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Após ataque, Reino Unido põe militares nas ruas

24 de maio de 2017

Primeira-ministra Theresa May eleva nível de alerta ao máximo, o que indica risco iminente de um novo atentado. Forças Armadas reforçarão a segurança em algumas regiões.

Polícia realiza operação em Manchester após o ataque
Polícia realiza operação em Manchester após o ataqueFoto: Reuters/S. Wermuth

A primeira-ministra britânica, Theresa May, anunciou nesta terça-feira (23/05) que o Reino Unido elevou seu nível de alerta para "crítico", o máximo em uma escala de cinco, e utilizará o Exército para colaborar em tarefas de segurança após o atentado em Manchester, que deixou ao menos 22 mortos.

Segundo May, o maior nível de alerta significa que um ataque pode acontecer de maneira "iminente", por isso membros das Forças Armadas patrulharão junto com a polícia em algumas regiões. Cerca de 5 mil militares serão destinados para reforçar a segurança.

As declarações da premiê foram feitas após uma reunião com o comitê de emergências Cobra, do qual participa a cúpula das forças de segurança e dos serviços de inteligência. Falando do número 10 de Downing Street, sede do governo britânico, May alertou que o suspeito do ataque pode ter contado com uma rede de apoio.

"O trabalho durante todo o dia revelou que não podemos ignorar a possibilidade de que haja um grupo mais amplo de indivíduos ligados ao ataque", afirmou primeira-ministra, destacando ainda que o Centro Conjunto de Análise do Terrorismo, ligado aos serviços de inteligência, tomou a decisão de aumentar o nível de alerta com base nas investigações que estão sendo realizadas.

Desde 2014, o nível de alerta mantinha-se em "severo", o quarto mais alto, que indica que "um ataque é altamente provável". O aumento significa que "policiais armados responsáveis de proteger lugares-chave serão substituídos por membros das forças armadas", detalhou a primeira-ministra.

Suspeito identificado

A polícia britânica identificou o suspeito de executar o atentado como Salman Abedi, de 22 anos. O chefe da polícia de Manchester, Ian Hopkins, afirmou que a prioridade no momento é descobrir se o suspeito, que morreu no ataque, agiu sozinho ou com uma rede de colaboradores.

Reação do público à explosão em Manchester

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Os investigadores não deram mais detalhes sobre o suspeito, porém, segundo a imprensa britânica, Abedi nasceu em Manchester e tinha origem líbia. Seus pais seriam refugiados que fugiram do regime de Muammar Kadafi. Abedi teria ao menos três irmãos.

O jovem vivia em Manchester numa das duas residências que foram alvo de uma operação policial nesta terça-feira. Numa delas, os agentes realizaram uma explosão controlada, aparentemente para abrir a porta do local. Segundo o The Guardian, a outra residência vasculhada pelos investigadores seria de um dos irmãos de Abedi, Ismael.

De acordo com o jornal, Abedi era conhecido pelos serviços de segurança, mas não fazia parte de nenhuma investigação em curso nem era visto como alguém que representa um perigo elevado.

O ataque com explosivo ocorreu na noite desta segunda-feira durante um show da cantora americana Ariana Grande e deixou ao menos 22 mortos e 59 feridos em Manchester, incluindo crianças e adolescentes. A polícia advertiu sobre "especulações" nas redes sociais sobre os nomes das vítimas da explosão.

"Sabemos que isto é inevitável, mas pedimos às pessoas que deixem que a polícia e o juiz forense publiquem os nomes, uma vez as famílias estejam prontas e contem com o apoio necessário", afirmou Hopkins.

Até agora, três vítimas foram identificadas: uma menina de oito anos, Saffie Rose Roussos, uma jovem estudante de 18, Georgina Callander, e um jovem de 26, John Atkinson.

Há a suspeita de que mais pessoas, além do suicida, estejam envolvidas indiretamente no ataque. Um jovem de 23 anos foi detido em Manchester por suposta relação com o ataque. Mais detalhes não foram divulgados pela polícia. Esta foi a única detenção até o momento no caso.

O grupo extremista "Estado Islâmico" (EI) reivindicou a autoria do atentado. Numa mensagem publicada nas mídias sociais, o grupo afirmou que o executor do atentado era um "soldado do califado", que colocou "bombas entre a multidão".

O ataque

A explosão aconteceu na segunda-feira por volta das 22h30 (hora local), na saída do espetáculo. Ela ocorreu num espaço aberto, no foyer da Manchester Arena, casa de espetáculos que pode abrigar quase 30 mil pessoas e que é considerada uma das mais modernas do planeta.

Testemunhas descreveram como, pouco depois de Ariana Grande se despedir do público e enquanto as luzes se acendiam no pavilhão, uma grande explosão provocou pânico entre os presentes, que correram buscando uma saída.

O ataque ocorreu a menos de três semanas das eleições gerais no Reino Unido, previstas para 8 de junho. A campanha eleitoral foi suspensa.

Trata-se do atentado mais mortal em território britânico desde o de 7 de julho de 2005, executado contra o transporte público londrino, que deixou mais de 50 mortos.

CN/rtr/ap/efe/afp