Após polêmica, Paes entrega chaves da Vila à Austrália
28 de julho de 2016
Prefeito do Rio de Janeiro pede desculpas pelos problemas nas instalações e pela controvérsia envolvendo um canguru. Ele culpa o Comitê Organizador dos Jogos pelas deficiências encontradas em apartamentos de atletas.
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O prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e a equipe olímpica da Austrália encerraram, nesta quarta-feira (27/07), as rusgas que se iniciaram com as reclamações públicas sobre o estado dos alojamentos na Vila Olímpica e culminaram numa controvérsia bizarra sobre cangurus.
Em cerimônia na Vila Olímpica, Paes beijou a chefe da delegação australiana, Kitty Chiller, no rosto, entregou-lhe uma chave simbólica da Vila Olímpica e pediu desculpas pelos problemas enfrentados nas instalações e pela piada que fez no domingo, quando sugeriu que estava disposto a colocar um canguru em frente ao prédio ocupado pela delegação do país para que eles se sentissem em casa.
"Eu vi as coisas. Este era o pior prédio. E admito a existência dos problemas que você enfrentou", disse Paes. O discurso do prefeito foi muito diferente de sua reação ostensiva de domingo, depois que Chiller criticou os apartamentos, mencionando banheiros imundos, fiações perigosas e vazamentos, classificando as instalações como as piores que viu em cinco Jogos Olímpicos.
No domingo, Paes reagiu sugerindo que deveria enviar um canguru para os australianos se sentirem melhor – comentário que foi amplamente interpretado como uma provocação e de mau gosto nas redes sociais. Nesta quarta-feira, Paes explicou que não quis ofender ninguém. "Queria fazer uma piada divertida com a Austrália por causa do canguru", disse, oferecendo "uma desculpa formal".
A chefe da delegação australiana agradeceu o gesto do prefeito e lhe presenteou com um canguru de pelúcia com luvas de boxe para encerrar de vez a polêmica. "Estamos muito felizes por estar aqui, felizes pela Vila Olímpica fornecida, pela cidade bonita e as pessoas", disse Chiller. "Quando tivemos nossos desafios, notamos algo: a paixão e o compromisso de seu povo em nos ajudar."
Mostrando que superou a controvérsia do canguru, a delegação australiana seguiu o "conselho" de Paes e posicionou uma grande réplica do animal icônico do lado de fora da entrada de seu prédio, ao lado de um emu, a maior ave nativa da Austrália.
Paes culpa Comitê Organizador
Vários países se queixaram de problemas elétricos, de encanamento, de acabamento e falta de limpeza nos apartamentos construídos para os atletas. Alguns países até mesmo chegaram a custear as reformas necessárias nos alojamentos. A Austrália disse ter encontrado 200 problemas em seu edifício, no qual ocupa 15 andares, para onde começou a se mudar na terça-feira, após a conclusão das reformas necessárias.
O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos espera que os 31 edifícios da Vila Olímpica estejam totalmente prontos nesta quinta-feira.
O prefeito culpou hoje o Comitê Organizador pelos problemas encontrados, ao afirmar que os responsáveis pelos Jogos Olímpicos não fizeram uma supervisão dos apartamentos após eles terem sido entregues pelo consórcio responsável pela obra. "O que houve foi falta de acompanhamento, de gestão por parte do Comitê Rio 2016", disse Paes durante a inauguração de um centro de imprensa.
PV/efe/ap
Dez esperanças de medalha para o Brasil
Meta do COB é conquistar no mínimo 27 medalhas nos Jogos Olímpicos de 2016. Entre multicampeões, potências mundiais e promessas, confira quais são as modalidades que podem levar o Brasil para o pódio no Rio.
Foto: Getty Images
Robert Scheidt - vela
Em busca de seu sexto pódio em Jogos Olímpicos, o maior medalhista brasileiro (junto com o também velejador Torben Grael), Robert Scheidt voltou à classe Laser, pela qual é eneacampeão mundial. Na vela, destaque também para a dupla Martine Grael e Kahena Kunze, campeãs mundiais na classe 49er FX e eleitas as melhores velejadoras do mundo em 2014, além de Ricardo Winicki, na classe RS-X.
Foto: Imago
Sarah Menezes - judô
Desde Los Angeles 1984, o judô brasileiro conquistou medalhas em todas as edições dos Jogos Olímpicos. A atual campeã olímpica Sarah Menezes é forte candidata a repetir a dose no Rio de Janeiro. Rafael Silva, o Baby, as campeãs mundiais Mayra Aguiar e Rafaela Silva, além do veterano Tiago Camilo, também estão bem colocados nos rankings de suas respectivas categorias.
Foto: Getty Images/B. Mendes
Arthur Zanetti - ginástica
Único campeão olímpico latino-americano na história da ginástica olímpica, Arthur Zanetti vem dominando as provas nas argolas, onde conquistou um ouro e uma prata nos dois últimos mundiais. Ao lado de Diego Hypólito e Sérgio Sasaki, primeiro brasileiro a ser finalista no individual geral nos Jogos Olímpicos, em Londres 2012, Zanetti quer levar o Brasil ao inédito pódio na competição por equipes.
Foto: Reuters
Fabiana Murer - atletismo
Em 2008, equipamento roubado; em 2012, a culpa foi do vento. Após duas decepcionantes participações, Fabiana Murer quer se redimir com uma medalha no Rio de Janeiro. A missão da campeã mundial do salto com vara de 2011, porém, é complicada: a cubana Yarisley Silva, melhor marca do ano, a americana Jennifer Suhr e a russa Yelena Isinbayeva, dona do recorde mundial, são as principais concorrentes.
Foto: Imago
Bruno Fratus - natação
A cena de Bruno Fratus (dir.) cumprimentando César Cielo, em Londres 2012, não irá se repetir nos Jogos do Rio. Com a ausência de Cielo, Fratus se tornou a principal esperança de medalhas. Bronze no Mundial de 2015, ele detém o segundo melhor tempo nos 50m livres em 2016. Outros bons nomes são Felipe França, Nicholas Santos, além de Thiago Pereira, maior medalhista pan-americano da história.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Walton
Duda Amorim - handebol
A seleção feminina de handebol conquistou o inédito título mundial em 2013, na Sérvia. Treinada pelo dinamarquês Morten Soubak, a equipe espera superar a campanha de Londres (6º lugar) e se recuperar do fraco Mundial de 2015, quando caiu nas oitavas de final. O time conta com Alexandra Nascimento e Duda Amorim (foto), eleitas as melhores jogadoras do mundo em 2012 e 2014, respectivamente.
Foto: Imago
Isaquias Queiroz - canoagem
Atual bicampeão mundial da prova não olímpica do C1 500m e medalhistas nos últimos dois mundiais nas provas C1 1.000m, C1 200m e C2 200m, Isaquias Queiroz quer conquistar a primeira medalha olímpica para a canoagem brasileira. Atenção também para a mineira Ana Sátila, que esteve em Londres com apenas 16 anos e foi campeã mundial júnior de slalom em 2014.
Foto: picture-alliance/dpa/R. Weihrauch
Yane Marques - atletismo
Grande surpresa em Londres 2012, quando conquistou a inédita medalha de bronze no pentatlo moderno, Yane Marques manteve a sequência de bons resultados, conquistando uma prata e um bronze em dois mundiais da modalidade. Além disso, ela já conseguiu derrotar as últimas duas campeãs olímpicas: Laura Asadauskaite, da Lituânia, e Lena Schöneborn, da Alemanha.
Foto: picture-alliance/AP Photo/A. Schmidt
Ágatha e Bárbara Seixas - vôlei
Nenhuma modalidade deu tantas medalhas olímpicas ao esporte brasileiro como o vôlei: 20, sendo seis de ouro. O Brasil é potência mundial na quadra e na areia, tanto no masculino como no feminino. Destaque para as duplas femininas do vôlei de praia, que ocuparam todas as três posições do pódio na Holanda, coroando Ágatha e Bárbara Seixas como campeãs mundiais de 2015.
Foto: Getty Images/G. Arroyo Moreno
Neymar - futebol
Pentacampeão mundial, fábrica de craques e maior exportador de jogadores do mundo. Em Jogos Olímpicos, no entanto, o futebol brasileiro tem um retrospecto decepcionante: três pratas, em 1984, 1988 e 2012. Para quebrar o jejum, o craque Neymar está pedindo dispensa do Barcelona para aproveitar a segunda chance em dois anos de ser campeão no Maracanã e levar o Brasil ao ouro inédito.