Antirretroviral impede transmissão do HIV em homens gays
3 de maio de 2019
Estudo que acompanhou quase mil casais homossexuais ao longo de oito anos conclui que homens soropositivos que tomam medicamentos não passam o vírus da aids adiante em sexo desprotegido.
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Um estudo europeu feito com quase mil casais de homens gays que tiveram sexo sem preservativos – e onde um deles era portador do HIV e tomava medicamentos antirretrovirais – descobriu que o tratamento pode prevenir a transmissão sexual do vírus.
Depois de oito anos de acompanhamento dos chamados casais "sorodiferentes" (com um membro soropositivo e outro soronegativo), os pesquisadores não encontraram casos de transmissão do HIV. O estudo foi publicado na revista médica The Lancet nesta quinta-feira (02/05).
Segundo os pesquisadores, o estudo comprova que o uso da terapia antirretroviral para suprimir o vírus causador da aids a níveis indetectáveis também significa que este não consegue mais ser transmitido via sexo. Ao longo dos oito anos, os casais somados fizeram sexo sem camisinha mais de 76 mil vezes.
"Nossas descobertas fornecem evidências conclusivas para homens gays de que o risco de transmissão do HIV com terapia antirretroviral supressiva é zero", disse a professora Alison Rodger, da University College London e coautora da pesquisa.
Rodger afirmou que essa "mensagem poderosa" pode ajudar a acabar com a pandemia em torno do HIV ao evitar a transmissão do vírus em populações de alto risco. Somente neste estudo, por exemplo, os pesquisadores estimaram que o tratamento antirretroviral supressivo evitou cerca de 472 transmissões de HIV durante os oito anos.
As descobertas se somam a uma fase anterior da pesquisa, que analisara o risco de transmissão do HIV em casais heterossexuais "sorodiferentes" nas mesmas circunstâncias. Também foi encontrado risco zero de transmissão.
Embora 15 homens entre os 972 casais gays analisados na segunda fase tenham se infectado com o HIV durante os oito anos de acompanhamento, os testes genéticos mostraram que essas infecções continham estirpes de HIV adquiridas de outro parceiro sexual.
Desde o início da epidemia da aids na década de 1980, mais de 77 milhões de pessoas foram infectadas pelo HIV. Quase metade – 35,4 milhões – morreu de aids, a síndrome de imunodeficiência adquirida, uma doença que afeta o sistema imunológico humano.
Especialistas em saúde global têm afirmado que a luta contra o HIV está num nível precário – o número anual de mortes por aids tem caído, e o número de pessoas que recebem tratamento antirretroviral, aumentado, mas o número de novas infecções segue teimosamente alto, com cerca de 1,8 milhão de novos casos por ano em todo o mundo.
PV/rtr/ots
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Embora a covid-19 seja muito contagiosa, sua taxa de mortalidade é relativamente baixa em comparação com esses dez vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Vírus de Marburg
O vírus mais perigoso do mundo é o Marburg. Ele leva o nome de uma pequena cidade alemã às margens do rio Lahn, onde o vírus foi documentado pela primeira vez. O Marburg provoca febre hemorrágica e, assim como o ebola, causa convulsões e sangramentos das mucosas, da pele e dos órgãos. A taxa de mortalidade do vírus chega a 88%.
Foto: Bernhard-Nocht-Institut
Ebola
O vírus do ebola foi descoberto em 1976 na República Democrática do Congo por uma equipe de pesquisadores belgas. A doença foi batizada com o nome do rio que passa pelo vilarejo onde ela foi identificada pela primeira vez. Ele pode ocorrer em cinco cepas distintas, denominadas de acordo com países e regiões na África: Zaire, Sudão, Bundibugyo, Reston, Floresta de Tai. A cepa Zaire é a mais fatal.
Foto: Reuters
Hantavírus
O hantavírus descreve uma ampla variedade de vírus. Assim como o ebola, ele também leva o nome de um rio – neste caso, onde soldados americanos foram os primeiros a se infectarem com a doença durante a Guerra da Coreia, em 1950. Os sinais são doenças pulmonares, febre e insuficiência renal.
Foto: REUTERS
Gripe aviária
Com uma taxa de mortalidade de 70%, o agente causador da gripe aviária espalhou medo durante meses. Mas o risco real de alguém se infectar com o vírus H5NI é muito baixo. Os seres humanos podem ser contaminados somente através do contato muito próximo com as aves. Por esse motivo, a maioria dos casos ocorre na Ásia, onde pessoas e galinhas às vezes vivem juntas em espaço pequeno.
Foto: AP
Febre de Lassa
Uma enfermeira na Nigéria foi a primeira pessoa a se infectar com o vírus Lassa. A doença é transmitida aos humanos através do contato com excrementos de roedores. A febre de Lassa ocorre de forma endêmica na África Ocidental, como é o caso, atualmente, mais uma vez na Nigéria. Pesquisadores acreditam que 15% dos roedores dali sejam portadores do vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Junin
O vírus Junin é associado à febre hemorrágica argentina. As pessoas infectadas apresentam inflamações nos tecidos, hemorragia e sépsis, uma inflamação geral do organismo. O problema é que os sintomas parecem ser tão comuns que a doença raramente é detectada ou identificada à primeira vista.
Crimeia-Congo
O vírus da febre hemorrágica Crimeia-Congo é transmitido por carrapatos. Ele é semelhante ao ebola e ao Marburg na forma como se desenvolve. Durante os primeiros dias de infecção, os doentes apresentam sangramentos na face, na boca e na faringe.
Foto: picture-alliance/dpa
Machupo
O vírus Machupo está associado à febre hemorrágica boliviana. A infecção causa febre alta, acompanhada de fortes sangramentos. Ele desenvolve-se de maneira semelhante ao vírus Junin. O Machupo pode ser transmitido de humano para humano, e é encontrado com frequência em roedores.
Foto: picture-alliance/dpa/Marks
Doença da floresta de Kyasanur
Cientistas descobriram o vírus da floresta de Kyasanur na costa sudoeste da Índia em 1955. Ele é transmitido por carrapatos, mas supõe-se que ratos, aves e suínos também possam ser hospedeiros. As pessoas infectadas apresentam febre alta, fortes dores de cabeça e musculares, que podem causar hemorragias.
Dengue
A dengue é uma ameaça constante. Transmitida pelo mosquito aedes aegypti, a doença afeta entre 50 e 100 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. O vírus representa um problema para os dois bilhões de habitantes que vivem nas áreas ameaçadas, como Tailândia, Índia e Brasil.