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Apoio a impeachment chega a 68%, aponta Datafolha

20 de março de 2016

Pesquisa aponta que parcela da população favorável ao impedimento de Dilma subiu oito pontos desde fevereiro. Renúncia é defendida por 65%. FHC declara apoio ao processo pela saída da presidente.

Foto: picture-alliance/dpa/A. Lacerda

A parcela da população favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff subiu para 68%, oito pontos percentuais acima da medição de fevereiro, como revela a última pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada neste sábado (19/03).

Também cresceu o número das pessoas que acham que Dilma deveria renunciar, de 58% para 65%. Os que são contrários ao impeachment somam agora 27%, 6 pontos a menos do que no mês passado.

De acordo com o Datafolha, o apoio pelo afastamento da presidente aumentou em todos os segmentos pesquisados. Mas apenas 16% acreditam que um eventual governo do vice-presidente Michel Temer seria ótimo ou bom, enquanto 35% veem esse possível governo como ruim ou péssimo.

Como comparação, a pesquisa do Datafolha lembra que, em setembro de 1992, pouco antes do impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello, 75% eram favoráveis ao impedimento dele, enquanto 18% eram contrários.

O aumento do apoio pelo impeachment e renúncia de Dilma acontece na sequência das grandes manifestações populares contra o governo, novas denúncias da delação premiada do senador Delcídio do Amaral e a divulgação de áudios do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, incluindo um com a própria presidente.

A rejeição a Lula atingiu o recorde de 57%. Entre as classes mais pobres, a cifra chega a 49%, alcançando 74% entre os que ganham dez ou mais salários mínimos.

Apesar disso, em pergunta com resposta espontânea sobre quem foi o melhor presidente do país, Lula ainda lidera, com 35%, seguido por Fernando Henrique Cardoso, com 16%.

O Datafolha ouviu 2.794 eleitores nos dias 17 e 18, em 171 municípios de todo o país.

FHC apoia impeachment

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que o impeachment é a única saída para as crises política e econômica. Antes, FHC achava que a renúncia seria a opção ideal.

"Cheguei a defender que ela tivesse um gesto de grandeza e renunciasse. Eu sempre procurei ter uma atitude serena em relação a esses processos políticos e especialmente em relação à presidente Dilma", afirmou Fernando Henrique. "Mas, com a incapacidade que se nota hoje de o governo funcionar, de ela resistir e fazer o governo funcionar, eu acho que agora o caminho é o impeachment."

Segundo o ex-presidente, o processo continua sendo um caminho "doloroso", mas que agora avalia como necessário.

"Tão doloroso quanto o impeachment é assistir ao desfalecimento da economia e da sociedade", disse.

RPR/rtr/ots

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