Depois de mais de 35 anos de proibição, primeiro cinema será inaugurado na capital Riad em abril. Empresa americana planeja abrir mais de 40 salas em 15 cidades do país nos próximos cinco anos.
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O Ministério da Cultura e Informação da Arábia Saudita anunciou nesta quarta-feira (04/04) a abertura do primeiro cinema no país após mais de 35 anos de proibição. O cinema será inaugurado na capital Riad em 18 de abril.
A gigante americana AMC Entertainment Holdings recebeu a primeira licença para operar cinemas no país. A empresa pretende abrir mais de 40 salas em 15 cidades nos próximos cinco anos.
O banimento dos cinemas no país foi suspenso no ano passado, como parte de uma iniciativa de modernização da sociedade liderada pelo príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman. Entre as medidas deste projeto, que visa ainda diversificar a economia, está a suspensão da proibição de mulheres conduzirem veículos.
Na década de 1970, a Arábia Saudita possuía alguns cinemas, no entanto, eles foram banidos na década de 1980 sob pressão dos islâmicos, num período em que a sociedade saudita se voltou para uma forma particularmente conservadora do islamismo que desencorajava o entretenimento e que homens e mulheres fossem vistos juntos em locais públicos.
Com a proibição, milhares de sauditas viajavam para Bahrain, Emirados Árabes Unidos e outros países próximos para consumir certos produtos de entretenimento. Além disso, filmes e séries americanas costumam ser assistidos pelos sauditas em suas casas.
"A reabertura de cinemas ajudará a impulsionar a economia local, aumentando os gastos das famílias com entretenimento e apoiando a criação de empregos no reino", afirmou o ministro saudita da Cultura e Informação, Awwad Alawwad, em comunicado.
Segundo uma fonte ouvida pela agência de notícias Reuters, as salas de cinemas não devem ser segregadas por gênero como a maioria dos lugares públicos na Arábia Saudita.
CN/afp/rtr
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O lento avanço dos direitos das mulheres na Arábia Saudita
Em 2018, país passou a permitir que mulheres obtenham carteira de motorista e dirijam sem serem acompanhadas por um tutor do sexo masculino. Conheça outras conquistas femininas na nação islâmica nas últimas décadas.
Foto: Getty Images/F.Nureldine
Escola em 1955; universidade só em 1970
As meninas nem sempre puderam frequentar escolas na Arábia Saudita. Só a partir de 1955 foi permitida a matrícula de garotas na primeira escola para meninas, Dar Al Hanan. Já a Riyadh College of Education, primeira instituição de ensino superior para mulheres, foi aberta em 1970.
Foto: Getty Images/AFP/F. Nureldine
2001: Carteira de identidade
Em 2001 foi permitido às mulheres sauditas terem carteira de identidade, para poderem provar quem são, por exemplo, em questões de herança ou de propriedade. Mas a identificação só podia ser feita com a permissão do guardião dela e era entregue a ele, em vez de diretamente à mulher. Só em 2006 as sauditas passaram a receber carteiras de identidade sem precisar da permissão do responsável por elas.
Foto: Getty Images/J. Pix
2005: Fim do casamento forçado – só no papel
Embora a Arábia Saudita tenha acabado com os casamentos forçados em 2005, eles continuam sendo negociados pelo noivo com o pai da noiva, e não com ela.
Foto: Getty Images/A.Hilabi
2009: Mulher em ministério
Em 2009, o rei Abdullah nomeou Noura al Fayez vice-ministra da Educação. A primeira mulher em um ministério saudita é encarregada de assuntos para mulheres.
Foto: Foreign and Commonwealth Office
2012: primeiras atletas olímpicas
A Arábia Saudita permitiu em 2012 que atletas do sexo feminino competissem pela equipe nacional nos Jogos Olímpicos. Uma delas foi Sarah Attar, que correu a prova de 800 metros em Londres usando uma touca. Antes dos Jogos, houve especulações de que a equipe saudita poderia ser banida por discriminação de gênero se não permitisse que as mulheres participassem.
Foto: picture alliance/dpa/J.-G.Mabanglo
2013: Mulher pode andar de sobre duas rodas
Em 2013 foi permitido às mulheres na Arábia Saudita andar de bicicleta e moto – mas apenas em áreas de lazer e desde que completamente cobertas por roupas islâmicas e acompanhadas por um parente do sexo masculino.
Foto: Getty Images/AFP
2013: Mulheres no Conselho Consultivo
Em fevereiro de 2013, o rei Abdullah indicou 30 mulheres para o Conselho Consultivo, ou Shura. A nomeação de mulheres para o conselho, que costuma ser composto apenas por homens, marcou um momento histórico. O órgão aconselha o rei em questões de política e legislação. Pouco tempo depois, mulheres receberam a permissão de se candidatar ao cargo.
Foto: REUTERS/Saudi TV/Handout
2015: Mulheres em eleições municipais
Nas eleições municipais de 2015 na Arábia Saudita, as mulheres puderam se candidatar e votar pela primeira vez. Apenas para comparar: a Nova Zelândia foi o primeiro país a permitir o voto feminino já em 1893. A Alemanha fez isso em 1919. Na votação saudita de 2015, 20 mulheres foram eleitas para cargos em nível municipal.
Foto: picture-alliance/AP Photo/A. Batrawy
2017: Mulher na Bolsa de Valores
Em fevereiro de 2017, a Bolsa de Valores saudita nomeou a primeira presidente mulher em sua história: Sarah Al Suhaimi.
Foto: pictur- alliance/abaca/Balkis Press
2018: Mulheres na direção (de carros)
Em 26 de setembro de 2017, a Arábia Saudita anunciou que a partir de junho de 2018 as mulheres não precisariam mais da permissão de seu tutor do sexo masculino para obter uma carteira de motorista e não seria mais necessário que seu guardião as acompanhasse no veículo.