Anvisa libera venda de autotestes de covid em farmácias
28 de janeiro de 2022
Agência afirma que medida ajudará na triagem de casos de covid-19 e pede que quem tiver resultado positivo procure uma unidade de saúde ou faça consulta remota para confirmar infecção e receber orientações.
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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu nesta sexta-feira (28/01) autorizar a venda em farmácias de autotestes de covid-19, conhecidos como testes de antígeno, que podem diagnosticar uma infecção em poucos minutos.
Esse tipo de teste é feito com a inserção de um swab (um tipo de cotonete) no nariz da pessoa, que depois deve ser imergido em um tubo com fluído e agitado. Algumas gotas são em seguida pingadas em uma base plástica, e após cerca de 15 minutos o número de traços que aparecem no visor indica se há uma infecção.
É o mesmo tipo de teste rápido já feito em farmácias, mas deve ser mais barato, pois é aplicado pelo próprio consumidor.
Os autotestes, porém, não estarão disponíveis imediatamente para venda, pois as empresas interessadas agora terão que pedir o registro de seus produtos à Anvisa, que então analisará cada pedido.
O autoteste detecta os antígenos - determinadas proteínas do invólucro viral - e tem uma eficácia alta, mas é menos preciso do que o RT-PCR, que detecta o próprio material genético do coronavírus e deve ser feito em laboratório.
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Regras
A Anvisa sugeriu às empresas que venderão os autotestes que criem páginas na internet para que os consumidores informem o resultado de seus testes, mas a medida não é obrigatória.
A agência também orientou as pessoas que tenham resultado positivo que procurem uma unidade de saúde ou façam uma consulta remota para que o diagnóstico seja confirmado e recebam orientações médicas.
Segundo a decisão da Anvisa, os autotestes são indicados a "qualquer indivíduo sintomático ou assintomático, independentemente de seu estado vacinal, que tenha interesse e discernimento para realizar a autotestagem".
O Ministério da Saúde deverá incluir orientações sobre o uso dos autotestes nesta sexta-feira no "Plano Nacional de Expansão de Testagem para Covid-19" (PNE Teste).
Outros países já permitem
A venda de autotestes já é liberada em diversos países. Na Alemanha, é possível comprá-los em supermercados e farmácias, eles são distribuídos em escolas e diversas empresas orientam seus funcionários a fazer os testes em casa antes de se reunir com colegas.
Nos Estados Unidos, além da compra direta pelo consumidor, o próprio governo federal disponibilizou um sistema para enviar autotestes à casa de americanos que solicitarem.
A diretora da Anvisa Cristiane Rose Jourdan Gomes, relatora do processo, afirmou que os autotestes seriam úteis como "estratégia de triagem" e ajudariam no combate a pandemia, "principalmente nesse momento que o contágio pela doença é grande e muitas pessoas não conseguem ter acesso pelo SUS [Sistema Único de Saúde] e pela rede privada".
O pedido para a liberação dos autotestes foi feito pelo Ministério da Saúde em 13 de janeiro, como uma forma de contornar a falta de capacidade de testagem em unidades de saúde e laboratórios.
No dia 19, a Anvisa discutiu o tema, mas adiou a decisão para aguardar mais informações do governo federal sobre como deveria ser feita a notificação dos resultados positivos – o resultado de testes feitos em laboratórios e farmácias são informados regularmente ao poder público.
bl/lf (ots)
As variantes do novo coronavírus
Para evitar a estigmatização e a discriminação dos países onde as variantes do Sars-Cov-2 foram detectadas pela primeira vez, a OMS padronizou seus nomes conforme letras do alfabeto grego.
Foto: Sascha Steinach/ZB/picture alliance
Várias denominações para uma cepa
A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu que as novas variantes do coronavírus passam a ser chamadas por letras do alfabeto grego e não devem mais ser identificadas pelo local onde foram detectadas pela primeira vez. Cientistas criticavam ainda que estavam sendo usados vários nomes para a cepa descoberta na África do Sul, como B.1.351, 501Y.V2 e 20H/501Y.V2.
Foto: Christian Ohde/CHROMORANGE/picture alliance
Nomes científicos continuam válidos
A OMS pediu que os países e a imprensa passem a adotar a nova nomenclatura das variantes e evitem associar novas cepas aos locais de origem. A organização acrescentou, porém, que as novas denominações não substituem os nomes científicos, que devem continuar sendo usados em trabalhos acadêmicos.
Foto: Reuters/D. Balibouse
Variante alfa
A variante B.1.1.7 foi detectada em setembro de 2020 no Reino Unido e se espalhou pelo mundo. Segundo um estudo publicado em março na "Nature", há evidências de que a variante alfa seja 61% mais mortal do que o vírus original. Entre homens com mais de 85 anos, o risco de morte aumenta de 17% para 25%. Para mulheres da mesma faixa etária, de 13% para 19%, nos 28 dias posteriores à infecção.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante beta
Pesquisadores identificaram a variante B.1.351 em dezembro de 2020 na África do Sul. A cepa atinge pacientes mais jovens e é associada a casos mais graves da doença. Os cientistas sequenciaram centenas de amostras de todo o país desde o início da pandemia e observaram uma mudança no panorama epidemiológico, "principalmente com pacientes mais jovens, que desenvolvem formas graves da doença".
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante gama
A variante P.1 foi detectada pela primeira vez em 10 de janeiro de 2021 pelo Japão em passageiros vindos de Manaus. Originária do Amazonas, ela se espalhou pelo Brasil e outros países vizinhos. A cepa possui 17 mutações, três das quais estão na proteína spike. São provavelmente essas últimas que fazem com que o vírus possa penetrar mais facilmente nas células para então se multiplicar.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante delta
A variante B.1.617, detectada em outubro de 2020 na Índia, causa sintomas diferentes dos provocados por outras cepas, é significativamente mais contagiosa e aparentemente aumenta o risco de hospitalização, segundo sugeriram estudos. "O vírus se adapta de forma inteligente. Muitos doentes recebem resultados negativos nos testes, mas desenvolvem sintomas graves", explicou um médico de Nova Déli.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante ômicron
A nova variante B.1.1.529, batizada de ômicron pela Organização Mundial da Saúde, foi descoberta em 11 de novembro de 2021 em Botsuana, que faz fronteira com a África do Sul, onde a cepa também foi encontrada. A ômicron contém 32 mutações na chamada proteína "spike" (S), número considerado extremamente alto. Cientistas avaliam que essa variante se dissemina mais rapidamente do que as anteriores.
Foto: Andre M. Chang/Zuma/picture alliance
A busca pela padronização
O novo padrão foi escolhido após "uma ampla consulta e revisão de muitos sistemas de nomenclatura", afirma a OMS. O processo durou meses e entre as sugestões de padronização estavam nomes de deuses gregos, de religiões, de plantas ou simplesmente VOC1, VOC2, e assim por diante.
Foto: Ohde/Bildagentur-online/picture alliance
Nomes e apelidos polêmicos
Desde o início da pandemia, os nomes utilizados para descrever o Sars-Cov-2 têm provocado polêmica. O ex-presidente americano Donald Trump costumava chamar o novo coronavírus de "vírus da China", como forma de tentar culpar o país asiático pela pandemia. O vírus foi detectado pela primeira vez na cidade chinesa de Wuhan.
Foto: picture-alliance/AA/A. Hosbas
Novas cepas podem ser mais perigosas
Mutações em vírus são comuns, mas a maioria delas não afeta a capacidade de transmissão ou de causar manifestações graves de doenças. No entanto, algumas mutações, como as presentes nas variantes do coronavírus originárias do Reino Unido, da África do Sul e do Brasil, podem torná-lo mais contagioso.
Foto: DesignIt/Zoonar/picture alliance
Associação ao local de origem
Historicamente, vírus novos costumam ganhar nomes associados ao local de descoberta, como o ebola, que leva o nome de um rio congolês. No entanto, esse padrão pode ser impreciso, como é o caso da gripe espanhola de 1918. As origens desse vírus são desconhecidas, mas acredita-se que os primeiros casos tenham surgido no estado do Kansas, nos Estados Unidos.
Foto: picture-alliance/National Museum of Health and Medicine