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Após Brexit, sem alinhamento com regras da UE, diz ministro

18 de janeiro de 2020

Empresas "se ajustarão" à realidade pós-Brexit, aposta chefe da pasta das Finanças britânico, apesar de alertas sobre custos e interrupções. Data será comemorada com contagem regressiva em Downing Street.

Ministro das Finanças do Reino Unido, Sajid Javid (dir,), ao lado do premiê Boris Johnson
Ministro das Finanças do Reino Unido, Sajid Javid (dir,), ao lado do premiê Boris JohnsonFoto: picture-alliance/dpa/PA Wire/A. Chown

O ministro das Finanças do Reino Unido, Sajid Javid, descartou apelos para que as empresas nacionais se alinhem às diretrizes da União Europeia depois que o país abandonar o bloco.

"Não haverá alinhamento, não haverá adoção de regras, não ficaremos no Mercado Único e não ficaremos na União Aduaneira – e faremos isso até o fim do ano", declarou Javid na edição deste sábado (18/01) do jornal Financial Times.

Diversos setores da economia britânica têm instado o governo a se alinhar com as normas da UE, a fim de simplificar os controles de fronteira após o Brexit. Em outubro último, fabricantes do país alertaram que um divórcio sem novas regras estabelecidas acarretaria "gigantescos novos custos e interrupções":

Javid rebateu que as firmas iriam se "ajustar" à realidade do Brexit e que houve três anos para se preparar para novas condições comerciais: "Haverá impacto sobre as empresas, de um jeito ou de outro, algumas se beneficiarão, outras não." Os setores que provavelmente sofrerão os maiores impactos são o farmacêutico, automobilístico e aeroespacial, assim como os de alimentos e bebidas.

A Câmara Britânica de Comércio (BCC) declarou que as companhias estão dispostas a acompanhar a abordagem do governo para o Brexit, mas que precisam de maior clareza sobre seus planos: "Incerteza quanto à extensão da divergência traz o risco de as firmas transferirem sua produção para outros locais", advertiu Claire Walker, codiretora executiva da BCC.

A data marcada para o Reino Unido se desligar da UE é 31 de janeiro de 2020. Ambas as partes terão um período de transição até o fim do ano para estabelecer um acordo regulando sua futura relação comercial. Enquanto o primeiro-ministro Boris Johnson assegura que não pedirá uma prorrogação, Bruxelas considera irreal um acordo comercial totalmente novo estar pronto e aprovado dentro de 11 meses.

Contagem regressiva em projeção

Um espetáculo de luzes marcará a saída do Reino Unido da União Europeia em 31 de janeiro, com a projeção de uma contagem regressiva sobre a residência do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, no número 10 da Downing Street, anunciou Londres neste sábado.

Os planos do Executivo parecem descartar a possibilidade de pedir no Parlamento o funcionamento temporário do campanário do Big Ben, atualmente em obras, como chegou a ser cogitado nos últimos dias. Numa iniciativa popular na internet, já se arrecadou mais da metade das 500 mil libras (R$ 2,7 milhões) necessárias a ativar temporariamente o relógio da torre, que está rodeado de andaimes.

No entanto, além de considerar o custo demasiado elevado, uma comissão parlamentar considerou inapropriado usar dinheiro da população para um evento político. De toda forma, o governo planeja que em 31 de janeiro um relógio projetado no tijolo preto de Downing Street mostre a contagem regressiva até as 23h00 GMT (00h00 em Berlim, 20h00 em Brasília). Outros edifícios governamentais adjacentes também serão iluminados, e a bandeira britânica, hasteada na Praça do Parlamento, também no centro da capital.

No dia do Brexit, também será posta em circulação no Reino Unido uma nova moeda de 0,50 libra, levando a mensagem "Paz, prosperidade e amizade com todas as nações", segundo ofício publicado neste sábado. Além disso, Johnson se reunirá com seu gabinete no norte da Inglaterra para refletir sobre os planos de descentralizar a economia. No último minuto, ele fará um discurso à nação.

Não se sabe o que os governos de Escócia e Irlanda do Norte farão em seus respectivos territórios no último dia dos britânicos na UE. Escoceses e norte-irlandeses votaram esmagadoramente contra o Brexit no referendo de 23 de junho de 2016.

AV/rtr,ap,efe

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