Anvisa autoriza uso emergencial de coquetel contra covid-19
20 de abril de 2021
Coquetel experimental é composto por anticorpos monoclonais. Medicamento é indicado para casos leves e moderados, de pacientes que não precisem de internação ou oxigênio suplementar.
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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta terça-feira (20/04) o uso emergencial de um coquetel experimental para o tratamento da covid-19, composto pelos anticorpos monoclonais casirivimabe e imdevimabe (Regn-CoV2).
Os dois medicamentos são experimentais, desenvolvidos pela farmacêutica suíça Roche, em parceria com a empresa de biotecnologia americana Regeneron. Eles não são recomendados para prevenir a doença e só poderão ser administrados em ambiente hospitalar, sob supervisão médica, determinou a Anvisa. Além disso, a comercialização ou venda em farmácias não será permitida.
O coquetel é indicado para quadros leves e moderados de covid-19, em pacientes a partir de 12 anos e com mais de 40 quilos, que tenham alto risco de progredir para formas graves da doença e que não necessitam de oxigênio de alto fluxo ou ventilação mecânica.
A aplicação é intravenosa (injeção) e deve ser administrada logo após a confirmação da doença, por meio de teste viral, até dez dias após o início dos sintomas.
A medicação é indicada especialmente para pacientes com mais de 65 anos, obesos, que tenham doença cardiovascular, hipertensão, doença pulmonar crônica, aids, diabetes, doenças respiratórias, doença renal crônica e doença hepática, entre outras comorbidades que favoreçam um quadro grave da covid-19.
A Anvisa alerta que, de acordo com dados do estudo clínico, os anticorpos não demonstraram benefício em pacientes internados com covid-19, podendo até estar associados a desfechos clínicos piores quando usados.
Como funciona
Anticorpos monoclonais são proteínas feitas em laboratório que imitam a capacidade do sistema imunológico de combater patógenos nocivos, como vírus. Monoclonal significa que os anticorpos usados são todos iguais e atacam o vírus em um alvo claramente definido.
O casirivimabe e o imdevimabe são anticorpos monoclonais especificamente direcionados contra a proteína spike do Sars-CoV-2, projetados para bloquear a adesão e a entrada do vírus em células humanas. Assim, o vírus não consegue replicar seu material genético, e a doença é controlada.
Segundo o gerente-geral de medicamentos e produtos biológicos da Anvisa, Gustavo Silva Santos, os dois anticorpos monoclonais trabalham para neutralizar o vírus, fornecendo "anticorpos extras" para os pacientes.
"A ideia desse produto é que nesses pacientes se mimetize o que seria a resposta imune natural dos anticorpos produzidos em células e que essa produção extra-humana de anticorpos ajude a promover a ação imunológica", explica Santos.
No entanto, ele reforça que a medicação não deve ser usada em pacientes graves. "Esse produto não é recomendado para quem já está na situação grave da doença. Observa-se uma piora no desfecho clínico quando administrado em pacientes hospitalizados com covid-19 que necessitam de suplementação de oxigênio de alto fluxo ou ventilação mecânica", acrescentou.
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Redução de internações
Segundo Santos, os resultados preliminares da pesquisa com pacientes ambulatoriais, desde o diagnóstico da doença até 29 dias após início do tratamento, mostraram uma redução de 70,4% na hospitalização ou morte relacionadas à covid-19.
O coquetel já havia sido aprovado para uso emergencial pela Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos. Ele foi usado no tratamento do ex-presidente americano Donald Trump, quando o republicano contraiu a doença no ano passado.
A Alemanha também anunciou a compra e o uso do coquetel em janeiro. "Eles funcionam como uma vacinação passiva. A administração desses anticorpos pode ajudar os pacientes de alto risco na fase inicial a prevenir um agravamento da doença", disse o ministro da Saúde alemão, Jens Spahn.
De acordo com a Anvisa, a segurança e a eficácia dos anticorpos continuam sendo avaliadas por meio de estudos em andamento. Os possíveis efeitos colaterais incluem reação alérgica aguda, febre, calafrios, urticária, coceira e rubor.
Este é o segundo medicamento aprovado pela Anvisa com indicações de uso especificamente contra a covid-19. O primeiro foi o antiviral remdesivir, em março, que também só deve ser administrado em hospitais, em pacientes que não precisem de ventilação mecânica.
Para a aprovação do registro definitivo ainda são necessárias mais pesquisas e investigação clínica.
Segundo a Anvisa, não há estudos sobre a aplicação de vacinas contra a covid-19 em pacientes que foram submetidos ao novo medicamento. Por isso, a recomendação é de que o paciente aguarde 90 dias para tomar a vacina.
le/lf (Agência Brasil, ots)
Celebridades e políticos que testaram positivo para covid-19
Várias estrelas de cinema contraíram o coronavírus. A doença varreu a elite política global e afetou também os melhores atletas.
Foto: Joshua Roberts/Reuters
Emmanuel Macron
O presidente da França foi diagnosticado com o coronavírus dias depois de uma cúpula dos líderes da União Europeia, o que levou várias autoridades do bloco a adotarem o isolamento. Nos dias que antecederam o resultado, ele se reuniu também com lideranças políticas da França e membros de seu gabinete. Seus assessores disseram que ele mantém estilo de vida saudável e se exercita regularmente.
Foto: Lewis Joly/AP Photo/picture alliance
Donald Trump
Após menosprezar a doença durante meses, o presidente dos Estados Unidos confirmou que ele e a primeira-dama, Melania Trump, estavam infectados com o coronavírus em plena reta final de sua campanha à reeleição. Trump raramente aparecia em público usando máscaras de proteção e ignorou em diversas ocasiões os alertas das autoridades de saúde.
Foto: picture-alliance/CNP/A. Drago
Andrzej Duda
O presidente da Polônia, Andrzej Duda, testou positivo para o coronavírus, anunciou um porta-voz no dia 24 de outubro. Dias antes, ele esteve em um fórum de investimento na Estônia, onde se encontrou com o presidente búlgaro, Rumen Radev, que entrou em isolamento profilático depois de ter contato com alguém infectado em seu país de origem. No entanto, não foi confirmado como Duda se contaminou.
Foto: Photoshot/picture-alliance
Andrea Bocelli
O tenor italiano Andrea Bocelli testou positivo para o novo coronavírus em março. Ele relatou que teve apenas febre leve, e no mês seguinte, já fez uma apresentação na Catedral de Milão, vazia devido às regras de restrição.
Foto: Getty Images/S.Legato
Robert Pattinson
O ator, de 34 anos, mais conhecido por estrelar como o vampiro Edward Cullen na saga cinematográfica "Twilight", testou positivo para covid-19, obrigando a produção de "The Batman" a uma pausa apenas três dias depois de ter retomado trabalhos. Pattinson, que também foi Cedric Diggory na adaptação cinematográfica de "Harry Potter e o cálice de fogo", sucede Ben Affleck como o Homem Morcego.
Foto: picture-alliance/dpa/Sputnik/E. Chesnokova
Dwayne 'The Rock' Johnson
O lutador que virou estrela de cinema se tornou uma das mais recentes celebridades a contraírem covid-19. Em um vídeo no Instagram, Johnson revelou que ele, sua esposa e duas filhas testaram positivo — acrescentando que ele teve "uma experiência difícil" com os sintomas. Ele também pediu às pessoas que parem de "politizar" a pandemia e "usem máscara".
Foto: picture-alliance/AP Photo/R. Shotwell
Neymar
O craque brasileiro é um dos três jogadores do PSG a contraírem o vírus, informou a agência de notícias AFP em 2 de setembro. Acredita-se que o surto no clube esteja relacionado a uma viagem de férias que o time fez à ilha espanhola de Ibiza. Posteriormente, Neymar postou uma foto no Instagram com seu filho, que também supostamente testou positivo: "Obrigado pelas mensagens. Estamos todos bem".
Foto: Getty Images/AFP/D. Ramos
Silvio Berlusconi
O ex-premiê italiano de 83 anos testou positivo para o vírus e estaria assintomático, segundo anúncio de seu médico em 2 de setembro. Dois dos filhos de Berlusconi e sua namorada de 30 anos também testaram positivo. O ex-premiê testou positivo depois de passar férias na costa da Sardenha, onde os ricos e famosos da Itália costumam desdenhar das políticas de restrição.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Vojinovic
Usain Bolt
A lenda do atletismo Usain Bolt testou positivo poucos dias depois de realizar uma festa para comemorar seu 34º aniversário no final de agosto. O detentor do recorde para os 100 e 200 metros rasos disse que entrou em quarentena, mas que não estava exibindo sintomas. Vídeos da festa de aniversário ao ar livre de Bolt mostraram convidados sem máscaras durante a celebração.
Foto: Reuters/M. Childs
Antonio Banderas
O ator espanhol teve uma surpresa indesejável em seu 60º aniversário em meados de agosto, depois de um teste positivo para o coronavírus. Banderas disse que passou seu aniversário isolado e que estava "mais cansado do que de costume", mas "esperando se recuperar o mais rápido possível".
Foto: picture-alliance/Captital Pictures
Jair Bolsonaro
O presidente brasileiro, que repetidamente minimizou a gravidade da pandemia, contraiu o vírus em julho. Ele foi criticado por ignorar as medidas de segurança recomendadas por especialistas em saúde antes e depois de seu diagnóstico, incluindo apertar as mãos e abraçar apoiadores na multidão. Sua mulher, Michelle, e os filhos Jair Renan e Flávio também testaram positivo.
Foto: picture-alliance/dpa/E. Peres
Tom Hanks
O ator Tom Hanks e sua mulher, a atriz e cantora Rita Wilson, foram algumas das primeiras celebridades a anunciar que contraíram o vírus. O casal testou positivo para a covid-19 em meados de março, quando estava na Austrália. Depois de se recuperar e retornar aos Estados Unidos, Hanks defendeu que as pessoas façam sua parte para retardar a propagação da doença.
Foto: picture-alliance/AP/Invision/J. Strauss
Sophie Gregoire Trudeau
Sophie Gregoire Trudeau, mulher do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, testou positivo para coronavírus depois de retornar do Reino Unido em meados de março. O marido dela anunciou ter se isolado na residência oficial, mesmo sem apresentar sintomas da enfermidade.
Foto: Reuters/P. Doyle
Boris Johnson
No final de março, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, contraiu o coronavírus que o levou ao hospital por vários dias. Johnson passou uma semana em um hospital em Londres e três noites na UTI, onde recebeu oxigênio e foi observado 24 horas por dia. Ele teve alta em meados de abril, e os funcionários do hospital receberam o crédito de ter salvado sua vida.
Foto: picture-alliance/AP Photo/S. Dawson
Ambrose Dlamini
O primeiro-ministro de Essuatíni (antiga Suazilândia), Ambrose Dlamini, contraiu o coronavírus e morreu em decorrência da covid-19, em dezembro de 2020. Ele tinha 52 anos e chegou a ser internado em um hospital da África do Sul, mas não resistiu.
Foto: RODGER BOSCH/AFP
Hamilton Mourão
O vice-presidente, Hamilton Mourão, anunciou no final de dezembro de 2020 que havia testado positivo para a covid-19. Ele ficou 12 dias em isolamento no Palácio do Jaburu, em Brasília. Antes de receber o diagnóstico, o vice-presidente teve dor no corpo, dor de cabeça e febre que não passou de 38 graus. Em março de 2021, ele recebeu a primeira dose da Coronavac.
Foto: Sergio Lima/AFP
Larry King
O lendário apresentador de TV americano Larry King morreu em janeiro de 2021, em decorrência da covid-19. Ele tinha 87 anos e comandava um tradicional programa de entrevistas na CNN há mais de duas décadas.
Foto: Radovan Stoklasa/REUTERS
Alberto Fernández
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, de 62 anos, anunciou no começo de abril de 2021 que contraiu o coronavírus. Segundo a Unidade Médica Presidencial, ele não teve sintomas, graças à imunização pela vacina russa Sputnik V, recebida dois meses antes.