Reforma da Biblioteca Estatal de Berlim é concluída
5 de novembro de 2019
Chega ao fim a longa restauração de um dos últimos edifícios remanescentes do guilherminismo na capital alemã. A Staatsbibliothek guarda tesouros históricos como partituras de Beethoven e Mozart e manuscritos de Bach.
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O número de vultosos canteiros de obras em Berlim é extenso. Portanto, marcar como finalizado um projeto é sempre bem-vindo. Nesta segunda-feira (04/11), após quase 15 anos de reparos na Biblioteca Estatal de Berlim (Staatsbibliothek), os principais arquitetos da obra e autoridades federais de construção entregaram à diretoria-geral as chaves da renovada biblioteca.
Na renovação de telhados, interiores e fachadas, o foco estava na retomada da estética clássica da era imperial. Além disso, foi feito o reparo de tubulações e infraestrutura técnica.
Particularmente impressionante é a cúpula de 35 metros de altura, que confere à Staatsbibliothek sua aparência histórica. A cúpula original havia sido destruída em um bombardeio em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial.
A enorme sala principal de leitura foi finalizada em 2012. Originalmente, todo o programa de restauração estava agendado para ser concluído naquele ano, mas acabou sendo postergado para 2016 e, finalmente, para 2019.
Por enquanto, no entanto, os visitantes não poderão apreciar a reforma, pois a Staatsbibliothek segue fechada, por ora. Isso porque estão planejadas para os próximos meses as realocações de escrituras e funcionários, além da disposição de revistas e a implementação de salas de leitura. O local deve ser finalmente reaberto ao público em meados de 2020 – e, em 2021, será construído um museu.
A reforma começou em 2005 e ocorreu, em grande parte, paralelamente ao funcionamento cotidiano da biblioteca. Seu custo total girou em torno de 470 milhões de euros – um valor cerca de 100 milhões de euros mais alto do que o calculado originalmente pelos construtores e arquitetos. O escritório de arquitetura HG Merz é responsável pelo conceito geral das medidas de renovação.
Fundada em 1661, a Biblioteca Estatal de Berlim pertence à Fundação do Patrimônio Cultural da Prússia. É a maior biblioteca científica em países de língua alemã. A sede e prédio principal da Staatsbibliothek é a Haus Unter den Linden, localizada numa área que fazia parte da antiga Berlim Oriental.
Como consequência da divisão alemã, existe um segundo prédio no Kulturforum (Fórum Cultural), na Rua Potsdamer Strasse, na antiga Berlim Ocidental – para onde está agendada a próxima restauração.
As prateleiras e os arquivos da renomada biblioteca guardam cerca de 25 milhões de mídias e objetos. Entre seus maiores tesouros estão partituras originais da 9ª Sinfonia de Ludwig van Beethoven e das grandes óperas de Wolfgang Amadeus Mozart, como a Flauta Mágica, além de 80% dos manuscritos de Johann Sebastian Bach.
O complexo atual foi construído entre 1903 e 1914, de acordo com os planos do arquiteto da corte imperial Ernst von Ihne. Trata-se de um dos últimos edifícios representativos do guilherminismo (período que abrange o reinado de Guilherme 2º da Alemanha, entre 1888 e 1918) em Berlim.
A única coisa que se precisa saber com certeza é onde fica a biblioteca, disse Albert Einstein uma vez. Confira aqui uma seleção de bibliotecas na Alemanha, em estilos que vão do barroco ao modernismo sem adornos.
Foto: Kolumba, Köln
Biblioteca Municipal de Stuttgart
Projetada para ser um centro de produção cultural, a Biblioteca Municipal de Stuttgart foi construída em 2011, como um cubo de nove andares. As paredes externas são de tijolos de vidro levemente acinzentados. No interior, ela é totalmente branca. Os livros que revestem os cinco andares do luminoso vão interno são os únicos arroubos de cor. À noite, a biblioteca é iluminada em diferentes cores.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Weißbrod
Biblioteca Anna Amalia
A Biblioteca Anna Amalia é uma pequena joia em Weimar que abriga livros, mapas, partituras e registros ancestrais. O seu nome é uma homenagem à duquesa, que fez com que os livros da corte fossem transferidos para o edifício rococó em 1766. Um incêndio em 2004 destruiu parte da preciosa coleção. O prédio considerado Patrimônio da Humanidade pela Unesco foi reaberto após três anos de restauração.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Woitas
Biblioteca Augusta
A Biblioteca Duque Augusto em Wolfenbüttel é uma das mais antigas do mundo entre as que chegaram aos dias atuais sem perdas em suas famosas coleções. Ela foi transformada numa das maiores bibliotecas europeias de sua época pelo duque Augusto (1579-1666), um ávido colecionador de livros. Ainda hoje, os acadêmicos continuam a recorrer à instituição por sua riqueza em literatura medieval.
Foto: picture-alliance/dpa/H. Hollemann
Biblioteca Foster
Devido à sua forma craniana, esta instituição berlinense foi apelidada de "o cérebro". Ela abriga as bibliotecas dos Departamentos de Filosofia e Humanidades da Universidade Livre de Berlim e logo se tornou um marco arquitetônico. Inaugurada em 2005, ela foi projetada pelo arquiteto britânico de renome internacional Norman Foster.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Andree/Helga Lade
Biblioteca de Ciências de Oberlausitz
Localizada em Görlitz, junto à fronteira com a Polônia, a Biblioteca de Ciências de Oberlausitz remonta a 1806. Simples, mas convidativa, trata-se de um dos mais impressionantes exemplos classicistas de prédios de biblioteca. Mais de 140 mil livros documentam a história, cultura, natureza e sociedade da região que vai de Dresden, no Oeste, até Wroclaw, no Leste.
Foto: picture-alliance/ZB/M. Hiekel
Centro Jacob e Wilhelm Grimm
O espetacular Centro Grimm é parte da Universidade Humboldt de Berlim. Construído em 2009, ele abriga uma biblioteca e os serviços de informática e mídia da universidade. A sala de leitura (foto) se localiza no centro do edifício. Por sua dimensão e sua concepção espacial quase cênica, ela proporciona "a sensação de ler a céu aberto", diz o arquiteto Max Dudler.
Foto: picture-alliance/dpa/R. Jensen
Biblioteca Estadual da Baviera
As coleções iniciadas em meados do século 16 cresceram para mais de 10 milhões de volumes na Biblioteca Estadual da Baviera em Munique, antes conhecida como Biblioteca Regia Monacensis (Biblioteca Real de Munique). Entre 1832 e 1843, o acervo foi transferido para o prédio atual, que foi completamente destruído na Segunda Guerra. A biblioteca levou anos para ser reconstruída.
Foto: picture-alliance/dpa
Sala de leitura Kolumba
A sala de leitura do Museu Kolumba, em Colônia, é uma joia por si mesmo. Trata-se de um espaço para contemplação, com paredes revestidas de madeira rajada e uma vista deslumbrante para a metrópole renana a partir de suas altas janelas. Os livros? Catálogos de exposição, publicações individuais e uma coleção variável de romances, livros de arte e infantis, selecionados pela equipe do museu.