É conhecido que bactérias podem se tornar resistentes aos antibióticos. Mas pesquisadores britânicos descobriram que, após o desenvolvimento de resistência, elas se multiplicam mais rapidamente do que antes.
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Pesquisadores da Universidade de Exeter, no sudoeste da Inglaterra, aplicaram antibióticos em bactérias Escherichia coli (também conhecida pela abreviatura E. coli) oito vezes num período de quatro dias. Observou-se que depois de cada aplicação, a bactéria intestinal desenvolveu uma nova resistência. A bactéria E. coli normalmente provoca diarreias e dores de estômago, além de insuficiência renal em casos extremos.
Os cientistas já esperavam que mutações fossem ocorrer. Mas eles se surpreenderam com a velocidade com a qual as bactérias se multiplicaram. Chegou ao ponto de as colônias de bactérias mutantes terem crescido três vezes mais no mesmo período experimental do que as amostras comparativas.
Depois que de suspenderem a aplicação de antibióticos, os pesquisadores observaram que as estirpes bacterianas mutantes mantiveram mesmo assim a capacidade de rápida proliferação.
"Isso sugere que as bactérias E. coli tiram vantagem no caso de desenvolverem resistência aos antibióticos", disse o líder do estudo, Roberto Beardmore. "Sempre foi dito", concluiu Beardmore, "que a evolução darwiniana é um processo lento, mas isso aparentemente não é o caso em bactérias sob influência de antibióticos."
A capacidade das bactérias de adaptarem seu material genético é notável, escreveram os pesquisadores na revista científica Nature Ecology % Evolution. Isso pode fazer com que, em apenas poucos dias, medicamentos não produzam mais o efeito esperado.
Para Mark Hewlett, também pesquisador na Universidade de Exeter, o resultado é um aviso: "Alguns dizem que a resistência a antibióticos não se forma quando a dose do fármaco é elevada o suficiente. Mas o nosso trabalho demonstra que é possível e que as bactérias mudem de uma forma na qual até potencializariam certos tipos de infecções."
Segundo Hewlett, é ainda mais importante que os antibióticos sejam administrados com antecedência e de forma pontual nos pacientes, para que nem chegue às tais mutações na prática clínica.
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