em pesquisas recentes, Marina aparece no topo das intenções de voto para presidente nas próximas eleições.
Cinco cenários que podem provocar eleições antecipadas no Brasil
Possibilidades como cassação da chapa Dilma-Temer e renúncia coletiva poderiam levar a novo pleito, defendido por políticos como solução para a crise no país.
Foto: picture-alliance/AP Photo/Felipe Dana
Cassação da chapa Dilma-Temer no TSE
A chapa de Dilma Rousseff e do vice Michel Temer é alvo de quatro ações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por suspeita de uso de recursos ilegais. Caso as acusações se confirmem, o TSE pode decidir anular o resultado das eleições de 2014. Se isso ocorrer ainda em 2016, um dos cenários possíveis é que o presidente da Câmara assuma a Presidência e convoque novas eleições no prazo de 90 dias.
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Renúncia de Dilma e Temer
Caso Dilma e Temer renunciem ainda neste ano (ao mesmo tempo ou em momentos diferentes), a Presidência passaria a ser ocupada pelo presidente da Câmara – cargo hoje ocupado por Eduardo Cunha. Ele teria que convocar novas eleições presidenciais num prazo de 90 dias. Na hipótese de renúncias em 2017, essa eleição ocorreria de modo indireto, no Congresso.
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Impeachment de Dilma e Temer
Se tanto Dilma quanto Temer sofrerem impeachment ainda em 2016, as consequências seguiriam o mesmo caminho da renúncia de ambos. O presidente da Câmara assumiria a Presidência e convocaria novas eleições. Se isso ocorrer em 2017, depois de dois anos de mandato, caberia ao Congresso escolher o novo presidente.
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PEC para convocar novas eleições
Alguns políticos, como o senador Valdir Raupp (PMDB-RO), defendem que as eleições presidenciais sejam antecipadas de 2018 para outubro deste ano – quando ocorrem os pleitos municipais. Isso poderia ser feito por meio de uma proposta de emenda constitucional (PEC) para encurtar o mandato de Dilma e convocar um novo pleito. Analistas, no entanto, afirmam que a ideia tem pouca chance de prosperar.
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"Recall"
Alguns políticos querem promover um referendo para que o povo decida se Dilma e Temer merecem ser afastados. Seria um "recall" político, ou voto destituinte – modelo que existe em parte dos EUA e na Venezuela. Nesse sistema, um presidente pode ser afastado pelo voto em caso de desaprovação popular. O senador Randolfe Rodrigues apresentou uma PEC defendendo que o modelo seja adotado no Brasil.
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Outros políticos defendem que tanto Dilma quanto Temer renunciem para que novas eleições sejam convocadas, mas esse plano parece mais distante, já que nenhum dos dois manifestou tal intenção até o momento. O tempo também está agindo contra um novo pleito direto. No caso do TSE, os ministros da Corte afirmam que será difícil completar o julgamento da chapa Dilma-Temer ainda neste ano.
A última vez que o Brasil antecipou eleições presidenciais foi em 1919, quando o presidente eleito Rodrigues Alves morreu antes de assumir o cargo. No seu lugar assumiu o vice, Delfim Moreira. As regras eleitorais da época só permitiam que o vice assumisse a Presidência em definitivo depois de transcorridos dois anos do mandato, e, então, novas eleições foram convocadas.
Eleições gerais
Já o senador Calheiros, que ainda é considerado um aliado da presidente Dilma, disse ver "com bons olhos" propostas de antecipação de eleições gerais, ou seja, para todos os postos, inclusive de deputados. "A tese da eleição geral que está sendo defendida é uma tese mais ampla e pode significar uma resposta da política ao Brasil", disse.
Calheiros não detalhou como esse plano seria executado, já que não há nenhuma regra que permita isso no atual sistema. O senador Valdir Raupp (RO), seu colega de partido, afirma que seria possível aprovar uma proposta de emenda constitucional (PEC) para mudar as regras. Existem defensores desse plano até mesmo no outro extremo do quadro partidário, como a ex-deputada Luciana Genro, do PSOL.
A proposta desagradou alguns setores do PMDB ligados a Temer, já que com a aproximação da votação do impeachment de Dilma, crescem as chances de que o vice venha a governar o país até o fim de 2018. Isso se ele também não for destituído.
"Qualquer outra saída mirabolante, desculpem-me, aí sim é golpe. Eleições gerais para todo mundo está na Constituição? Não!", afirmou o senador Romero Jucá (PMDB-RR), um aliado de Temer. "Porque se pudesse mudar a regra, quando o Brasil estivesse perdendo de 7 a 1 da Alemanha, pararíamos o jogo e diríamos que estava cancelado e que amanhã nós começaríamos de novo com 0 a 0."
Recall
Outro plano de mudar as regras partiu do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que propôs em março uma emenda para instalar o referendo revogatório ou "recall”, que permite à população decidir se o mandatário deve continuar no poder ou não.
Nesse modelo, um novo pleito é organizado quando os eleitores conseguem reunir um número determinado de assinaturas. Ele existe em parte dos EUA e na Venezuela, onde o ex-presidente Hugo Chávez saiu vitorioso de um recall em 2004.
"A soberania popular é a melhor solução para que se defina pela continuidade ou não de um mandato presidencial. Isso resolveria a atual crise política", defende Randolfe.
"Não se pode mudar as regras"
Para cientistas políticos europeus, as propostas que demandam mudanças na Constituição apresentam muitos problemas. "Isso não é factível. Não se pode mudar as regras no meio do mandato. Seria muito complicado forçar uma mudança dessas agora. A própria discussão sobre as diferentes propostas pode aumentar ainda mais a crise política", afirma a pesquisadora Mariana Llanos, do Instituto Alemão de Estudos Globais e Regionais (Giga), em Hamburgo.
O cientista político suíço Rolf Rauschenbach, do Centro Latino-Americano da Universidade de St. Gallen, afirma simpatizar com a ideia de eleições antecipadas para presidente dentro das regras atuais. No entanto, ele também adverte que, nessa altura, seria muito arriscado mudar a Constituição para forçar um pleito geral ou instituir o recall.
"A antecipação das eleições presidenciais no caso da vacância dos postos de presidente e vice é legítima e está prevista na Constituição. Esse cenário poderia ser um novo ponto de partida e ajudar a solucionar a crise, já que tanto o presidente e o vice sofrem com falta de confiança da população", afirma.
Rauschenbach afirma, porém, que mudar a Constituição para forçar outro tipo de antecipação é muito arriscado. "E, sinceramente, seria muito complicado, já que o atual Congresso também passa por uma crise de confiança. As regras constitucionais existem para guiar a política em geral e não podem ser modificadas só para destituir o presidente ou políticos da vez", considera.
A cronologia do processo de impeachment
Em dezembro de 2015, Eduardo Cunha dava início ao processo de impeachment da então presidente da República. De "carta-desabafo" à cassação de Dilma Rousseff, relembre os episódios que marcaram o julgamento.
Foto: Reuters/J. Marcelino
O aval
Em 2 de dezembro de 2015, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, autorizou a abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. A decisão foi tomada no mesmo dia em que a bancada do PT anunciou que votaria pela continuidade do processo de cassação de Cunha no Conselho de Ética, acirrando uma crise política já inflamada no Brasil.
Foto: Getty Images/AFP/Evaristo Sa
Motivo: "pedaladas fiscais"
No mesmo dia, em pronunciamento público, Dilma disse ter recebido "com indignação" a notícia. O pedido de impeachment – apresentado em outubro pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal – acusa a presidente de cometer crime de responsabilidade fiscal, com base na reprovação das contas de 2014 pelo Tribunal de Contas da União, incluindo as chamadas "pedaladas fiscais".
Foto: picture-alliance/dpa
O dia seguinte
Dilma foi notificada oficialmente da abertura do processo em 03/12, logo após Cunha (foto) ler a decisão em plenário. O presidente determinou ainda a criação de uma comissão especial na Câmara dos Deputados para analisar o pedido de impeachment. Na mesma data, o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou duas ações – uma do PT e outra do PCdoB – que tentavam barrar o processo de afastamento de Dilma.
Foto: Gustavo Lima/Câmara dos Deputados
A carta de Temer
Em 07/12, o vice-presidente Michel Temer enviou uma "carta-desabafo" a Dilma, em que expressa mágoas por ter sido, desde o primeiro mandato, um mero "vice decorativo". Ele diz ainda ter "ciência da absoluta desconfiança" da presidente. Especialistas interpretaram o texto como um rompimento de Temer com Dilma – lembrando que é ele quem assume a presidência caso ela sofra o impeachment.
Foto: AFP/Getty Images/E. Sa
Próximo passo: a comissão
O trâmite do processo exige a formação de uma comissão especial, com 65 deputados titulares e igual número de suplentes, indicados por líderes partidários, em quantidade proporcional ao tamanho de cada bancada – é obrigatória a participação de todas as legendas da Casa. Essa comissão dará um parecer pela abertura ou não do processo, que depois irá a plenário.
Foto: Luis Macedo /ABr
Tumulto na Casa
Em 08/12, a Câmara dos Deputados se reuniu pela primeira vez para definir a comissão especial, em votação secreta marcada por tumulto e quebra-quebra. Concorriam duas chapas: uma formada por deputados simpáticos ao governo, e outra oposicionista, favorável à saída da presidente. Venceu a chapa da oposição, com 39 membros, e uma votação suplementar seria realizada para escolher os nomes restantes.
Foto: Antonio Augusto /ABr
Processo suspenso
Essa votação, porém, nunca foi realizada. Ainda na noite de 08/12, o STF suspendeu a tramitação do processo, impedindo temporariamente a instalação da comissão especial. O plenário da Corte decidiu julgar um pedido liminar do PCdoB sobre a constitucionalidade da lei que regulamenta as normas de julgamento de impeachment. O partido criticou, por exemplo, o voto secreto na escolha da comissão.
Foto: EVARISTO SA/AFP/Getty Images
Novo rito de impeachment
Quase dez dias depois, em 17/12, o plenário do STF determinou algumas mudanças no rito de impeachment, que em sua maioria favoreceram a presidente. Os ministros decidiram conceder maior poder ao Senado na análise do afastamento; determinaram que não cabe voto secreto, nem formação de uma chapa alternativa para compor a comissão; mas negaram o pedido do PCdoB de afastar Cunha do processo.
Foto: Roberto Stuckert Filho
Recesso parlamentar
Para angústia do governo – que chegou a sugerir o cancelamento da pausa parlamentar de janeiro –, a análise do processo de impeachment entrou em hiato no fim de dezembro e assim permaneceu até 2 de fevereiro, quando os parlamentares voltaram do recesso. Segundo Cunha, a expectativa era de votar a comissão especial e concluir o processo na Câmara até março, para seguir para julgamento no Senado.
Foto: picture-alliance/Lou Avers
STF analisa embargos
O teor do acórdão em que o STF considera inconstitucionais alguns aspectos do processo de eleição da comissão especial da Câmara foi publicado em 08/03. No mesmo dia, a Câmara reapresentou os questionamentos e pediu a revisão do rito de impeachment pelos ministros do Supremo. Em votação realizada em 16/03, porém, a Corte rejeitou os recursos de Cunha e decidiu manter o rito definido em dezembro.
Foto: Agência Brasil/J. Cruz
Comissão está formada
A comissão especial, responsável por analisar o pedido de impeachment na Câmara, foi finalmente formada em 17/03, com deputados indicados pelos próprios líderes partidários. O relator da comissão é Jovair Arantes, líder do PTB na Casa e um dos principais aliados de Eduardo Cunha; e o presidente é Rogério Rosso, líder do PSD na Câmara.
Foto: G.Lima/Câmara dos Deputados
Trabalhos da comissão
Em 30/3, os membros da comissão ouviram dois autores do pedido de impeachment: os juristas Miguel Reale Jr. e Janaína Paschoal. No dia seguinte, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, foi ouvido como testemunha de defesa. No dia 4/4, o ministro José Eduardo Cardozo, da Advocacia-Geral da União, entregou a defesa escrita da presidente e fez a sustentação oral.
Foto: Getty Images/AFP/E. Sa
Comissão instaura processo
Parlamentares da comissão especial do impeachment votaram no dia 11/04 pela abertura do processo de impedimento da presidente Dilma Rousseff, em sessão marcada por troca de insultos. O placar sobre o parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO) foi de 38 votos a favor e 27 contra.
Foto: Getty Images/AFP/E. Sa
A votação na Câmara
Com o parecer admitido pela comissão especial, o processo seguiu para votação no plenário da Câmara dos Deputados. No dia 17/04, em sessão tumultuada e acalorada, os parlamentares decidiram pela continuidade do processo de impeachment, com 367 votos a favor e 137 contra – eram necessários 342 votos favoráveis para a aprovação. A questão segue agora para análise no Senado.
Foto: Reuters/U. Marcelino
Comissão especial de senadores
Dois dias após a apresentação do parecer do relator Antonio Anastasia (PSDB-MG, foto), favorável ao afastamento de Dilma, a comissão especial do Senado aprovou, em 06/05, a continuidade do processo de impeachment. Dos 21 senadores, 15 votaram pela aprovação, e apenas cinco votaram contra – três do PT, um do PCdoB e outro do PDT. O presidente da comissão, Raimundo Lira (PMDB-PB), não votou.
Foto: Agência Brasil/F. Rodrigues Pozzebom
Anulação da votação
Em 09/05, o presidente interino da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA) – que assumiu o comando da Casa após o afastamento de Eduardo Cunha –, anulou a votação do processo de impeachment realizada na Câmara semanas antes. Horas depois, no mesmo dia, Maranhão voltou atrás na decisão, provocando euforia entre os parlamentares governistas. Votação no Senado aconteceria em apenas dois dias.
Foto: Imago/Zumapress
Senado aprova afastamento da presidente
Em 12/05, após uma sessão de mais de 20 horas, o Senado aprovou por clara maioria a continuidade do processo de impeachment de Dilma. Foram 55 votos a favor do impedimento e 22 contrários. Após o aval dos senadores, a presidente fica afastada por 180 dias, enquanto é julgada, e o vice Michel Temer assume a presidência interinamente.
Foto: Getty Images/M.Tama
Relator defende julgamento final
Em seu relatório final sobre o processo de impeachment, apresentado em 02/08, o relator e senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) defendeu que Dilma vá a julgamento final pelo crime de responsabilidade fiscal. Anastasia argumentou que a presidente afastada abriu créditos suplementares sem autorização do Congresso Nacional e praticou as chamadas pedaladas fiscais.
Foto: Reuters/U.Marcelino
Comissão aprova relatório
Em 04/08, a Comissão Especial do Impeachment no Senado aprovou o relatório do senador Anastasia, favorável ao prosseguimento do processo de impeachment contra Dilma. Dos 21 senadores que compõem a comissão, 15 votaram a favor da continuação do processo, e cinco, contra. Com isso, a comissão encerrou os trabalhos. O relatório seguiu para votação por todos os 81 senadores.
Foto: Reuters/U. Marcelino
Senado decide levar Dilma a julgamento
Em 10/08, os senadores decidiram, por 59 votos contra 21, levar Dilma a julgamento. A maioria dos senadores seguiu o parecer do relator Anastasia, cujo relatório havia sido aprovado pela comissão especial do impeachment. O resultado indica que Dilma terá dificuldade para reverter seu afastamento definitivo na votação final. Para a condenação são necessários 54 votos.
Foto: Reuters/A. Machado
Iniciada fase final do processo
O Senado deu início à fase final do processo de impeachment no dia 25/08, quase nove meses após sua abertura. O primeiro dia de audiência teve mais de 15 horas de duração e foi marcado por bate-boca entre petistas e senadores favoráveis à saída definitiva de Dilma. O julgamento, que começou com os depoimentos de testemunhas, é comandado pelo presidente do STF, Ricardo Lewandowski.
Foto: Reuters/U. Marcelino
Discurso de defesa de Dilma
Em 29 de agosto, a presidente afastada Dilma Rousseff apresentou sua defesa da acusação de crime de responsabilidade no Senado. Em sua fala, a petista garantiu que sempre seguiu a Constituição, lembrou os tempos da ditadura militar, usou repetidas vezes o termo golpe e reiterou sua luta pela democracia. "Jamais haverá justiça na minha condenação", afirmou.
Foto: Getty Images/AFP/E. Sa
Dilma é cassada pelo Senado
Na votação final do processo de impeachment, o Senado decidiu, em 31/08, afastar em definitivo Dilma da Presidência da República. Foram 61 votos favoráveis ao impeachment e 20 contrários – eram necessários 54 para a cassação. Todos os 81 senadores participaram da sessão. Em segunda votação, porém, os parlamentares decidiram por manter o direito de Dilma de exercer cargos públicos.