Apoio de Musk beneficia AfD, segundo maioria dos alemães
8 de janeiro de 2025
Declarações favoráveis do magnata da tecnologia trariam vantagem para a ultradireita nas intenções de voto, segundo YouGov. Mas maioria duvida da capacidade de Musk de julgar a situação política da Alemanha.
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O apoio do bilionário Elon Musk à Alternativa para a Alemanha (AfD) contribuiu para a vantagem do partido de ultradireita nas intenções de voto, às vésperas da eleição legislativa antecipada de 23 de fevereiro, indicou uma pesquisa publicada nesta quarta-feira (08/01).
Na pesquisa do instituto YouGov, encomendada pela agência de notícias DPA, 59% dos participantes declararam que as opiniões de Musk beneficiaram a AfD, enquanto para apenas 4% o efeito teria sido contrário. Para 24% não houve qualquer impacto, e 13% se declararam indecisos.
Com uma margem de erro de mais ou menos 2,07 pontos percentuais, a pesquisa realizada entre 3 e 6 de janeiro na Alemanha contou com 2.246 participantes maiores de 18 anos.
Consultor de confiança e importante apoiador político do presidente americano eleito, Donald Trump, Musk provocou polêmica ao declarar apoio à AfD em sua plataforma X e, em seguida, num artigo de opinião para o jornal alemão Die Welt.
Maioria duvida de discernimento político de Musk
Por outro lado, a pesquisa do YouGov também sugere que não muitos esperam que os comentários de Musk em sua própria plataforma afetem significativamente as próximas campanhas eleitorais na Alemanha: para apenas 27% dos entrevistados essa influência seria grande ou muito grande, enquanto para 50% ela seria mínima, e para 13%, nula.
Uma maioria de 68% questionou a capacidade do magnata da tecnologia de julgar a situação política alemã, enquanto 21% o consideraram apto a tal. Do total, 63% são a favor de uma regulamentação pelo menos parcial das redes sociais, a fim de evitar interferências na política interna. Entre os eleitores da AfD, a maioria (58%) é contra a medida.
Está marcada para esta quinta-feira uma conversa online ao vivo entre Musk e a principal candidata da AfD, Alice Weidel. Na corrida pelo futuro governo alemão, o YouGov situa os ultradireitistas em 2º lugar, com 21%, atrás dos 29% da União Democrata Cristã (CDU), de centro-direita, juntamente com sua aliada União Social Cristã (CSU), do estado da Baviera.
Musk não é o único conservador americano poderoso a se imiscuir recentemente nas próximas eleições alemãs, em favor do partido de ultradireita: o vice de Trump, JD Vance afirmou, falsamente que "a AfD é mais popular nas regiões alemãs que foram mais resistentes aos nazistas".
av (DPA,ots)
O mês de janeiro em imagens
Reveja alguns dos principais acontecimentos do mês
Foto: MATTHEW HINTON/AFP
Incêndios deixam rastro de destruição na Califórnia
Incêndios florestais de enormes proporções atingiram a Califórnia e deixaram ao menos cinco mortos e dezenas de feridos. Em Los Angeles, mais de mil casas foram destruídas e 70 mil pessoas foram retiradas das áreas de risco. Os serviços de emergência relataram que trabalhavam no limite de suas capacidades. (08/01)
Foto: Apu Gomes/Getty Images/AFP
Morre o extremista francês Jean-Marie Le Pen
Líder histórico da extrema direita francesa e pai da ultradireitista Marine Le Pen morreu aos 96 anos. Ele foi um dos fundadores do partido Frente Nacional, renomeado em 2018 para Reunião Nacional. Figura polarizadora na política francesa, Le Pen era conhecido por sua retórica inflamada contra a imigração e o multiculturalismo. (07/01)
Congresso dos EUA certifica vitória eleitoral de Trump
O Congresso dos EUA certificou Donald Trump como vencedor da eleição de 2024. A cerimônia aconteceu sem interrupções – em contraste à violência de 6 de janeiro de 2021, quando, com pelo menos aquiescência de Trump, uma multidão invadiu o Capitólio para impedir certificação de Joe Biden. Os legisladores se reuniram sob forte segurança para cumprir a data exigida pela lei eleitoral. (06/01)
Foto: Chip Somodevilla/Getty Images/AFP
Neve traz caos à Europa e aos Estados Unidos
Após um fim de ano com temperaturas relativamente amenas, nevou no Reino Unido e em outras partes da Europa. Pistas congeladas geraram transtorno nas estradas e levaram ao cancelamento de voos e fechamento de aeroportos, inclusive na Alemanha. Nos Estados Unidos, algumas áreas devem ter a pior nevasca da década. (05/01)
Foto: Danny Lawson/PA Wire/dpa/picture alliance
Trens de longa distância operados pela alemã Deutsche Bahn batem recorde de atraso
Em 2024, 37,5% dos trens de longa distância registraram atraso superior a seis minutos – a maior taxa em 21 anos. Empresa atribuiu piora no desempenho à "infraestrutura ultrapassada e sobrecarregada", obras na rede ferroviária, aumento do tráfego, falta de mão de obra e eventos climáticos extremos, mas disse trabalhar em um plano de ação para melhorar sua pontualidade. (04/01)
Foto: Sebastian Gollnow/dpa/picture alliance
Milhares de alemães assinam petição contra uso de fogos de artifício
Mais de 270 mil alemães assinaram uma petição online pedindo a proibição de fogos de artifício particulares em todo o país, após um Ano Novo marcado por cinco mortes e dezenas de feridos pelo uso incorreto dos fogos. Em várias cidades, equipes de emergência foram atingidas pelos explosivos. Em Berlim, um policial ficou gravemente ferido e precisou ser operado. (03/01)
Foto: Christian Mang/REUTERS
Multidão protesta contra prisão de presidente afastado da Coreia do Sul
Uma centena de pessoas se reuniram em Seul para protestar contra o mandado de prisão imposto ao presidente deposto da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, acusado de insurreição. Apoiadores se posicionaram em frente à residência de Yoon, que se propôs a "lutar até o fim". Agentes já se posicionam no local para cumprir a ordem judicial. (02/01)
Foto: Philip Fong/AFP
Homem atropela multidão em Nova Orleans e deixa 10 mortos
Ataque ocorreu na Bourbon Street, uma rua turística com bares e clubes noturnos. Condutor do veículo morreu em confronto com policiais e FBI investiga "ato de terrorismo". Suspeito, um cidadão americano do Texas, carregava bandeira do Estado Islâmico. (01/01)