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Sociedade

Agências (rr)7 de outubro de 2008

O recém-lançado Anuário Estatístico 2008 revela transformações sociais na Alemanha de uma geração para outra. Especialmente afetada é a situação de crianças e famílias.

Situação de mães solteiras continua delicadaFoto: picture-alliance/ dpa

Trinta e um anos é a idade média com que as mulheres dão à luz pela primeira vez no país, e Marie e Leon foram, outra vez, os nomes mais dados a recém-nascidos em 2007. Os pais de uma em cada três crianças não são casados. Quase um quinto da população alemã tem histórico de migração e cerca de um quinto dos imigrantes possui o Abitur, que os habilita a estudar em instituições superiores de ensino – tudo isso consta do Anuário Estatístico 2008, apresentado nesta terça-feira (07/10) em Berlim.

Os números atestam mudanças significativas na Alemanha, onde especialmente a situação de crianças e famílias passa por uma verdadeira transformação. Jovens mulheres esperam cada vez mais para constituir família, porém as mães estão dispostas a deixar os filhos cada vez mais cedo em creches. Em 2007, uma em cada sete crianças com menos de três anos esteve sob o cuidado de terceiros em período integral (13,5%).

Mulheres continuam ganhando menos do que homensFoto: picture alliance / dpa Themendienst

Também a expectativa de vida dos alemães aumentou, chegando a 77 anos para pessoas do sexo masculino e a 82 anos para mulheres nascidos em 2006.

De uma geração para outra, muita coisa mudou: há 30 anos, a idade média das mulheres ao darem à luz era de 27 anos, sendo que apenas 9% das crianças não tinham pais casados. Também a expectativa de vida era menor, chegando apenas à média de 69 anos para homens e de 75 anos para mulheres nascidas em 1976 – um crescimento médio de três meses por ano.

Quase um quarto tem origem estrangeira

Surpreendente é o fato de a parcela dos que obtêm o Abitur ser maior entre a população migrante do que entre a alemã. De acordo com a estatística, cerca de 21% dos cidadãos alemães de origem estrangeira obtiveram o certificado necessário para serem admitidos em uma instituição superior de ensino em 2006, total que cai para 18% em relação ao restante da população.

Foto: AP

Segundo o presidente do Departamento Federal de Estatísticas (Destatis), Roderich Egeler, isso se deve ao fato de na Alemanha viverem muitos imigrantes do Leste Europeu com alto nível educacional. Ao mesmo tempo, salienta que também entre imigrantes foi acima da média o número de pessoas sem certificado escolar algum – 13% em 2006, bem acima dos 2% registrados no restante da população.

Além disso, o relatório indica que 18,4% da população do país têm histórico de migração – incluindo os 9% que não possuem passaporte alemão. Em Berlim, esse número chega a 25,7%.

Mulheres continuam recebendo salários significativamente menores do que homens. Em 2006, 40% da população do sexo feminino recebeu uma remuneração mensal líquida inferior a 900 euros, enquanto entre os homens esse total foi de apenas 14%.

Baviera é destino preferido dos alemães para fériasFoto: AP

Por outro lado, 31% da população masculina recebeu um salário líquido de 2 mil euros ou mais, em comparação a apenas 9% da população feminina que ganhou este valor. Segundo o relatório, uma das razões para isso é o grande número de mulheres que têm ocupações de baixa remuneração (68%) ou que trabalham em regime de meio período (82%).

Férias no próprio país

Quando saem de férias, os alemães dão preferência a destinações no próprio país, que perfazem cerca de 65% de todas as viagens particulares feitas em 2007. O principal destino foi a Baviera, que atraiu 11% dos viajantes. Os destinos internacionais preferidos foram a Áustria e a Espanha, tendo cada uma atraído 5% dos turistas alemães.

No entanto, mais de um quarto da população alemã não dispõe de meios financeiros para sair de férias. Especialmente complicada é a situação de mães solteiras, das quais quase a metade (47%) não têm dinheiro para viajar.

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