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Após novas ameaças, Anvisa reitera pedido de proteção

19 de dezembro de 2021

Agência informou governo, PGR e Ministério da Justiça sobre risco de violência. Ataques se intensificaram nas últimas 24h horas, após órgão regulador aprovar a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19.

Barra Torres, de terno e máscara, aponta para um relógio de pulso.
Diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, é um dos que assina o documentoFoto: Jefferson Rudy/Agência Senado

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou neste domingo (19/12) que, após a intensificação de ameaças de violência contra seus diretores e servidores nas últimas 24 horas, expediu ofícios reiterando pedidos de investigação e de proteção policial aos seus funcionários. O documento é assinado pelo diretor-presidente, Antonio Barra Torres, e outros quatro diretores.

As solicitações já haviam sido feitas em novembro, quando a Agência recebeu as primeiras ameaças. Segundo a Anvisa, é necessário identificar os autores e apurar responsabilidades.  

Os pedidos foram enviados ao Gabinete de Segurança Institucional, Ministério da Justiça, Procuradoria-Geral da República, Diretoria-Geral da Polícia Federal e Superintendência Regional da Polícia Federal no Distrito Federal . 

A Agência manifestou preocupação em relação à segurança de seus funcionários, tendo em vista o grande número de servidores espalhados pelo país.     

"Não é possível afastar neste momento que tais servidores sejam alvo de ações covardes e criminosas", disse a Anvisa em nota.

O órgão comunicou que não publicará os anexos que materializam as ameaças recebidas "para não expor os dados pessoais dos envolvidos". No entanto, assegurou que "todas as informações foram encaminhadas às autoridades responsáveis".   

Críticas de Bolsonaro

Na quinta-feira, a Anvisaautorizou o uso da vacina da Pfizer contra a covid-19 para crianças de 5 a 11 anos.

Participaram da avaliação, além da área técnica e dos diretores da Anvisa, especialistas das sociedades brasileiras de Infectologia (SBI), de Imunologia (SBI), de Pediatria (SBP), de Imunizações (SBIm) e de Pneumologia e Tisiologia.

Segundo a Anvisa, a farmacêutica Pfizer submeteu à agência os dados e os estudos de segurança que embasam o pedido de aprovação de indicação da vacina para crianças.

No mesmo dia, o presidente Jair Bolsonaro usou uma transmissão ao vivo na internet para cobrar os nomes dos integrantes da Agência responsáveis pelo aprovação do imunizante ao público infantil.

"Eu pedi extraoficialmente o nome das pessoas que aprovaram a vacina para 5 a 11 anos. Nós queremos divulgar o nome dessas pessoas", disse Bolsonaro.

O presidente, porém, não tem poder de interferência na Anvisa, já que a Agência não está subordinada a ele.

O histórico de ameaças contra servidores da Anvisa vem desde outubro, quando começou a se pensar em incluir o público infantil na campanha de vacinação. Na época, funcionários receberam e-mails com intimidações em caso de aprovação da vacina para crianças - o que acabou por se concretizar nas últimas horas.

le (ots)

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