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Argentina: ataque forte e defesa frágil

Philip Verminnen3 de junho de 2014

Ao lado de Agüero, Di María e Higuaín, Messi comanda linha de frente que, para muitos, é a melhor do Mundial. Mas zaga inexperiente pode dificultar sonho de conquistar título na casa do arquirrival Brasil.

Foto: Juan Mabromata/AFP/GettyImages)

Argentina busca título após 28 anos

02:21

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Há 28 anos sem conquistar a Copa do Mundo, a Argentina quer estragar a festa do arquirrival Brasil. Se depender do ataque, os bicampeões mundiais são sérios candidatos a levantar a taça em 13 de julho, no Maracanã. Mas o técnico Alejandro Sabella precisa usar os jogos teoricamente mais fáceis na fase de grupos para ajeitar a inexperiente defesa. Lionel Messi, agora capitão da seleção e mais experiente, é a grande esperança – e conta com companheiros de reconhecida técnica.

A convocação final dos 23 jogadores, anunciada na segunda-feira (03/06) por Sabella, não causou tanta discussão na imprensa quanto a pré-lista, que não teve a presença de Carlos Tévez. Os três últimos cortados foram o meia José Sosa, reserva no Atlético de Madrid, o zagueiro Nicolás Otamendi, do Atlético Mineiro, e o meia do Newell's Old Boys Éver Banega.

O corte de Banega foi o único que causou alguma surpresa. O jogador havia trocado o Valencia, da Espanha, pelo futebol argentino justamente para adquirir mais prática de jogo, mas com um desempenho bastante irregular, Sabella preferiu levar os menos calejados Ricardo Álvarez e Augusto Fernández , por exemplo.

Aliás inexperiência é a principal característica dessa equipe argentina, principalmente no setor defensivo. Apenas os goleiros Mariano Andújar e Sergio Romero, além do veterano zagueiro Martín Demichelis já estiveram em um Mundial. Todos os outros defensores farão, no Brasil, sua estreia em Copa.

Craque mais experiente

Já do meio para frente, a seleção argentina têm uma das melhores composições entre todas as equipes desta Copa. Javier Mascherano e Fernando Gago são bons volantes, de marcação forte e que podem gerar o suporte necessário para que os jogadores mais ofensivos criem.

O maestro da equipe é Ángel Di María. A temporada do meio-campista com o Real Madrid foi excelente, chegando inclusive a roubar a cena mesmo na presença dos astros Cristiano Ronaldo e Gareth Bale. Fisicamente, Di María está no topo de sua condição, fato demonstrado no pique de 70 metros no segundo tempo da prorrogação da final da Liga dos Campeões, no lance que originou o gol da virada merengue. Não seria ousado afirmar que, no atual momento da temporada, Di María está melhor que Messi.

Dos últimos treinadores argentinos, Alejandro Sabella é o menos badalado, mas provavelmente o que melhor posicionou Messi na seleçãoFoto: picture-alliance/dpa

A separação de responsabilidades fará bem a Messi. O craque do Barcelona sabe que, para entrar no hall dos imortais, precisa levantar a taça do mundo. Depois de uma temporada não tão brilhante como as de costume, "La Pulga" declarou que chega ao Mundial do Brasil com mais experiência e mais confiante do que nas edições anteriores. Depois de duas Copas, Messi é o capitão da equipe, apesar dos 26 anos de idade.

E desta vez Messi terá ao seu lado companheiros que estão em boa fase. Além de Di Mária, Sergio Agüero fez bela temporada, principalmente na primeira metade, com o Manchester City, e o centroavante Gonzálo Higuaín, agora no Napoli, demonstrou que não precisa dos passes de galácticos para continuar marcando os seus gols.

A Argentina é uma das poucas seleções que atua no clássico 4-3-3. No gol está Sergio Romero. A linha dos quatro defensores tem na lateral direita Pablo Zabaleta e na esquerda, Marcos Rojo, além da dupla central formada por Federico Fernández e José Basanta. No meio-campo Mascherano, Gago e Di María mantêm o equilíbrio para deixar Lionel Messi e Sergio Agüero municiar Higuaín no comendo de ataque.

Di María (de frente) fez uma temporada espetacular pelo Real Madrid e chega maduro para a CopaFoto: Getty Images

A força dessa seleção é a movimentação e a troca de posições entre Messi, Agüero e Di María. Todos os três já atuaram tanto caindo pelas duas pontas como armando jogadas pela área central do campo. E caso o técnico Sabella queria deixar o ataque mais maleável ainda, ele tem a ótima opção de colocar Ezequiel Lavezzi no lugar de Higuaín.

Outra opção, principalmente quando optar por preencher melhor o meio-campo, é tirar ou Agüero ou Higuaín e colocar um terceiro volante no meio (Enzo Pérez ou Lucas Biglia), liberar um pouco mais Fernando Gago e criar um 4-4-2 (4-2-2-2) bem compacto e posicionado para rápidos contra-ataques.

Grupo tranquilo e sonho das semifinais

Muito também pelo fato de ser vizinha do Brasil e conhecer os contratempos que possam vir a aparecer durante o Mundial, a Argentina é uma das principais favoritas ao título. Com Irã, Nigéria e a estreante Bósnia, a seleção argentina não deve encontrar dificuldades para ser a primeira colocada do Grupo F. E nas oitavas de final, o adversário mais provável é a Suíça.

"Não posso prometer conquistar a Copa, mas prometo dar o meu máximo para trazê-la. Pensamos terminar entre os quatro primeiros. Se chegarmos a esta fase, vamos querer mais", disse Sabella.

Se Argentina e Brasil confirmarem o favoritismo em seus grupos e se classificarem em primeiro lugar, ambos podem se enfrentar apenas em uma suposta final. Mas as primeiras etapas para os "hermanos" são a Bósnia, em 15 de junho no Maracanã; Irã, em 21 de junho no Minerão; e Nigéria, em Porto Alegre em 25 de junho.

Messi e Maradona. Com El Pibe em campo, a Argentina ganhou a última Copa em 1986. La Pulga quer quebrar o tabu.Foto: AP

Os 23 convocados:

Goleiros:

Mariano Andújar (Catania/ITA)
Agustín Orion (Boca Juniors)
Sergio Romero (Monaco/FRA)

Defensores:

José Basanta (Monterrey/MEX)
Hugo Campagnaro (Internazionale/ITA)
Martín Demichelis (Manchester City/ING)
Federico Fernández (Napoli/ITA)
Ezequiel Garay (Benfica/POR)
Marcos Rojo (Sporting/POR)
Pablo Zabaleta (Manchester City/ING)

Meio-campistas:

Fernando Gago (Boca Juniors)
Javier Macherano (Barcelona/ESP)
Angel Di María (Real Madrid/ESP)
Lucas Biglia (Lazio/ITA)
Maximiliano Rodríguez (Newell's Old Boys)
Augusto Fernández (Celta de Vigo/ESP)
Enzo Pérez (Benfica/POR)
Ricardo Álvarez (Internazionale/ITA)

Atacantes:

Sergio Agüero (Manchester City/ING)
Gonzalo Higuaín (Napoli/ITA)
Ezequiel Lavezzi (Paris Saint-Germain/FRA)
Lionel Messi (Barcelona/ESP)
Rodrigo Palacio (Internazionale/ITA)

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