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Apoio a Merkel despenca após atentados

5 de agosto de 2016

Aprovação à chanceler federal cai de 59% para 47% em menos de um mês, enquanto medo do terrorismo cresce: 76% acreditam que Alemanha será novamente alvo de ataques.

"Nós não vamos conseguir isso nunca": pichação debocha do slogan de Merkel para a crise migratória
"Nós não vamos conseguir isso nunca": pichação debocha do slogan de Merkel para a crise migratóriaFoto: picture-alliance/dpa/S. Sauer

Uma pesquisa divulgada na noite desta quinta-feira (04/08) aponta que a popularidade da chanceler federal alemã, Angela Merkel, recuou para 47% – uma queda significativa em relação aos 59% medidos em julho passado.

Realizada pelo instituto Infratest Dimap nas últimas segunda e terça-feira, por encomenda da emissora pública ARD, a sondagem reforça a volatilidade da opinião pública sobre Merkel: a aprovação à chanceler atingiu o mínimo de 46% em fevereiro; voltou a subir em junho, após o referendo do Brexit; e agora atinge o menor nível em seis meses.

Dos cerca de mil entrevistados, 65% disseram que não estão satisfeitos com a política migratória de Merkel (a pesquisa não possibilitou responder por quais motivos). Já 34% afirmam que o país está no caminho certo – é o menor índice desde que os pesquisadores começaram a fazer a pergunta, há um ano.

A pesquisa foi realizada após a Alemanha ter sido alvo de uma série de atentados extremistas. Dois deles – o ataque a machadadas no trem em Würzburg e o suicida de Ansbach – foram realizados por refugiados.

Na entrevista coletiva que concede anualmente, na semana passada, Merkel afirmou que os ataques nas duas cidades bávaras, ambos reivindicados pelo grupo "Estado Islâmico" (EI), foram perpetrados por dois refugiados "que zombaram do país que os acolheu". Ela fez, ainda, uma defesa ferrenha de sua política migratória.

Segundo a sondagem, o medo de terrorismo na Alemanha aumentou desde os últimos atentados. Dos entrevistados, 76% acreditam que o país será alvo de mais ataques – taxa nove pontos maior do que a registrada em abril, imediatamente depois dos atentados ocorridos em Bruxelas.

Em janeiro de 2015, apenas 45% dos alemães contavam com ataques. Já a confiança nas autoridades de segurança do país permanece inalterada: 55% dos entrevistados acreditam que a Alemanha está bem protegida contra o terrorismo.

A pesquisa mostrou ainda que o apoio ao governador da Baviera, Horst Seehofer, defensor ferrenho de uma política migratória mais rígida, cresceu. A sua taxa de aprovação aumentou 11 pontos, para 44%.

Já 64% dos entrevistados disseram que políticos do partido de Seehofer – União Social Cristã (CSU), que governa em coalizão com a legenda de Merkel, a União Democrata Cristã (CDU) – trabalhou mais pelo interesse da própria legenda do que para o sucesso do governo.

Se as eleições fossem no próximo domingo, 34% votariam na CDU-CSU, e 22% no Partido Social-Democrata (SPD). Já 91% dos entrevistados criticaram as brigas em curso dentro do governo de coalizão alemão, composto pelas três legendas.

Segundo a pesquisa, o Partido Verde tem 13% de apoio, e A Direita, 9%. Já a legenda anti-imigração e anti-islâmica Alternativa para a Alemanha (AfD) recebeu 12%, e o Partido Liberal Democrático (FDP), 5%.

FC/rtr/ap/dpa

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