Atentados com carros-bomba nas cidades de Tikrit e Samarra ocorrem em momento em que avança ofensiva para retomada de Mossul, bastião do "Estado Islâmico". OMS condena uso de ambulâncias pelos jihadistas.
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Ao menos 27 pessoas morreram neste domingo (06/11) em dois atentados terroristas nas cidades de Tikrit e Samarra, na província iraquiana de Salah-ad-Din, ao sul de Mossul. A agência Amaq, vinculada ao "Estado Islâmico" (EI), afirmou que o grupo extremista está por trás dos ataques.
O primeiro, no qual morreram ao menos 15 pessoas, teve como alvo um posto de segurança em Tikrit, capital de Salah-ad-Din. Uma ambulância foi usada como carro-bomba no ataque, que deixou outras 35 pessoas feridas.
No segundo atentado, no qual ao menos 12 pessoas morreram e outras dezenas ficaram feridas, um homem-bomba estacionou uma ambulância carregada de explosivos perto de uma garagem de ônibus. Nela estavam peregrinos xiitas, considerados hereges pelo EI. O homem detonou o veículo e depois os explosivos que tinha amarrados ao corpo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) condenou a utilização de ambulâncias pelos jihadistas. "O uso desses veículos como arma ameaça a capacidade de proporcionar cuidado e serviços médicos urgentes", disse a entidade em comunicado.
Os ataques deste domingo ocorrem num momento em que forças iraquianas, apoiadas pela coalizão internacional liderada pelos EUA, avançam com a ofensiva para retomar a cidade de Mossul das mãos do EI.
O grupo extremista intensificou seus ataques em diferentes partes do Iraque desde o início da operação, no último dia 17 de outubro. Neste domingo, forças iraquianas envolveram-se em combates de rua em distritos a norte e leste de Mossul. A segunda maior cidade do país foi tomada pelos jihadistas em meados de 2014.
LPF/dpa/efe/rtr/ap/lusa
A guerra particular das mulheres contra o "Estado Islâmico"
Em meados de 2014, a organização jihadista EI invadiu os territórios dos yazidis no norte do Iraque. Centenas de mulheres foram sequestradas, violentadas, escravizadas. Agora elas lutam contra os terroristas.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Localizando o inimigo
Perto da cidade de Mossul, no Iraque, a combatente curda Haseba Nauzad examina de binóculo a linha de front que separa o território curdo daquele controlado pela organização terrorista "Estado Islâmico" (EI). Em cooperação com o Exército iraquiano, os curdos ganham cada vez mais terreno contra os jihadistas.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Vanguarda da resistência
Inimigo localizado, é hora de atirar. Juntamente com a camarada yazidi Asema Dahir (3ª da dir.) e outras combatentes, Haseba mira os terroristas do EI. Como as ofensivas aéreas não bastam para derrotar os jihadistas, as yazidis e curdas formam a linha de frente no combate de solo.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Visão desimpedida
Haseba Nauzad prende os cabelos num rabo de cavalo: para mirar com exatidão, nada pode atrapalhar a visão. Para os ocidentais pouco mais do que um capricho da moda, o "military look" reflete uma sofrida realidade tanto aqui no Iraque como na Síria.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Companheiro fiel e símbolo de outros tempos
Asema Dahir faz uma pausa no combate. O ursinho de pelúcia vermelho que leva no braço é um símbolo de uma passado pacífico, encerrado abruptamente em meados 2014 com o ataque do EI. Para muitas mulheres yazidis começou aí uma época de sofrimento e de ruptura com tudo o que lhes era mais caro.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Imagem eloquente
O "Estado Islâmico" não teve piedade nem com os mais fracos. Implacavelmente perseguidos pelos fundamentalistas, em meados de 2014 centenas de milhares tiveram que procurar abrigo. Na época, esta foto de um ancião e suas acompanhantes deu a volta ao mundo como símbolo do sofrimento dos yazidis.
Foto: Reuters
Trauma de uma adolescente
Esta jovem yazidi não quis mostrar o rosto. Logo após a chegada do EI, ela foi forçada a se casar, aos 15 anos, com um militante do grupo. Dois meses mais tarde conseguiu escapar e agora vive novamente com a família. E relata horrores quase indizíveis.
Foto: picture-alliance/AP Photo/D. Bennett
Depois da batalha
Meses a fio, os jihadistas do EI também sitiaram a cidade de Kobane, no norte da Síria, bem na fronteira com a Turquia. Lá os curdos ofereceram resistência desesperada, até conseguir vencer os terroristas com a ajuda da Força Aérea americana. Para trás ficou um mar de ruínas.
Foto: Getty Images/AFP/Y. Akgul
União que faz a força
O EI ataca a todos que não compartilhem sua ideologia. Ele aposta numa tática divisiva, tentando instigar as diferentes confissões religiosas e etnias umas contra as outras. Nem sempre funciona: há muito, curdas e yazidis tornaram-se aliadas – o que já representa uma vitória simbólica contra os jihadistas.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Não à escravidão
Do ponto de vista militar, o "Estado Islâmico" ainda não está vencido, continuando a deter o controle sobre vastas regiões na Síria e no Iraque. As curdas e yazidis seguirão combatendo-o, e de quebra dão uma lição aos fundamentalistas: as mulheres não nasceram para ser escravas.