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Apenas 9% das doações para Notre-Dame foram repassadas

14 de junho de 2019

Autoridades francesas esperam que as centenas de milhões de euros anunciadas por bilionários sejam transferidas conforme as obras avançarem. Maior parte do dinheiro enviado até agora veio de cidadãos comuns.

Frankreich Brand Notre Dame
Incêndio destruiu parte do telhado da catedral em 15 de abril Foto: picture-alliance/NurPhoto/M. Stoupak

Menos de um décimo das centenas de milhões de euros prometidas para ajudar a reconstruir a Catedral de Notre-Dame, em Paris, foi efetivamente doado, informou o Ministério da Cultura francês nesta sexta-feira (14/06).

Segundo a pasta, apenas 9% dos 850 milhões de euros anunciados se materializaram dois meses após o incêndio, embora as autoridades esperem que o montante total seja alcançado.

O dinheiro que efetivamente chegou – cerca de 80 milhões de euros – veio de pequenas somas doadas por cidadãos comuns, e não por bilionários que fizeram anúncios públicos sobre grandes doações, afirmou o ministro da Cultura, Franck Riester.

O incêndio que destruiu parte do telhado da catedral em 15 de abril provocou uma onda de solidariedade na França, com a multiplicação de promessas de doações – de pessoas físicas a pessoas jurídicas.

Dois dos homens mais ricos da França, os magnatas da moda Bernard Arnault (controlador da Louis Vuitton) e François-Henri Pinault (Gucci, Yves Saint Laurent, Balenciaga, entre outras marcas), prometeram 300 milhões de euros. Já a família Bettencourt, dona da gigante de cosméticos L'Oréal, disse que doaria 200 milhões de euros.

No mês passado, o arcebispo de Paris, Michel Aupetit, expressou preocupações sobre as promessas, dizendo que "a maior parte dessas doações ainda não se materializou".

Já o ministro Riester tentou explicar o contraste entre as promessas e as doações realmente cumpridas. Segundo ele, isso se deve a dois fatores. "Primeiro, há pessoas que prometem doar e que não doam [...], mas, acima de tudo – e isso é normal –, as doações serão pagas em função do andamento das obras", argumentou o francês.

O ministro ainda enfatizou que os maiores doadores desejam saber quando e como seu dinheiro será gasto antes de enviarem as quantias.

O trabalho para escorar o edifício do século 12 ainda deve levar várias semanas antes que os complexos estudos sobre o trabalho de restauração possam ser realizados. Em paralelo, a investigação judicial está em andamento para determinar as causas do incidente, atribuído a um curto-circuito.

Riester fez os comentários na véspera da primeira missa a ser realizada na catedral depois do incêndio. Apenas 30 pessoas serão admitidas na Notre-Dame para a missa deste sábado, que será transmitida ao vivo pelo canal católico de TV KTO. O arcebispo Michel Aupetit liderará a celebração na Capela da Virgem, no lado leste da catedral, que foi confirmada como segura.

JPS/afp/ots

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