Em meio a acirramento das tensões entre Irã e EUA, com reforço da presença militar americana no Oriente Médio, Riad afirma que dois de seus navios foram alvo de ataques perto da costa dos Emirados Árabes Unidos.
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A Arábia Saudita afirmou nesta segunda-feira (13/05) que dois navios petroleiros de bandeira saudita foram alvos de "ataques de sabotagem" enquanto navegavam próximo à costa dos Emirados Árabes Unidos. Riad condenou o ocorrido como uma tentativa de minar a segurança do abastecimento internacional de petróleo bruto.
Os Emirados confirmaram neste domingo que quatro navios comerciais foram alvos de sabotagem ao navegarem próximo ao emirado de Fujeira, um dos maiores centros de abastecimento de petroleiros em todo o mundo, localizado na parte externa do Estreito de Ormuz.
As autoridades dos Emirados Árabes não atribuíram responsabilidade a nenhum grupo ou país, mas alertaram que "realizar ataques de sabotagem em navios civis e comerciais e ameaçar a segurança e as vidas dos que estão a bordo é um acontecimento grave". Após os ataques, o preço do petróleo bruto nos mercados mundiais chegou a aumentar em 1,1%, com o barril chegando a custar 71,77 dólares.
O ministro saudita da Energia, Khalid al-Falih, disse em nota que os ataques não deixaram vítimas nem resultaram em derramamentos, mas causaram danos significativos nas estruturas dos navios.
A associação independente de proprietários de petroleiros Intertanko afirmou que, segundo imagens às quais o grupo teve acesso, "ao menos dois navios possuem rombos nas laterais devido ao impacto de armamentos".
O ministério do Exterior dos Emirados Árabes Unidos confirmou que não houve vítimas e disse que as operações no porto de Fujeira continuam normalmente. O órgão afirma que foi aberta uma investigação em cooperação com autoridades internacionais e pediu às grandes potências mundiais que ajam para impedir ataques à segurança marítima internacional.
O Estreito de Ormuz, que liga os países do Golfo Pérsico ao Irã, é uma das principais rotas mundiais do transporte de gás e petróleo. Além do aumento da presença militar americana na região, o atual acirramento das tensões entre o Irã e os Estados Unidos envolve a reimposição de sanções a Teerã por parte de Washington.
As tensões se agravaram após Teerã anunciar, na semana passada, que deixará de cumprir algumas das medidas previstas no acordo nuclear de 2015, do qual Washington anunciara sua retirada no ano passado, mas do qual ainda fazem parte Irã, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha. Pouco depois do anúncio de Teerã, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou uma nova leva de sanções contra o Irã.
O Ministério iraniano do Exterior disse que os ataques de sabotagem em Fujeira são "preocupantes e abomináveis" e pediu a abertura de investigações, alertando contra agentes estrangeiros de países terceiros que teriam o objetivo de prejudicar a segurança regional.
O Secretário de Estado americano, Mike Pompeo, cancelou uma visita a Moscou para tomar parte em conversações com autoridades europeias sobre o Irã em Bruxelas nesta segunda-feira. Ele se reunirá com representantes de Alemanha, França e Reino Unido para discutir "questões urgentes", segundo afirma um comunicado do Departamento de Estado dos EUA.
Como resposta às supostas ameaças iranianas, os EUA vêm reforçando sua presença militar no Oriente Médio, inclusive com o envio de bombardeios B-52 e de um porta-aviões. Na sexta-feira, o Pentágono anunciou que enviará ainda um navio de assalto anfíbio e uma bateria de mísseis Patriot para reforçar a segurança na região.
A Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, tradicionais aliados muçulmanos sunitas, apoiam as sanções americanas contra o Irã, seu adversário comum. Teerã já chegou a ameaçar com o fechamento do Estreito de Ormuz no caso de um confronto militar com os Estados Unidos.
RC/afp/rtr
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Um dos maiores navios cargueiros do mundo, o MOL Triumph, atracou em Hamburgo, no norte da Alemanha. Conheça este e outros superlativos da navegação, como os maiores iate, petroleiro e navio de cruzeiro.
Foto: Hafen Hamburg Marketing e.V.
A evolução
Um dos maiores navios de contêineres do mundo, o MOL Triumph, faz uma linha regular entre a Europa e o Leste Asiático. Na embarcação da japonesa Mitsui O.S.K. Lines (MOL) cabem 20.170 contêineres padrão (TEU).
Cada vez maiores
O maior porta-contêineres do mundo é o OOCL Hong Kong, com capacidade para 21.100 contêineres standard. Há 25 anos, no maior navio cargueiro do mundo cabiam 4.442 contêineres. Os navios-tanque, hoje, são maiores ainda.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Warmuth
O mais longo do mundo
O petroleiro Jahre Viking , de 458 metros de comprimento, necessitava de mais de 6 km para parar totalmente. Por causa de seu tamanho e das dificuldade de manobrar, podia acessar poucos portos no mundo e não passava pelos canais do Panamá, de Suez e da Mancha. De 2004 a 2009, ele navegou com o nome Knock Nevis, e em 2010 foi desmanchado.
Foto: picture-alliance/dpa/DPA Report
Pequena cidade no mar
O maior navio de cruzeiro do mundo é o Harmony of the Seas. O navio de 362 metros de comprimento tem 20 restaurantes, 23 piscinas, o maior escorregador em um navio e um parque com 12 mil plantas. Em seus 16 andares, pode levar mais de 6.300 passageiros e 2.100 tripulantes. A companhia de navegação americana Royal Caribbean Cruises pagou por ele mais de um bilhão de euros.
Foto: picture-alliance/dpa/F. Dubray
Gigante só para passeios
Diversos xeiques, oligarcas e outros bilionários competem entre si para ver quem tem o maior iate. Muitas embarcações chegam a ser ampliadas ainda no estaleiro, antes da viagem inaugural, só para superar a doa rivais. O maior do mundo no momento, o Azzam, de 180 metros de comprimento e de propriedade de um xeique saudita, tem heliporto, sistema antimísseis e submarino próprio.
Foto: Imago/TheYachtPhoto.com
Veleiro de oito andares
Um dos maiores iates privados do mundo, o S/Y A (Sailing Yacht A), foi desenhado por Philippe Starck para o multimilionário russo Andrey Melnichenko. O tamanho da vela corresponde a meio campo de futebol. A embarcação tem 143 metros de comprimento, oito deques, três piscinas, submarino próprio e uma área para observação subaquática.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Heimken
Navio de guerra mais caro
O porta-aviões americano USS Gerald R. Ford, de 337 metros de comprimento, custou 13 bilhões de dólares. Ele está sendo usado para treinamentos desde abril último. A Marinha americana tem 18 porta-aviões em operação. A nova classe Ford lançará os aviões de forma mais rápida e eficiente: com catapultas eletromagnéticas em vez das atuais, à vapor do próprio navio.
Foto: Imago/Zumapress/C. Delano
Supernavios russos
Blocos de gelo de três metros de espessura não são problema para o quebra-gelo nuclear russo Arktika. Ele é o maior em seu gênero, segundo o site estatal russo "Sputniknews". A embarcação deixou o estaleiro em 2016 e, a partir do final do ano, sua tarefa será abrir caminho para os navios com gás e petróleo em torno do Ártico.
Foto: picture alliance / dpa
Gigante lento
Thialf é o maior navio grua semi-submersível do mundo, podendo mover cargas de até 14.200 toneladas e variar seu calado entre 11,8 e 31,6 metros. Ele é usado principalmente para a montagem de plataformas em alto-mar. O casco é composto por duas estruturas flutuantes que sustentam a superestrutura sobre quatro pilares. Quando se movimenta, a velocidade máxima é de 11 km/h.
Foto: BoH/GPL
Transporte de navios
Plataformas marítimas ou mesmo um navio inteiro podem ser transportados pelo Dockwise Vanguard. O maior navio de transporte de embarcações do mundo tem 275 metros de comprimento e é submersível. Depois que a carga é puxada para cima dele por rebocadores, o navio submerge da água para se deslocar.
Foto: Boskalis
Maior profundidade
O submarino Deepsea Challenger foi construído secretamente na Austrália de 2005 a 2012 com o objetivo de chegar ao ponto mais profundo da Terra. O passageiro fica dentro de uma cabine de aço de alta resistência de 109 cm de diâmetro (paredes têm 64 mm). Assim, em 2012, o diretor James Cameron desceu à fossa das Marianas, o local mais profundo dos oceanos, atingindo 10.984 metros de profundidade.
Foto: REUTERS
O futuro
Os navios do futuro poderão andar sem tripulação e movidos a eletricidade. A Noruega vai testar um cargueiro autônomo a partir de 2018. O navio Yara Birkland deverá transportar fertilizantes na costa do país. Inicialmente terá um capitão, mas a partir de 2019 será controlado à distância e, no ano seguinte, deve ser autônomo. Os especialistas acham que isso irá revolucionar o transporte naval.