Ao menos 112 mortos em atentado contra civis na Síria
16 de abril de 2017
Ataque contra comboio de ônibus com refugiados retirados de cidades sitiadas provoca número bem maior de vítimas fatais nos arredores de Aleppo. Até agora, não se conhecem os responsáveis pela explosão de carro-bomba.
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O Observatório de Direitos Humanos na Síria informou neste domingo (16/04) que após o atentado de sábado com um carro-bomba nas proximidades de Aleppo, contra um comboio de ônibus com mais de 5 mil pessoas retiradas de cidades sitiadas pelos rebeldes, o número de mortos subiu para ao menos 112.
Segundo o Observatório diante das "centenas" de feridos, essa cifra poderá se elevar ainda mais. A organização ligada à oposição síria e sediada em Londres recebe suas informações de ativistas locais.
O comboio de ônibus com milhares pessoas partiu na sexta-feira, chegando durante a madrugada de sábado a Rashidin, perto de Aleppo. O carro-bomba, um furgão destinado ao transporte de alimentos, explodiu nas proximidades dos 75 ônibus. Ali se encontravam principalmente moradores de Fuaa e Kafraya, cidades do noroeste da Síria ainda nas mãos do governo, mas sitiadas pelos rebeldes.
Rebeldes entre os mortos
De acordo com o Observatório de Direitos Humanos da Síria, 98 pessoas evacuadas morreram. As demais vítimas são voluntários e combatentes rebeldes que vigiavam o comboio de ônibus.
Ainda não se sabe quem é o responsável pela explosão. A agência estatal de notícias Sana falou de um atentado praticado por "terroristas". Ativistas da oposição, no entanto, culpam apoiadores do governo em Damasco.
A realocação dos civis faz parte de um acordo entre governo e rebeldes, assinado sob a mediação do Irã e do Catar, que prevê que milhares de pessoas sejam retiradas das cidades de Fuaa e Kafraya. Além disso, os moradores de Madaya e Zabadani, cidades cercadas por tropas do governo sírio, também devem ser evacuados.
Parte da oposição síria criticou severamente o acordo assinado para o deslocamento dos moradores, pois isso se destinaria a um reassentamento forçado com vista a afastar os inimigos do governante sírio, Bashar al-Assad, das principais cidades do oeste da Síria.
O governo explicou que a realocação permitiria retomar do controle de locais destruídos perto de Damasco e garantir novamente o abastecimento. O acordo assinado em março prevê a retirada de 30 mil pessoas em diferentes etapas.
CA/afp/dpa/rtr/efe/dw
Ataque americano a base aérea síria
Após ameaça do presidente Donald Trump, Estados Unidos bombardeiam base aérea da Síria em reação a suposto ataque químico do regime Assad.
Foto: Reutres/M. Sezer
59 mísseis de cruzeiro
Na madrugada desta sexta-feira (07/04), os Estados Unidos bombardearam uma base aérea na Síria com 59 mísseis guiados, em retaliação a um suposto ataque com gás tóxico na terça-feira. De acordo com ativistas, quatro soldados sírios teriam morrido, e a base foi quase completamente destruída.
Foto: picture-alliance/AP Images/US Navy/F. Williams
Base no mar Mediterrâneo
Os mísseis de cruzeiro do tipo Tomahawk foram disparados dos navios de guerra USS Porter e USS Ross, estacionados no Mar Mediterrâneo. Foi a primeira vez que os EUA atacaram tropas do governo sírio nos seis anos da guerra civil no país. Até então, o país havia concentrado esforços em combater a organização jihadista "Estado Islâmico" (EI).
Foto: picture-alliance/AP Photo/US Navy/F. Williams
Alvo dos bombardeios
Antes do ataque com 59 mísseis de precisão Tomahawk, a base aérea de Shayrat era assim. Segundo o presidente Donald Trump, dessa base saíram os aviões responsáveis pelo ataque químico de terça-feira, que deixou dezenas de mortos. Os alvos teriam sido aviões e pistas de pouso e decolagem.
Foto: 2017 Google Maps
No leste da Síria
A base aérea fica nas proximidades de Homs, um dos primeiros focos da guerra civil contra o regime do presidente Bashar al-Assad.
Revés de Trump
A ação militar representa uma reviravolta na posição dos Estados Unidos no conflito na Síria. Depois de um ataque com armas químicas muito mais amplo, com centenas de mortos em agosto de 2013, pelo qual as tropas do governo também foram responsabilizadas, o então presidente Barack Obama apelara insistentemente contra uma retaliação a Assad.
Foto: Reuters/C. Barria
Ameaça ao Conselho de Segurança
"Se as Nações Unidas violarem continuamente sua obrigação de reação coletiva, somos obrigados a tomar nossas próprias medidas", disse a embaixadora dos EUA, Nikki Haley, no Conselho de Segurança da ONU, exibindo imagens de vítimas do gás letal. Por seu lado, Moscou advertiu contra uma condenação precipitada.
Foto: Reuters/S. Stapelton
Ataque intencional ou acidente?
Na terça-feira, durante um bombardeio de um bairro da cidade de Khan Cheikhoun, na província de Idlib, foi liberado o gás tóxico, causando a morte de mais de 80 pessoas. Quem é o responsável? A liderança síria? Ou os próprios rebeldes, para acusar os sírios? Não há provas da autoria.