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ConflitosIsrael

Após atraso, Hamas liberta segundo grupo de reféns

Publicado 25 de novembro de 2023Última atualização 25 de novembro de 2023

Grupo radical islâmico atrasou libertação de 13 israelenses e quatro estrangeiros alegando que Israel não teria respeitado termos do acordo, sobretudo entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. Israel nega violação.

Furgão com o símbolo da Cruz Vermelha
Reféns israelenses foram levados até a passagem de Rafah por um veículo da Cruz Vermelha InternacionalFoto: Al Sabbagh/AFP

Depois de sete horas de atraso e após acusar Israel de violar o acordo intermediado por Catar, Egito e Estados Unidos, o grupo radical islâmico Hamas anunciou na noite deste sábado (25/11) que entregou 13 reféns israelenses – cinco mulheres e oito crianças – e quatro tailandes ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) antes do prazo de meia-noite. A informação foi confirmada por Israel. 

Inicialmente, o Catar havia informado a libertação de sete prisioneiros estrangeiros.

Os reféns foram levados para a passagem de Rafah, de onde cruzaram a fronteira para o Egito. Em troca, Israel soltou 39 prisioneiros palestinos, sendo seis mulheres e 33 jovens do sexo masculino com menos de 19 anos.

A libertação do segundo grupo de reféns deveria ter ocorrido à tarde. O Hamas, no entanto, adiou a entrega dos reféns, acusando Israel de violar o acordo.

"Adiamos a libertação do segundo grupo de prisioneiros até que a ocupação cumpra os termos do acordo em relação à entrada de caminhões de ajuda no norte da Faixa de Gaza, e devido ao não cumprimento das regras acordadas para a libertação de prisioneiros", anunciaram as Brigadas Al-Qassam, braço armado do Hamas, em comunicado.

Fontes israelenses negaram à agência de notícias EFE terem violado os termos do acordo.

Horas antes do comunicado, Taher al-Nono, assessor de Ismail Haniyeh, chefe do escritório político do Hamas – ambos baseados no Catar – já havia acusado Israel de desrespeitar o pacto.

O acordo prevê uma trégua de quatro dias nos combates para a troca de 50 reféns israelenses por 150 prisioneiros palestinos, além da entrada diária de 200 caminhões de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

Na sexta-feira, o primeiro dia da trégua, o Hamas libertou 13 reféns israelenses – além de dez tailandeses e um filipino –enquanto Israel soltou 39 prisioneiros.

Mediação de Catar e Egito

A troca deste sábado só foi possível após mediação de Catar e Egito. 

"Após um atraso na implementação da libertação de prisioneiros de ambos os lados, os obstáculos foram superados por meio de comunicações entre o Catar e o Egito com ambos os lados, e hoje à noite 39 civis palestinos serão libertados em troca da libertação de 13 reféns israelenses de Gaza", disse Majed al Ansari, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, em sua conta oficial no X (antigo Twitter).

De acordo com a mídia hebraica, Israel teria ameaçado o grupo islâmico de que retomaria sua ofensiva militar em Gaza se o segundo grupo de reféns não fosse libertado até a meia-noite.

Grupo em Tel Aviv aguarda a libertação do segundo grupo de refénsFoto: Alexander Ermochenko/REUTERS

Ajuda humanitária insuficiente

O Hamas afirma que Israel não cumpriu os termos do acordo em pelo menos dois pontos: a antiguidade dos prisioneiros libertados e o número de caminhões de ajuda humanitária.

O assessor de Haniyeh reclamou que o fluxo de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza está sendo "muito menor do que o acordado", sobretudo no norte. 

O Egito confirmou que cerca de 50 caminhões transportando ajuda humanitária destinada ao norte da Faixa entraram neste sábado na passagem de Rafah, enquanto o Crescente Vermelho disse que eram 61.

A ONU informou que 137 caminhões de ajuda e cerca de 130 mil litros de combustível entraram na sexta-feira, o primeiro dia do acordo, mas o COGAT, o órgão militar israelense que controla os assuntos civis nos territórios palestinos ocupados, estimou o número em 200 caminhões.

A televisão egípcia Al Qahera News disse que as autoridades israelenses se comprometeram em transportar mais 100 caminhões ainda na noite deste sábado, "alguns deles para o norte da Faixa de Gaza", para cumprir o acordo.

A emissora, que é próxima ao governo egípcio, acrescentou  que o governo do Cairo trabalhará para garantir que os drones israelenses "não sobrevoem o sul de Gaza" durante a trégua.

Outras alegações do Hamas

De acordo com Nono, Israel também não cumpriu, na primeira libertação, a exigência de antiguidade dos 39 prisioneiros palestinos ( 24 mulheres e 15 adolescentes).

"O descaso da ocupação com a questão da antiguidade na libertação de prisioneiros coloca o acordo em perigo real", ressaltou Nono.

Além desses dois pontos, o Hamas alega que houve descumprimento do cessar-fogo.

"A ocupação [israelenses] realizou operações de tiro contra muitos cidadãos durante a trégua, o que levou ao martírio de dois cidadãos ontem", reportou Nono.

A ONU confirmou neste sábado que pelo menos um civil da Faixa de Gaza foi morto por tiros israelenses em Deir al-Balah, no sul do enclave, enquanto grupos de habitantes tentavam aproveitar o cessar-fogo para retornar às suas casas no norte, de onde Israel havia ordenado a saída de moradores semanas atrás.

Em 7 de outubro, combatentes do grupo radical islâmico Hamas cruzaram a fronteira da Faixa de Gaza com Israel e mataram 1.200 pessoas, sequestrando cerca de 240, segundo números do governo israelense. O ataque deu início ao atual conflito na Faixa de Gaza.

le (EFE, Lusa, ots)

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