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Apenas um em cada quatro trabalhadores tem emprego estável

19 de maio de 2015

Relatório da Organização Internacional do Trabalho revela, além disso, que somente metade dos empregos no mundo paga salário fixo. Situação é mais grave na Ásia e na África subsaariana.

Foto: picture-alliance/C. Mohr

Apesar do crescimento econômico mundial, a segurança no mercado de trabalho caiu. Aproximadamente três quartos de todos os trabalhadores no mundo não têm emprego estável, revelou um estudo divulgado nesta terça-feira (19/05) pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

A maioria deles, cerca de 60%, não possui nenhum tipo de contrato. Esses trabalhadores são autônomos ou realizam tarefas em empresas familiares sem remuneração. "Essa tendência reflete a insegurança que atinge os trabalhadores no mundo atualmente", afirmou o diretor geral da OIT Guy Ryder.

As regiões mais afetadas são o Sudeste Asiático e África subsaariana. Nesses locais, apenas dois em cada dez trabalhadores possuem emprego fixo. Nos países desenvolvidos é o inverso: oito em cada dez empregos são permanentes.

O relatório também registrou na última década um aumento no número de empregos com carga horária reduzida, especialmente entre as mulheres, e o crescimento da diferença salarial entre trabalhadores com contrato fixo e aqueles com contrato temporário.

Combater a insegurança

De acordo com a OIT, governos precisam proteger os trabalhadores contra tratamentos arbitrários e injustos. Para isso, eles precisam criar medidas contra o aumento global da insegurança financeira. Sem uma ação estatal "o círculo vicioso de fraca demanda global e lentidão na criação de empregos irá se perpetuar após o período de crise", alerta Ryder.

O número de desempregados aumentou em 30 milhões desde a crise econômica de 2008, passando para 201 milhões em todo o mundo. Para conter esse avanço alguns países, principalmente na Europa, reduziram direitos trabalhistas com objetivo de incentivar a criação de novas vagas. Porém, segundo a OIT, esse tipo de medida é contraprodutiva em longo prazo.

Grande parte dos trabalhadores não têm acesso a benefícios, como previdênciaFoto: picture-alliance/dpa

Outro problema mostrado no relatório é o acesso a planos de previdência social. Apenas 52% dos trabalhadores no mundo possuem esse benefício. Entre os autônomos, esse número cai para 16%. Sem uma garantia de aposentadoria, o risco da pobreza na terceira idade é bastante elevado.

Para a organização, governos precisam ampliar a inclusão em programas de seguridade social, como o seguro-desemprego ou a previdência. O documento mostra que atualmente, em muitos países, somente pessoas que possuem empregos com contrato fixo têm acesso a esses benefícios.

Cadeia global

A OIT constatou também um aumento no número de empregos na chamada cadeia de produção global, ou seja, aqueles que produzem bens que serão consumidos ou finalizados em outros países. Em 1995, cerca de 269 milhões de pessoas trabalhavam nesse setor – atualmente são 453 milhões.

O documento, no entanto, reforça a necessidade de governos desenvolverem estratégias políticas para garantir que a cadeia de produção global não seja interessante economicamente somente para as empresas, mas que assegure o bem-estar dos trabalhadores empregados nos países onde estão as fábricas.

CN/kna/efe/afp/dpa

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