Após perder apoio, Trump ataca presidente da Câmara
11 de outubro de 2016
Candidato à Casa Branca diz que Paul Ryan é um líder fraco, incompetente e desleal e rebate: "É agradável perder as algemas". Líder da Câmara dos Representantes, político republicano anunciou que se distanciará de Trump.
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O candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, reagiu nesta terça-feira (11/10) ao anúncio do presidente da Câmara dos Representantes, o também republicano Paul Ryan, e atacou o político numa série de mensagens no Twitter. Na véspera, Ryan afirmou que se distanciará de Trump.
Em tom de ressentimento, o magnata chamou Ryan de um líder "fraco e incompetente" e chegou a afirmar que os políticos do Partido Democrata, de sua rival Hillary Clinton, "provaram ser bem mais leais uns aos outros do que os republicanos". "Republicanos desleais são muito mais complicados do que a desonesta Hillary. Não sabem como ganhar – vou lhes ensinar como!", escreveu.
Nesta segunda-feira, Ryan declarou que não vai retirar oficialmente o apoio ao candidato de seu partido, mas que "deixará de defender" sua campanha. Ele comunicou sua decisão durante uma conferência por telefone com vários congressistas republicanos. No Twitter, Trump afirmou que, durante a chamada, os companheiros de Ryan "ficaram loucos" com "sua deslealdade".
"É tão agradável perder as algemas e agora poder lutar pelos Estados Unidos do jeito que eu quero", acrescentou o candidato republicano. Trump ainda citou o debate presidencial do último domingo, afirmando que é difícil "se sair bem quando Paul Ryan e outros dão zero suporte".
Jason Miller, principal assessor de comunicação de Trump, assegurou em outra mensagem no Twitter que a perda do apoio de Ryan "não muda nada", porque a campanha do empresário "sempre esteve impulsionada por um movimento de eleitores de base, e não por Washington" e a sua elite política.
A decisão de Ryan de se distanciar do magnata veio após a divulgação, na última sexta-feira, de um vídeo gravado em 2005 no qual Trump se manifesta de maneira sexista e depreciativa em relação a mulheres. No mesmo dia, o presidente da Câmara cancelou o comparecimento do candidato à Casa Branca ao que seria o primeiro ato conjunto de campanha de ambos no sábado, em Wisconsin.
"Estou indignado pelo que ouvi. As mulheres precisam ser defendidas e respeitadas, não objetificadas. Espero que Trump trate esta situação com a seriedade que merece e trabalhe para demonstrar ao país que respeita as mulheres muito mais do que sugere essa gravação", disse Ryan em comunicado.
Além do presidente da Câmara, outros republicanos têm retirado o apoio à campanha do empresário, que vive sua mais grave crise na corrida à Casa Branca. A quatro semanas das eleições presidenciais americanas, em 8 de novembro, uma nova pesquisa de intenção de voto mostrou Hillary 11 pontos à frente do republicano, com 46% da preferência do eleitorado, ante os 35% de Trump.
EK/efe/ap/rtr/dpa
As construções mais polêmicas de Donald Trump
As megapropriedades não só trouxeram riqueza para Donald Trump, mas também dores de cabeça. Veja alguns empreendimentos do multimilionário pelo mundo.
Foto: Getty Images/S. Olson
Hillary na sombra de Trump
O primeiro debate entre Hillary Clinton e Bernie Sanders, então ainda pré-candidatos do Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos, em outubro de 2015, aconteceu, literalmente, à sombra de Trump. Isso porque o Trump International Hotel and Tower em Las Vegas estende sua sombra sobre o Wynn Resort, onde estavam os democratas.
Foto: Getty Images/J.Raedle
Questão de gosto
A indignação em Chicago foi enorme quando se soube que Trump iria colocar seu nome em um novo prédio. O prefeito Rahm Emanuel chegou a chamar a construção de "brega e de mau gosto". Mas depois de cinco anos de processos judiciais, Trump conseguiu colocar seu nome no 16º andar em letras gigantescas.
Foto: Getty Images/S. Olson
Jogo de sorte ou de azar?
O Taj Mahal em Atlantic City, no estado de Nova Jersey, custou 1 bilhão de dólares. Só que, depois de 25 anos, em 2014 o complexo de hotel e cassino de Trump quase teve de declarar falência. Uma empresa de investimentos salvou o empreendimento, mas o nome Trump foi mantido. Já o hotel Trump Plaza em Atlantic City não teve a mesma sorte.
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A sede em Nova York
Donald Trump se orgulha do seu centro de poder em Nova York. A Trump Tower, na Quinta Avenida, não é apenas a sede de sua campanha eleitoral: é onde o bilionário mora com a família. No prédio, também têm apartamentos o craque Cristiano Ronaldo, o ator Bruce Willis e o compositor Andrew Lloyd-Webber.
Foto: picture-alliance/AA
Símbolo controverso
Só o átrio já ocupa quase seis andares e é decorado com mármore e ornamentos de ouro. Alguns consideram a Trump Tower, no número 725 da Quinta Avenida, de mau gosto. Para outros, o projeto dos arquitetos Edward Larrabee Barnes e Der Scutt é elegante e atemporal. A torre tornou-se um ímã para os aficionados de arquitetura contemporânea e apoiadores de Trump.
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Riqueza em bairro pobre
O Trump Ocean Club, na Cidade do Panamá, tem um hotel de 400 quartos e 700 apartamentos, em parte ainda vazios. O edifício mais alto da América Latina até 2012 é conhecido pela sua silhueta única. A torre fica perto de um bairro pobre, o que reduziu sua atratividade.
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Resistência escocesa
Trump pretende construir na Escócia o "melhor campo de golfe do mundo". Só que o empreendimento está ameaçado porque Michael Forbes, um simples dono de terras, se nega a vender sua propriedade, que faz fronteira com o complexo. Durante uma visita ao local em junho, Trump elogiou o resultado do Brexit, embora a Escócia queira ficar na União Europeia.
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Trump no Oriente europeu
As Trump Towers em Istambul ficam no bairro Sisli, a parte europeia da Turquia, por isso são consideradas os primeiros arranha-céus de Trump na Europa. Só que de Trump tem apenas o nome, já que o proprietário é o bilionário turco Aydin Dogan. As declarações de Trump sobre o islã geraram a rejeição de muitos muçulmanos na Turquia.
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Projetos no Brasil
Além do hotel que foi aberto no Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos, Trump tem outro projeto ambicioso na Cidade Maravilhosa: cinco edifícios de 38 andares da Trump Towers Rio, na zona portuária. O que era para ser o maior complexo de escritórios em um país dos Brics, porém, ainda nem saiu do papel. As obras deveriam ter começado em 2015.