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Após breve pausa, Kiev volta a ser palco de violência

18 de fevereiro de 2014

Mesmo após aprovação de lei de anistia, manifestantes seguem exigindo reforma constitucional e limitação dos poderes presidenciais. Choques na capital ucraniana deixaram mortos e dezenas de feridos.

Foto: picture-alliance/dpa

Depois de um breve arrefecimento da violência na Ucrânia, os choques entre oposicionistas e forças de segurança foram retomados nesta terça-feira (18/02). Segundo fontes médicas, pelo menos outros 14 manifestantes foram mortos por tiros, e 150 estariam feridos.

As autoridades informaram sobre duas mortes e, no mínimo, 37 feridos entre as forças de segurança, durante as batalhas de rua. Cinco agentes teriam sido atingidos por disparos, dois dos quais, mortalmente.

Correspondentes registraram que várias centenas de manifestantes ocuparam a central do partido do presidente Viktor Yanukovytch. Antes, eles haviam atacado o prédio com coquetéis molotov e lançado pedras de pavimento contra os vidros das janelas. Por fim conseguiram arrombar a machadadas o portão de uma garagem no pátio interno da central partidária e invadi-la.

Parlamento ignora exigências

Pouco antes, haviam ocorrido distúrbios diante do Parlamento, em que manifestantes atearam fogo a veículos policiais e apedrejaram os agentes de segurança. A polícia de prontidão empregou munição de borracha, gás lacrimogêneo e granadas de efeito moral contra a multidão. Um total de 20 mil manifestantes, em sua maioria pacíficos, havia marchado da Praça da Independência (Maidan) até o Parlamento.

Vitali Klitschko de volta à capital ucraniana, após conversas em BerlimFoto: Reuters

Os participantes dos protestos exigem mais uma vez uma reforma constitucional abrangente, em especial a restrição dos plenos poderes de Yanukovytch. No entanto, o presidente do Parlamento, Vladimir Rybak, se recusou a incluir na pauta a iniciativa nesse sentido.

Foco dos protestos, a Praça da Independência está ocupada pela oposição desde novembro último. O ex-campeão mundial de boxe Vitali Klitschko, do partido pró-ocidental Udar, declarou em Kiev: "Nós estamos aqui na Maidan e não damos a eles a chance de evacuá-la." Ao mesmo tempo, o líder oposicionista anunciou para esta quarta-feira a retomada das negociações com Yanukovytch. O derramamento de sangue, exigiu Klitschko, deve parar.

Esperança nos aliados europeus

Na véspera, uma lei de anistia entrara em vigor, beneficiando mais de 260 manifestantes presos durante os sangrentos choques de rua de janeiro. Em contrapartida, os oposicionistas puseram fim à ocupação da prefeitura de Kiev e de outros prédios governamentais. Entretanto, seguem ocupando tanto a Praça da Independência quanto outras instalações públicas.

Há cerca de três meses a Ucrânia está paralisada por uma luta de poder. A oposição pró-europeia aposta no auxílio da Alemanha e da União Europeia. Após um encontro com a chanceler federal alemã, Angela Merkel, nesta segunda-feira em Berlim, o líder oposicionista Arseni Yatsenyuk confirmou a disposição dos aliados europeus de oferecer apoio.

Policiais fazem corrente diante do Ministério do InteriorFoto: Reuters

Igualmente presente à capital alemã, Klitschko exigira abertamente sanções da UE contra o governo de Yanukovytch. "Há meses reivindicamos bloqueios de contas bancárias e interdição da entrada na UE para membros do governo. Agora queremos um sinal claro!"

AV/afp/dpa

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