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Após violência, Baltimore recebe reforço policial

28 de abril de 2015

Agentes da Guarda Nacional e policiais de áreas próximas garantem a ordem na cidade americana, que viveu cenas de guerra durante protesto por morte de jovem negro. Obama diz que "não há justificativa" para a violência.

Foto: DW/J. Karl

Poucas horas após o governo do estado de Maryland decretar estado de emergência em Baltimore, ao menos 2 mil homens da Guarda Nacional já ocupavam diversas aéreas da cidade nesta terça-feira (28/04). Centenas de voluntários começaram cedo a limpar as ruas, cobertas de cacos de vidro, tijolos quebrados e restos de material queimado dos confrontos da noite anterior, entre manifestantes e policiais.

O toque de recolher decretado pelo governo local passa a valer a partir desta terça-feira, das 22h às 5h, e vai durar uma semana. Escolas públicas permanecem fechadas. Um jogo do time de beisebol Baltimore Orioles, marcado para esta noite, foi cancelado.

Baltimore virou cenário de guerra na segunda-feira, logo após o funeral do jovem Freddie Gray, de 25 anos, que reuniu mais de 3 mil pessoas numa igreja da cidade. O rapaz afro-americano morreu no último dia 19 de abril após sofrer graves lesões na coluna, em circunstâncias ainda não esclarecidas. Policiais teriam rodado com ele no carro durante 30 minutos, antes de chamar socorro médico.

Voluntários ajudam a limpar as ruas da cidade após confrontos entre policiais e manifestantes no dia anteriorFoto: DW/J. Karl

Em protesto pela morte do jovem, centenas foram às ruas na cidade de 620 mil habitantes a pouco mais de 60 quilômetros de Washington. Os manifestantes atacaram estabelecimentos comerciais, atearam fogo em veículos da polícia e atiraram tijolos e garrafas contra forças de segurança, que responderam com spray de pimenta.

Segundo balanço da polícia, 19 prédios e 144 veículos foram incendiados, e 202 pessoas foram presas. Ao menos 15 policiais ficaram feridos, sendo que seis tiveram que ser hospitalizados.

"Não há justificativa para violência"

Esta foi a primeira vez que a Guarda Nacional foi chamada para reprimir manifestações na cidade desde 1968, quando alguns bairros foram incendiados após a morte do ativista Martin Luther. O número de homens da Guarda Nacional pode chegar a 5 mil até o fim desta terça-feira, segundo autoridades. Cerca de 5 mil policiais de outras jurisdições também foram colocados à disposição.

Carros foram incendiados durante protesto pela morte de jovem negro em viatura policialFoto: DW/J. Karl

Na Casa Branca, o presidente Barack Obama reconheceu que a morte de negros nas mãos da polícia é uma "crise instalada lentamente". Ele afirmou, no entanto, que "não há justificativa" para a violência em Baltimore, e ressaltou que os saqueadores estavam roubando, e não protestando. Por isso, afirmou o presidente, deveriam ser tratados como criminosos.

"Este é um ato de equilíbrio bastante delicado, em que temos que garantir que estamos lidando com a questão, mas sem aumentar ou escalar o problema", disse Stephanie Rawlings-Blake, prefeita de Baltimore. Ela recebeu críticas por as forças de segurança supostamente não terem respondido com a velocidade necessária para evitar a escalada de violência.

Os distúrbios foram os mais violentos registrados no país desde os protestos pela morte do jovem Michael Brown, de 18 anos, após ser alvejado por um policial branco em Ferguson, no estado do Missouri, em meados do ano passado.

"Eu entendo a fúria, mas isso que estamos vendo não é fúria. É a ruptura de uma comunidade. Eles estão destruindo a comunidade com a qual dizem se importar. Não dá para ter as duas coisas", lamentou Rawlings-Blake, também afro-americana.

MSB/rtr/ap/afp

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