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Após dois anos, Brasil volta a crescer

1 de junho de 2017

PIB registra expansão de 1%, depois de oito trimestres seguidos de retração. Ainda há incerteza, porém, sobre viabilidade de crescimento sustentável e saída de fato da recessão, num país de 14 milhões de desempregados.

Fila em busca de emprego em Campinas, São Paulo: mais de 14 milhões buscam trabalho no país
Fila em busca de emprego em Campinas, São Paulo: mais de 14 milhões buscam trabalho no paísFoto: picture-alliance/D. Cesare/Estadao Conteudo

A economia brasileira cresceu 1% no primeiro trimestre deste em relação ao último trimestre de 2016, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (01/06). Esta é a primeira alta do Produto Interno Bruto (PIB) após oito trimestres consecutivos de queda, ou seja, desde dezembro de 2014.

De acordo com o IBGE, os três setores que compõem o PIB tiveram um resultado positivo entre janeiro e março, liderados pela Agropecuária, que cresce 13,4%. A Indústria avançou 0,9%, e o de serviços se manteve estável. Em valores correntes, o PIB somou 1,6 trilhão de reais.

Apesar do sinal de recuperação no primeiro trimestre, na comparação com o mesmo período do ano passado o PIB recuou 0,4%. No acumulado dos últimos quatro trimestres, a queda foi de 2,3%.

A taxa de investimento no primeiro trimestre de 2017 foi de 15,6% do PIB, abaixo da observada no mesmo período do ano anterior (16,8%). A taxa de poupança, por sua vez, foi de 15,7%, frente a 13,9% no mesmo período de 2016.

A economia brasileira, a maior da América Latina, vive a pior recessão de sua história, tendo encolhido 3,8% em 2015 – o pior resultado em 25 anos – e 3,6% em 2016. O Brasil só havia registrado dois anos seguidos de queda em 1930 e 1931 – quando sentia os efeitos da grande depressão provocada pelo crash da Bolsa de Nova York e os efeitos da revolução de 30. À época, o recuo foi de 2,1% e 3,3%, respectivamente.

Tecnicamente, ao deixar de registrar dois trimestres seguidos de recuo, a economia brasileira saiu da recessão. Economistas, no entanto, afirmam que a alta do PIB registrada neste primeiro trimestre não é uma garantia de recuperação econômica, que requer que o crescimento se dê de maneira sustentável em vários setores. A crise política atual levanta ainda mais dúvidas sobre o fim da recessão.

Logo após a divulgação dos números pelo IBGE, o presidente Michel Temer comemorou o crescimento econômico. "Acabou a recessão! Isso é um resultado das medidas que estamos tomando. O Brasil voltou a crescer. E com as reformas vai crescer mais ainda", escreveu no Twitter.

Para este ano, o mercado financeiro espera que o país comece a sair da crise e projeta um crescimento econômico de 0,49%. O Brasil ganhou cerca de 2,6 milhões de novos desempregados no primeiro ano de governo Temer. Atualmente, há mais de 14 milhões de brasileiros em busca de emprego.

LPF/efe/rtr/ots