Apoiadores de Morales invadem quartéis e rendem soldados
3 de novembro de 2024
Mais de 200 militares na Bolívia foram feitos reféns após três quartéis serem invadidos. Em greve de fome, ex-presidente propõe dialogar com o governo. Atual mandatário, Luis Arce, acusa "crime de traição à pátria".
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Apoiadores do ex-presidente da Bolívia Evo Morales fizeram mais de 200 soldados reféns neste sábado (02/11) após invadirem quartéis das Forças Armadas, em meio à onda de distúrbios iniciada há três semanas após a abertura um inquérito contra o ex-líder.
O Ministério das Relações Exteriores da Bolívia afirmou em nota que, na sexta-feira, "três unidades militares foram atacadas por grupos irregulares na região de Chapare, tomando como reféns mais de duzentos efetivos militares" e acusou os invasores de roubar armas e munições. A pasta não identificou os grupos e tampouco explicou como os soldados foram feitos reféns.
O governo enviou as Forças Armadas para a região para apoiar a polícia local a remover bloqueios nas estradas colocados pelos apoiadores de Morales.
O presidente boliviano, Luis Arce, caracterizou a tomada dos três quartéis em uma área de cultivo de coca no centro da Bolívia como "um ato criminoso absolutamente repreensível que está longe de qualquer reivindicação social legítima do movimento camponês indígena."
Arce, que foi ministro da Economia no governo de Morales (2006-2019), disse que a tomada de uma instalação militar "em qualquer lugar do mundo é um crime de traição à pátria."
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Acusação da abuso sexual
O conflito começou há três semanas quando promotores bolivianos iniciaram uma investigação sobre acusações de que Morales teria sido pai de uma criança com uma jovem de 15 anos em 2015, classificando seu relacionamento como um estupro estatutário. Morales se recusou a testemunhar no tribunal.
O ex-presidente está foragido na área rural de Chapare, na região de Cochabamba, no centro do país, desde que surgiram relatos sobre um possível mandado de prisão contra ele.
Produtores de coca leais a Morales agiram para impedir sua prisão. Seus apoiadores ameaçaram tomar quartéis policiais e militares, exigindo o encerramento dos processos judiciais contra o ex-presidente.
Os seguidores de Moraes afirmam que as ações judiciais são parte de uma "perseguição judicial e política" do governo de Arce contra o líder indígena.
Greve de fome
Como forma de aumentar a pressão sobre o governo, Morales iniciou nesta sexta-feira uma greve de fome, que pretende manter até que sejam liberados todos os seus apoiadores detidos pela polícia nos últimos dias.
Somente nesta sexta, 66 pessoas foram presas, se somando a dezenas de outras que estão detidas desde o inicio dos protestos, em 14 de outubro. Há poucos dias, Morales disse ter sido alvo de um atentado a tiros.
Na semana passada, 30 policiais ficaram feridos e mais de 50 manifestantes foram presos após um confronto entre forças de segurança e apoiadores de Morales.
Ao dar início à greve de fome, Morales propôs dialogar com o governo nas mesas de negociações sobre temas econômicos e políticos. A ministra da Presidência da Bolívia, María Nela Prada, afirmou em nota neste sábado que a Procuradoria-Geral do país acenou com a possibilidade de um diálogo, mas apenas para tratar de "temas que se atenham ao Executivo, e não a outros órgãos de Estado".
Prada disse que em outras tentativas de diálogo, Morales condicionou sua participação ao tema de sua candidatura às eleições presidenciais de 2025. Em dezembro do ano passado, a Justiça boliviana decidiu que ele não poderia se candidatar por já ter sido reeleito uma vez, como previsto na Constituição.
Disputa pelo controle do partido
O Ministério das Relações Exteriores afirmou que o governo está aberto ao diálogo com "todos os setores sociais do país", mas alertou que esse processo "não pode ser estabelecido enquanto o povo boliviano continuar sendo vítima de abusos por esses grupos que não estão interessados na economia nacional e popular, e que buscam apenas materializar os interesses pessoais e eleitorais de um ex-presidente."
Arce e Morales disputam o controle do partido governista, o Movimento ao Socialismo (MAS), que continua dividido entre seus apoiadores antes das eleições de 2025.
rc (AFP, AP)
O mês de novembro em imagens
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Foto: Ricardo Stuckert/PR
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Queda de avião da DHL na Lituânia deixa um morto
Um avião de carga que voava da Alemanha para a Lituânia caiu numa área residencial perto do aeroporto de Vilnius. Segundo as autoridades locais, dos quatro membros da tripulação, um morreu e três ficaram feridos. Destroços do avião atingiram um pequeno prédio de apartamentos. A queda provocou um incêndio, e as chamas chegaram a atingir o prédio. (25/11)
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Após EUA e Reino Unido, França diz que também autorizou "uso defensivo" de armas mais pesadas contra o território russo. País abastece a Ucrânia com mísseis de cruzeiro do tipo Storm Shadow (foto) desde 2023. A Alemanha, até agora, tem se recusado a fornecer essas armas. O Kremlin criticou Paris, chamando a decisão de "tiro de misericórdia" para a Ucrânia. (24/11)
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Conferência do Clima da ONU em Baku, no Azerbaijão, terminou com promessa de US$ 300 bilhões por ano para países mais afetados por eventos climáticos extremos. Acordo tenso foi costurado na reta final do evento e sob protestos de alguns países (foto). Valor ficou abaixo dos US$ 1,3 trilhão pedidos. Reunião também aprovou regulamentação do mercado de carbono. (23/11)
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Foto: Press Service of the State Emergency Service of Ukraine in Dnipr/picture alliance
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Foto: Nelson Almeida/AFP/Getty Images
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Foto: Gaizka Iroz/AFP/Getty Images
PF desbarata complô de militares para matar Lula, Alckmin e Moraes
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Foto: Evaristo Sa/AFP
Líderes do G20 no Rio de Janeiro
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Foto: Kay Nietfeld/dpa/picture alliance
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Foto: Manuel Balce Ceneta/AP/picture alliance
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Foto: Daniel Ramalho/AFP
Scholz pede a Putin "paz justa e duradoura" na Ucrânia
Na primeira conversa em quase dois anos, chanceler federal alemão (foto) defendeu negociações para encerrar a guerra, enquanto líder russo insistiu em "novas realidades territoriais" em solo ucraniano. Em entrevista de TV exibida no mesmo dia, o presidente ucraniano Volodimir Zelenski disse crer que a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos apressará o fim do conflito. (15/11)
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Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Biden dá as boas-vindas a Trump para iniciar a transição
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Foto: AP/dpa/picture alliance
Eleições antecipadas à vista
O partido SPD, do chanceler Olaf Scholz, e a sigla de oposição CDU chegaram a um acordo: as eleições antecipadas para o Bundestag (parlamento alemão) serão realizadas em 23 de fevereiro. A decisão veio uma semana depois da demissão do ministro das Finanças, Christian Lindner, do neoliberal FDP, que selou o fim da coalizão tripartidária à frente do país, que contava ainda com os verdes. (12/11)
Foto: Fabian Sommer/dpa/picture alliance
Holanda impõe controles de fronteira para barrar ilegais
O governo holandês anunciou a imposição de controles extras em suas fronteiras terrestres para combater a imigração ilegal. "É hora de enfrentar o tráfico de migrantes de maneira concreta", disse ministra holandesa da Migração, Marjolein Faber. Medida tem caráter temporário, de acordo com as normas da União Europeia. (11/11)
Foto: Marcel van Hoorn/ANP/AFP
Ucrânia lança ataque de drones contra Moscou
Bombardeada com um número recorde de 145 drones, a Ucrânia reagiu atacando Moscou com ao menos 34 drones, na mais pesada investida contra a capital russa desde o início da guerra, em 2022. O ataque ucraniano interrompeu o tráfego aéreo em três grandes aeroportos de Moscou e feriu ao menos uma pessoa em um vilarejo nos subúrbios da cidade. (10/11)
Foto: Tatyana Makeyeva/AFP/Getty Images
Ataque suicida deixa mais de 20 mortos no Paquistão
Um ataque suicida executado em uma estação ferroviária da cidade paquistanesa de Quetta, na conturbada província do Baluchistão, deixou pelo mais de 20 mortos e 40 feridosl. O grupo separatista Exército de Libertação do Baluchistão (BLA) assumiu a responsabilidade em um comunicado divulgado nas redes sociais.(09/11)
Foto: Banaras Khan/AFP/Getty Images
Cúpula da UE termina sob espectro da reeleição de Trump
Líderes da UE prometeram dar novo impulso à economia do bloco europeu ao término da cúpula que reuniu chefes de governo dos 27 Estados-membros na Hungria. Resultado das eleições nos EUA motivou europeus a avançarem medidas para aumentar competitividade do bloco. Cúpula termina com promessa de reforçar defesa e combater alta nos custos de energia. (08/11)
Foto: Mehmet Ali Ozcan/AA/picture alliance
Biden pede união e promete transição pacífica nos EUA
“Você não pode amar seu país somente quando vence. Você não pode amar seu vizinho somente quando concorda. Algo que esperamos que possamos fazer, não importa em quem você votou, é nos vermos não como adversários, mas como concidadãos americanos. Reduzam a temperatura”, disse o presidente dos EUA, Joe Biden, em discurso na Casa Branca (07/11)
Foto: Ron Sachs/Pool/CNPZUMA Press Wire/IMAGO
Scholz demite ministro das Finanças e governo alemão fica por um fio
A tríplice coalizão partidária que governa a Alemanha desmoronou após o chanceler federal Olaf Scholz, do Partido Social Democrata (SPD), exonerar o ministro das Finanças, Christian Lindner, que também é presidente do Partido Liberal Democrático (FDP, na sigla em alemão). Num pronunciamento na televisão, Scholz explicou as razões da demissão e dirigiu palavras duras ao ex-ministro. (06/11)
Foto: ODD ANDERSEN/AFP/Getty Images
Trump derrota Kamala e retorna à Presidência dos EUA
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Foto: Brian Snyder/REUTERS
EUA vão às urnas para escolher o novo presidente
Os EUA foram às urnas para definir quem vai comandar a maior potência econômica e militar do mundo. Na disputa estão a democrata Kamala Harris – que pode ser eleita a primeira mulher a ocupar a Casa Branca – e o republicano Donald Trump – que tenta um retorno à Presidência quase quatro anos após deixar Washington em desgraça, na esteira de uma tentativa de golpe. (05/11)
Foto: Timothy D. Easley/AP Photo/picture alliance
Morre Agnaldo Rayol aos 86 anos
Após mais de 60 anos de carreira artística, morreu o carioca Agnaldo Rayol, em consequência de uma queda em sua residência. Cantor romântico, com o auge do sucesso na década de 1960, também protagonizou telenovelas e filmes em papéis de galã, e apresentou programas próprios na TV. Descendente de imigrantes, tocou os corações de seus fãs com canções em italiano, até nos anos 90. (04/11)
Foto: Fotoarena/IMAGO
População joga lama em rei da Espanha durante protestos pós-enchentes
Uma visita do rei e da rainha da Espanha e do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, às áreas atingidas pelas enchentes em Valência, no leste do país, terminou em confusão. Uma multidão atirou lama, pedras e objetos na comitiva e hostilizou as autoridades com gritos de "assassinos". O barro atingiu o rosto do rei Felipe VI e da rainha Letizia. (03/11)
Foto: Manaure Quintero/AFP/Getty Images
Espanha intensifica busca por sobreviventes após enchente
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Foto: Alberto Saiz/AP Photo/picture alliance
Alemanha facilita mudança legal de gênero
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