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Aos Brics, Temer diz ter caminho para saída da crise

4 de setembro de 2016

Em reunião à margem do G20, presidente tenta vender país estável, que está deixando crise política para trás. Ele diz que caminho do crescimento está sendo reconstruído e defende agenda de reformas estruturais.

Temer, Narendra Modi (Índia), Xi Jinping (China), Vladimir Putin (Rússia) e Jacob Zuma (África do Sul)
Temer, Narendra Modi (Índia), Xi Jinping (China), Vladimir Putin (Rússia) e Jacob Zuma (África do Sul)Foto: Reuters/W. Zhao

O presidente Michel Temer afirmou neste domingo (04/09) durante uma reunião informal dos líderes dos países do grupo Brics – formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – que "o caminho do crescimento está sendo reconstruído" e que as medidas tomadas nos últimos meses já mostram efeitos sobre a economia.

"Com as medidas tomadas nos últimos meses, já há sinais de retomada da economia brasileira. Estamos seguros de que, em breve, a nossa economia voltará a crescer, em benefício dos brasileiros e da economia global", disse Temer em seu primeiro fórum internacional após a confirmação do impeachment de Dilma Rousseff, na última quarta-feira.

O Brasil passa por uma de suas piores recessões da história. No segundo trimestre deste ano, o país teve queda de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em comparação aos três meses anteriores. Foi o sexto trimestre consecutivo de recuo da economia, a mais longa sequência pela atual série histórica. A retração do PIB no segundo trimestre foi a mais forte sofrida pelas principais economias globais no período. Além do Brasil, só Chile (-0,4%), Canadá (-0,4%) e México (-0,2%) encolheram no segundo trimestre.

Temer declarou que pretende colocar em prática uma agenda de reformas estruturais e disse que, com a ajuda do Congresso, o governo vai instituir um teto constitucional para o crescimento de despesas governamentais. "No Brasil, o caminho do crescimento está sendo reconstruído. Estamos promovendo o ajuste fiscal amplo e sustentável", disse.

Ele afirmou ainda que pretende estimular investimentos em infraestrutura, sobretudo com a concessão de estradas, portos, aeroportos, rodovias e sistema de geração e transmissão de energia. "Uma ambiciosa agenda de reformas estruturais também está em curso para elevar a produtividade da economia e gerar um ambiente de negócios mais favorável."

As palavras de Temer estão em sintonia com um discurso que ele vem adotando repetidamente desde que foi oficializado no cargo: a de um país estável e que já superou o pior da crise política. A visita também pode ajudar a impulsionar o comércio com a China: neste ano, o Brasil foi o país que mais reduziu suas compras entre os principais parceiros comerciais chineses.

Temer durante sua chegada no aeroporto da cidade de Hangzhou na sexta-feiraFoto: picture-alliance/dpa

Peso dos Brics

Na reunião informal antes do início da cúpula do G20 em Hangzhou, na China, Temer defendeu que os países dos Brics são forças positivas para a estabilidade econômica mundial.

"As mudanças que estão em curso [na economia global] exigem a correspondente atualização de nossas estruturas de governo mundial", afirmou. "Nossos países devem continuar trabalhando juntos para o aprofundamento das reformas do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial. Precisamos de instâncias internacionais de decisão mais representativas e, portanto, mais legítimas e eficazes."

Temer pediu aos países do Brics que apoiem a constante melhora de um "sistema multilateral de comércio" mundial, e incentivou o fortalecimento das atuais capacidades da Organização Mundial do Comércio (OMC).

O mandatário brasileiro coincidiu com o presidente da China, Xi Jinping, que na mesma reunião disse que os Brics devem aumentar a coordenação para que os países em desenvolvimento e emergentes desempenhem um papel maior nos assuntos internacionais, informou a agência de notícias estatal Xinhua.

"Os países do Brics são forças positivas para a estabilidade econômica mundial", disse.

Ele ressaltou ainda que uma das grandes causas que os principais países emergentes do mundo deveriam apoiar é "a promoção do desenvolvimento sustentável". "Não há receitas simples para a adequada integração das dimensões econômica, social e ambiental do desenvolvimento, mas a tarefa é urgente", comentou.

FC/efe/ots

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