Devido à estiagem, cerca de 430 mil árvores da capital estão em risco e precisam de irrigação. Em plataforma que as mapeou, usuários podem informar quando as regam e assim é possível saber qual planta necessita de água.
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Não é de hoje que o clima de Berlim vem mudando em decorrência das mudanças climáticas. Nos últimos anos, têm sido constantes os invernos amenos, os verões com temperaturas tropicais, além da estiagem provocada pela redução da quantidade de chuva. Uma das espécies que mais tem sofrido com essas mudanças são as árvores plantadas nas ruas da capital alemã.
Esse é o terceiro ano seguido de estiagem extrema na primavera em Berlim. Diante deste cenário, a organização ambiental alemã Bund estimou que mais de 433 mil árvores das ruas da capital estão em risco e necessitam ser regadas para sobreviverem.
A escassez de água e o estresse gerado por essa situação causam danos irreparáveis em muitas arvores e, em todos os anos no outono, danificadas, milhares delas precisam ser derrubadas na cidade. E quantidade delas só aumenta de um ano para o outro.
Com a seca, alguns moradores já passaram a regar as árvores próximas a suas residências. E, para ajudar neste trabalho, foi lançado em meados de maio um aplicativo que mostra o quanto de água cada espécie necessita e quanto cada uma delas já recebeu.
Criado pela rede de inovação City Lab, que reúne especialistas em tecnologia e representantes de órgãos administrativos locais e da sociedade civil e recebe o apoio da prefeitura, o Giessdenkiez é um aplicativo interativo que mapeou cerca de 650 mil árvores que estão em ruas de Berlim.
Os responsáveis pela plataforma lembram que "por diversos motivos" não foi possível incluir todas árvores da cidade, mas o mapa está sendo atualizado constantemente.
No mapa, é possível descobrir a espécie de árvore, a idade dela e a quantidade de água semanal que ela precisa. Os usuários do aplicativo se cadastram e podem informar quais árvores regaram, quando fizeram isso e a quantidade de água que deram. Assim é possível saber quais plantas necessitam de mais cuidados. Os usuários também podem "adotar" árvores que cuidam com frequência.
A iniciativa quer promover de uma maneira organizada e inteligente esse apoio da população, que é fundamental para a saúde das árvores berlinenses. Apesar de a prefeitura ter liberado 50 milhões de euros (cerca de 298 milhões de reais) a mais no orçamento destinado aos cuidados e irrigação de áreas verdes, parques e árvores – valor a ser usado em 2020 e 2021 –, é um enorme desafio e praticamente impossível a irrigação semanal "oficial" de cada uma das 650 mil árvores que existem nas ruas da cidade. Por isso, um ato simples de moradores pode fazer uma grande diferença.
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Clarissa Neher é jornalista da DW Brasil e mora desde 2008 na capital alemã. Na coluna Checkpoint Berlim, escreve sobre a cidade que já não é mais tão pobre, mas continua sexy. Siga-a no Twitter.
A primeira linha subterrânea para transporte público na Alemanha foi inaugurada em 1902, em Berlim, cerca de 40 anos depois de a primeira do mundo ser aberta em Londres. Os alemães chamam o metrô de U-Bahn.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Kalker
Berlim, pioneira na Alemanha
No dia 15 de fevereiro de 1902, foi inaugurado o metrô berlinense, partindo da estação da Praça de Postdam em direção à estação Stralauer Tor. Três dias depois, o meio de transporte foi aberto ao público. Até dezembro do mesmo ano, foram abertas nove estações na rede metroviária. Na Alemanha, o trem subterrâneo chama-se Untergrundbahn ou U-Bahn.
Foto: Imago/G. Leber
Londres, primeiro metrô do mundo
Em 1863, começaram a circular os metrôs em Londres, na época, locomotivas a vapor. Como a fumaça incomodava os passageiros, a linha foi encerrada precocemente. Em 1890, os túneis da capital londrina foram eletrificados. Em Paris, a primeira linha da rede de metrô foi inaugurada em 1900. O Chemin de Fer Métropolitain (caminho de ferro metropolitano) deu origem à abreviatura no português, metrô.
Foto: picture-alliance/Heritage-Images
Da Berlim Ocidental à Oriental
O metrô de Berlim, primeiro trem subterrâneo da Alemanha, cresceu com a expansão de seus trilhos, que inicialmente percorriam pouco mais de 10 quilômetros. Ele sobreviveu a duas guerras mundiais e o Muro de Berlim. Durante a divisão da cidade, o trem só chegava ao lado oriental, comunista, após inspeções rigorosas. A segurança foi redobrada, para evitar que alemães do leste fugissem para o oeste.
Foto: DW/Kate Brady
Hamburgo
A eficiência dos trens elétricos em Berlim inspirou a cidade portuária de Hamburgo, que inaugurou sua rede ferroviária subterrânea em 15 de fevereiro de 1912. Por causa do rio Elba, no entanto, grande parte da malha foi construída sobre viadutos e aterros.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Marks
Colônia e outras
Em outras grandes cidades alemãs, o metrô subterrâneo foi introduzido após a Segunda Guerra, por conta da reconstrução dos centros urbanos. A Stuttgart, ele chegou em 1966; a Essen, em 1967; e a Frankfurt e Colônia, em 1968. Na foto, a escada rolante da estação de metrô Heumarkt, em Colônia.
Foto: Imago/blickwinkel/S. Ziese
Munique
À capital da Baviera, o sistema de metrô subterrâneo só chegou na década de 1970. Inicialmente ele estava previsto para ser inaugurado em 1974, mas, devido aos Jogos Olímpicos de 1972, começou a funcionar já em 1971. Na foto, a estação Münchner Freiheit, decorada pelo designer e artista alemão Ingo Maurer, com espelhos no teto e luzes azuis.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Warmuth
A rede mais longa do mundo
Desde dezembro de 2017, a mais extensa malha metroviária do mundo é a de Xangai, na China, com 637 quilômetros. Na Alemanha, a maior rede de metrô é a de Berlim, com 144 quilômetros, 12ª colocada no ranking mundial.
Foto: Imago/Xinhua/D. Ting
O mais longo trecho subterrâneo
A mais longa linha subterrânea da Alemanha é a U7 (foto), de Berlim, com 31,8 km. Já a linha de metrô mais longa, que corre embaixo e sobre o solo, é a linha U1 em Hamburgo, com 55,8 km. Em termos de inclinação, a linha U3, entre Frankfurt e Hohemark, supera uma altura de 204 metros.
Foto: Imago/R. Peters
Bunker de guerra
Estações de metrô especialmente profundas sob o solo foram construídas nos antigos países socialistas durante a Guerra Fria, para servirem também de abrigo numa eventual guerra nuclear. O recorde mundial de profundidade é a estação de metrô Arsenalna, em Kiev, na Ucrânia, com 105,5 metros. Na foto, a escada rolante de uma estação de metrô em São Petersburgo.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Brandt
A estação alemã mais profunda
Já nos países ocidentais, os metrôs não são tão profundos devido a questões arqueológicas (Atenas e Roma) ou geológicas (Oslo e Washington). A estação mais profunda da Alemanha é a Messehallen, em Hamburgo, 26 metros abaixo do solo. Também suas escadas-rolantes são recorde alemão, com 22 metros de extensão.