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Argélia diz que número de mortos em sequestro de usina de gás pode subir

20 de janeiro de 2013

Pelo menos 80 pessoas morreram. Muitos funcionários continuam desaparecidos. Ação de militares gerou críticas internacionais, mas EUA e Reino Unido atribuem culpa do massacre a extremistas. Obama promete apoio à Argélia.

Geiseln Geiseldrama in Algerien OHNE RANDFoto: REUTERS/Ennahar TV

Forças especiais argelinas invadiram o complexo de gás de In Amenas, no sudeste da Argélia, matando todos os terroristas, segundo a agência argelina APS. Sete reféns também morreram, aparentemente assassinados pelos extremistas, antes da tentativa de resgate do sábado (19/01). Os números das vítimas permanecem desencontrados neste domingo (20/01). Dado a quantidade de desaparecidos, a cota de vítimas pode subir ainda mais, 685 trabalhadores argelinos e 107 funcionários estrangeiros foram libertados.

O ministro argelino da Informação, Mohamed Said, disse que o número de mortos pode subir. Forças especiais estão no complexo buscando outras vítimas. Vários países relataram que seus cidadãos estão desaparecidos, entre eles, 10 japoneses.

A informação disponível ainda é inconsistente, sobretudo porque a área do campo de gás se estende por vários hectares de deserto. O primeiro-ministro britânico, David Cameron, confirmou a morte de três britânicos, dois outros ainda estão desaparecidos. O presidente da norueguesa Statoil, Helge Lund, disse que cinco de seus funcionários estão desaparecidos, todos noruegueses.

Complexo foi minado por extremistasFoto: picture alliance / dpa

Explosivos no pescoço

Possivelmente, o Exército queria, com sua ofensiva, impedir que os islamistas explodissem todo o complexo, como ameaçavam. De acordo com a petrolífera estatal argelina Sonatrach, toda a refinaria fora minada com explosivos. Os trabalhos de retirada das minas já começaram. Uma refém sobrevivente descreveu como os extremistas amarraram explosivos nos pescoços dos prisioneiros, para que eles não fugissem. As forças de segurança apreenderam, além de metralhadoras pesadas e lançadores de granadas, lançadores de foguetes.

Islamistas, aparentemente ligados à rede terrorista Al Qaeda, invadiram a instalação no deserto na manhã de quarta-feira e exigiram o fim da intervenção militar francesa no Mali. Um dia depois, o exército argelino interveio, mas só no sábado conseguiu retomar controle do complexo. A agência de notícias estatal da Argélia, APS, informou que os soldados decidiram dar seu golpe decisivo após os extremistas terem matado os sete reféns estrangeiros que estavam ainda em seu poder.

Washington promete apoio

O presidente francês, François Hollande, defendeu a sangrenta operação de libertação. "Negociações com os terroristas não foram cogitadas", afirmou. Mas a ação militar provocou protestos internacionais. As autoridades argelinas são acusadas principalmente por falta de vontade de negociar e pouca consideração com a vida dos prisioneiros. Os governos britânico e norte-americano avaliaram a questão de forma diversa. O presidente dos EUA, Barack Obama, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, atribuem a culpa pelo massacre aos extremistas e refutam ter havido erros táticos por parte das forças especiais.

Dois reféns britânicos libertados: muitos permanecem desaparecidosFoto: AP

Obama garantiu apoio à Argélia, após o fim da crise dos reféns, afirmando, em comunicado, que "os EUA estão dispostos a prestar toda a assistência possível". Obama garantiu que seu governo continuará a trabalhar em estreita colaboração com seus parceiros, para combater o "flagelo do terrorismo" na região.

MD/afp/dapd/dpa/rtr
Revisão: Soraia Vilela

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