Anvisa libera Remdesivir para o tratamento da covid-19
12 de março de 2021
Embora autorizado para uso emergencial nos Estados Unidos, medicamento não é recomendado pela OMS no tratamento de pacientes com covid-19.
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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta sexta-feira (12/03) o antiviral Remdesivir como primeiro medicamento com indicação em bula no Brasil para o tratamento de pacientes com covid-19. A droga é desenvolvida pela empresa americana Gilead Sciences e, originalmente, é usada no tratamento do ebola.
No caso da covid-19, o medicamento é indicado para pacientes hospitalizados com pneumonia, maiores de 12 anos e que tenham mais de 40 quilos. De acordo com a Anvisa, ele é pode ser aplicado em pacientes que requerem administração suplementar de oxigênio, mas que não estejam com ventilação mecânica.
A droga é usada de forma intravenosa, ou seja, injetada, por no mínimo cinco dias e no máximo dez dias, e visa impedir a replicação do vírus. O medicamento não é vendido em farmácias.
Embora aprovado em novembro do ano passado nos Estados Unidos de forma emergencial pela Food and Drug Administration (FDA), agência governamental que regula os produtos de saúde pública no país, o uso do medicamento no tratamento da covid-19 é polêmico e não indicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Uma pesquisa publicada em outubro e divulgada pela OMS, apontou que o Remdesivir não é eficiente na recuperação de pacientes com covid-19. De acordo com o estudo Solidarity Therapeutics Trial, o Remdesivir parece "ter pouco ou nenhum efeito" no combate à mortalidade causada pela doença ou na redução do tempo de internação.
O estudo examinou os efeitos do Remdesivir e de outras drogas em mais de 11.000 pacientes, em 405 hospitais de 30 países. A pesquisa se concentrou na análise dos efeitos desses medicamentos sobre a mortalidade, a necessidade de receber ventilação mecânica e o tempo de internação.
No entanto, a Anvisa se baseou em outras pesquisas para liberar o medicamento. A principal delas, foi o estudo ACTT-1 do Instituto Nacional para Doenças de Alergia e Infecciosas (NIAID, na sigla em inglês). A pesquisa constatou uma redução do tempo da doença, mas não foi comprovada com certeza ter ocorrido uma redução de mortalidade.
A Anvisa também se apoiou em outros dois estudos da própria empresa fabricante. De acordo a Gilead Sciences, os pacientes hospitalizados que receberam Remdesivir se recuperaram, em média, cinco dias mais rápido do que aqueles que tomaram o placebo. Entre os pacientes em estado mais grave, a recuperação foi sete dias mais rápida.
Segundo a companhia, com o Remdesivir "a possibilidade de os pacientes progredirem para estágios mais graves foi reduzida", e o medicamento "reduz a capacidade do vírus de se replicar no corpo".
O medicamento foi usado pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump, quando ele contraiu o coronavírus, no começo de outubro.
Também nesta sexta-feira, a Anvisa concedeu o registro definitivo à vacina contra covid-19, desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca em parceria com a universidade de Oxford, que já tinha autorização parauso emergencial no país e já vem sendo aplicada.
Com a liberação, a vacina terá uma etapa de produção no Brasil, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
É o segundo registo de uso definitivo de vacinas contra a covid-19 aprovado no país. Em fevereiro, a Anvisa aprovou a da Pfizer-BioNTech.
le (ots)
Celebridades e políticos que testaram positivo para covid-19
Várias estrelas de cinema contraíram o coronavírus. A doença varreu a elite política global e afetou também os melhores atletas.
Foto: Joshua Roberts/Reuters
Emmanuel Macron
O presidente da França foi diagnosticado com o coronavírus dias depois de uma cúpula dos líderes da União Europeia, o que levou várias autoridades do bloco a adotarem o isolamento. Nos dias que antecederam o resultado, ele se reuniu também com lideranças políticas da França e membros de seu gabinete. Seus assessores disseram que ele mantém estilo de vida saudável e se exercita regularmente.
Foto: Lewis Joly/AP Photo/picture alliance
Donald Trump
Após menosprezar a doença durante meses, o presidente dos Estados Unidos confirmou que ele e a primeira-dama, Melania Trump, estavam infectados com o coronavírus em plena reta final de sua campanha à reeleição. Trump raramente aparecia em público usando máscaras de proteção e ignorou em diversas ocasiões os alertas das autoridades de saúde.
Foto: picture-alliance/CNP/A. Drago
Andrzej Duda
O presidente da Polônia, Andrzej Duda, testou positivo para o coronavírus, anunciou um porta-voz no dia 24 de outubro. Dias antes, ele esteve em um fórum de investimento na Estônia, onde se encontrou com o presidente búlgaro, Rumen Radev, que entrou em isolamento profilático depois de ter contato com alguém infectado em seu país de origem. No entanto, não foi confirmado como Duda se contaminou.
Foto: Photoshot/picture-alliance
Andrea Bocelli
O tenor italiano Andrea Bocelli testou positivo para o novo coronavírus em março. Ele relatou que teve apenas febre leve, e no mês seguinte, já fez uma apresentação na Catedral de Milão, vazia devido às regras de restrição.
Foto: Getty Images/S.Legato
Robert Pattinson
O ator, de 34 anos, mais conhecido por estrelar como o vampiro Edward Cullen na saga cinematográfica "Twilight", testou positivo para covid-19, obrigando a produção de "The Batman" a uma pausa apenas três dias depois de ter retomado trabalhos. Pattinson, que também foi Cedric Diggory na adaptação cinematográfica de "Harry Potter e o cálice de fogo", sucede Ben Affleck como o Homem Morcego.
Foto: picture-alliance/dpa/Sputnik/E. Chesnokova
Dwayne 'The Rock' Johnson
O lutador que virou estrela de cinema se tornou uma das mais recentes celebridades a contraírem covid-19. Em um vídeo no Instagram, Johnson revelou que ele, sua esposa e duas filhas testaram positivo — acrescentando que ele teve "uma experiência difícil" com os sintomas. Ele também pediu às pessoas que parem de "politizar" a pandemia e "usem máscara".
Foto: picture-alliance/AP Photo/R. Shotwell
Neymar
O craque brasileiro é um dos três jogadores do PSG a contraírem o vírus, informou a agência de notícias AFP em 2 de setembro. Acredita-se que o surto no clube esteja relacionado a uma viagem de férias que o time fez à ilha espanhola de Ibiza. Posteriormente, Neymar postou uma foto no Instagram com seu filho, que também supostamente testou positivo: "Obrigado pelas mensagens. Estamos todos bem".
Foto: Getty Images/AFP/D. Ramos
Silvio Berlusconi
O ex-premiê italiano de 83 anos testou positivo para o vírus e estaria assintomático, segundo anúncio de seu médico em 2 de setembro. Dois dos filhos de Berlusconi e sua namorada de 30 anos também testaram positivo. O ex-premiê testou positivo depois de passar férias na costa da Sardenha, onde os ricos e famosos da Itália costumam desdenhar das políticas de restrição.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Vojinovic
Usain Bolt
A lenda do atletismo Usain Bolt testou positivo poucos dias depois de realizar uma festa para comemorar seu 34º aniversário no final de agosto. O detentor do recorde para os 100 e 200 metros rasos disse que entrou em quarentena, mas que não estava exibindo sintomas. Vídeos da festa de aniversário ao ar livre de Bolt mostraram convidados sem máscaras durante a celebração.
Foto: Reuters/M. Childs
Antonio Banderas
O ator espanhol teve uma surpresa indesejável em seu 60º aniversário em meados de agosto, depois de um teste positivo para o coronavírus. Banderas disse que passou seu aniversário isolado e que estava "mais cansado do que de costume", mas "esperando se recuperar o mais rápido possível".
Foto: picture-alliance/Captital Pictures
Jair Bolsonaro
O presidente brasileiro, que repetidamente minimizou a gravidade da pandemia, contraiu o vírus em julho. Ele foi criticado por ignorar as medidas de segurança recomendadas por especialistas em saúde antes e depois de seu diagnóstico, incluindo apertar as mãos e abraçar apoiadores na multidão. Sua mulher, Michelle, e os filhos Jair Renan e Flávio também testaram positivo.
Foto: picture-alliance/dpa/E. Peres
Tom Hanks
O ator Tom Hanks e sua mulher, a atriz e cantora Rita Wilson, foram algumas das primeiras celebridades a anunciar que contraíram o vírus. O casal testou positivo para a covid-19 em meados de março, quando estava na Austrália. Depois de se recuperar e retornar aos Estados Unidos, Hanks defendeu que as pessoas façam sua parte para retardar a propagação da doença.
Foto: picture-alliance/AP/Invision/J. Strauss
Sophie Gregoire Trudeau
Sophie Gregoire Trudeau, mulher do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, testou positivo para coronavírus depois de retornar do Reino Unido em meados de março. O marido dela anunciou ter se isolado na residência oficial, mesmo sem apresentar sintomas da enfermidade.
Foto: Reuters/P. Doyle
Boris Johnson
No final de março, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, contraiu o coronavírus que o levou ao hospital por vários dias. Johnson passou uma semana em um hospital em Londres e três noites na UTI, onde recebeu oxigênio e foi observado 24 horas por dia. Ele teve alta em meados de abril, e os funcionários do hospital receberam o crédito de ter salvado sua vida.
Foto: picture-alliance/AP Photo/S. Dawson
Ambrose Dlamini
O primeiro-ministro de Essuatíni (antiga Suazilândia), Ambrose Dlamini, contraiu o coronavírus e morreu em decorrência da covid-19, em dezembro de 2020. Ele tinha 52 anos e chegou a ser internado em um hospital da África do Sul, mas não resistiu.
Foto: RODGER BOSCH/AFP
Hamilton Mourão
O vice-presidente, Hamilton Mourão, anunciou no final de dezembro de 2020 que havia testado positivo para a covid-19. Ele ficou 12 dias em isolamento no Palácio do Jaburu, em Brasília. Antes de receber o diagnóstico, o vice-presidente teve dor no corpo, dor de cabeça e febre que não passou de 38 graus. Em março de 2021, ele recebeu a primeira dose da Coronavac.
Foto: Sergio Lima/AFP
Larry King
O lendário apresentador de TV americano Larry King morreu em janeiro de 2021, em decorrência da covid-19. Ele tinha 87 anos e comandava um tradicional programa de entrevistas na CNN há mais de duas décadas.
Foto: Radovan Stoklasa/REUTERS
Alberto Fernández
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, de 62 anos, anunciou no começo de abril de 2021 que contraiu o coronavírus. Segundo a Unidade Médica Presidencial, ele não teve sintomas, graças à imunização pela vacina russa Sputnik V, recebida dois meses antes.