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Arábia Saudita retoma bombardeios no Iêmen

22 de abril de 2015

Menos de 24 horas após anunciar fim de ataques, coalizão liderada pelo Exército saudita ataca base militar tomada por rebeldes houthis no sul do país. Milícia xiita pede negociações de paz mediadas pela ONU.

Foto: Reuters

A coalizão liderada pela Arábia Saudita retomou os ataques aéreos no Iêmen nesta quarta-feira (22/04), menos de 24 horas após anunciar o fim dos ataques aéreos contra o movimento rebelde xiita Houthi.

De acordo com testemunhas, os aviões bombardearam uma base militar que os rebeldes xiitas haviam capturado pouco antes em Taiz, no sul do país. Aviões atacaram também posições da milícia xiita na cidade portuária de Áden e um depósito de armas próximo à capital, Sanaa. Não há informações sobre possíveis vítimas.

O anúncio nesta terça-feira de que a Arábia Saudita colocaria fim a quase um mês de ataques aéreos contra os rebeldes, aliados do Irã, gerou reações positivas da Casa Branca e de Teerã. Mas horas mais tarde, os ataques e bombardeios recomeçaram, e a Cruz Vermelha Internacional descreveu a situação como "catastrófica".

Os houthis afirmaram nesta quarta-feira que querem participar de negociações de paz mediadas pela ONU, mas somente após a suspensão total dos ataques aéreos. "Pedimos, após o fim da agressão ao Iêmen e do bloqueio a seu povo, a retomada do diálogo político sob a proteção das Nações Unidas", afirmou o porta-voz da milícia houthi, Mohammed Abdul-Salam.

As hostilidades no Iêmen refletem a dificuldade de se encontrar uma solução política para o conflito no país, em meio aos atritos entre duas potências do Golfo Pérsico: Arábia Saudita e Irã. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de mil pessoas morreram no Iêmen entre 19 de março e 20 de abril.

Retorno dos ataques não descartado

Ao anunciar o fim dos ataques aéreos nesta terça-feira, o general Ahmed Asiri, porta-voz da coalizão liderada pelos sauditas, não havia descartado o retorno dos bombardeios aéreos contra a milícia xiita. Além disso, ele afirmou que as forças terrestres e navais da Arábia Saudita vão continuar protegendo a fronteira com o Iêmen e bloqueando a transferências de armas para os rebeldes.

De acordo com Asiri, a aliança militar iria dar início nesta quarta-feira a uma nova operação chamada "Recuperação da esperança", com o objetivo de impedir os avanços dos rebeldes xiitas, proteger civis e apoiar os esforços de evacuação e ajuda humanitária.

Nesta segunda-feira, os EUA enviaram mais um porta-aviões para a costa do Iêmen. Os americanos pretendem reforçar a presença no Golfo de Áden e no sudeste do Mar Arábico após relatos de que um comboio de navios iranianos estaria se dirigindo ao Iêmen para entregar armas aos houthis.

Os rebeldes xiitas conquistaram partes do território iemenita desde que entraram na capital, Sanaa, em setembro de 2014. O caos aumentou em 26 de março, quando a coligação liderada pela Arábia Saudita iniciou a ofensiva para travar o avanço dos rebeldes depois que o presidente Abd Rabbuh Mansur al-Hadi abandonou o Iêmen.

FC/afp/dpa/rtr/efe

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