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Argentina bate Holanda nos pênaltis e enfrenta Alemanha na final

Philip Verminnen10 de julho de 2014

Depois de um 0 a 0 caracterizado pela forte marcação e poucas chances de gol, Romero defende duas cobranças e põe argentinos na decisão. Partida no Maracanã reedita final da Copa de 1990.

Fußball WM 2014 Halbfinale Niederlande Argentinien
Foto: Reuters

Em jogo fraco, com poucas chances de gol, Holanda e Argentina precisaram ir à disputa por pênaltis nesta quarta-feira (09/07), em São Paulo, para definir o adversário da Alemanha na grande final da Copa do Mundo de 2014.

Depois de não balançarem as redes em 120 minutos de partida, o goleiro argentino Sergio Romero defendeu as cobranças de Ron Vlaar e Wesley Sneijder, e a Albiceleste venceu por 4 a 2.

Argentina e Alemanha fazem agora a reedição da final da Copa de 1990, justamente a última vez que os alemães levantaram a taça e a última vez que os argentinos estiveram na final.

O jogo

A Holanda começou a partida com a surpresa da volta de Nigel De Jong entre os titulares. O volante havia sofrido uma lesão muscular durante a partida contra o México pelas oitavas de final, e a própria comissão técnica da seleção holandesa chegou a confirmar que o jogador estava fora do torneio. Mas a "recuperação milagrosa" foi providencial. De Jong anulou Lionel Messi no primeiro tempo. O volante, que ficou conhecido pela voadora em Xabi Alonso na final de 2010, acompanhou o craque argentino em todos os cantos do gramado.

Se Messi não teve folga, o mesmo se repetiu com Arjen Robben. O principal jogador desta campanha holandesa tocou insignificantes seis vezes na bola no primeiro tempo e não ganhou uma disputa de bola sequer. Os dois astros eram bem marcados, e a ausência deles no jogo reflete bem um primeiro tempo sem grandes chances de gol.

Na partida prevaleceu a marcação. Lionel Messi sempre teve mais de uma "sombra" em campoFoto: Reuters

Apenas em bolas paradas, as duas seleções deram um pouco de trabalho aos goleiros. Aos 14 minutos, Messi cobrou falta, com força e no canto de Cillessen, que defendeu com segurança. Aos 23, Lavezzi cobrou escanteio, e o zagueiro Garay se jogou na bola, mas a cabeçada saiu pela linha de fundo. A melhor chance holandesa veio de um escanteio de Sneijder. O goleiro argentino tirou de soco, e a bola sobrou para o próprio Sneijder, que emendou para boa defesa de Romero.

A partida foi muito estudada, e nenhuma das duas seleções se expôs. A Argentina levou leve vantagem na posse de bola (53%) e conseguiu incomodar mais a defesa adversária no primeiro tempo. E a situação não mudou muito nos segundos 45 minutos. Aos 12, Lavezzi cruzou na pequena área para Higuaín, mas Janmaat se antecipou e fez o corte providencial. Provavelmente a melhor chance de gol do jogo inteiro.

O equilíbrio entre as duas equipes deixava a partida ruim tecnicamente e dura de assistir. Enquanto a Holanda tentava usar Robben e sua velocidade, a Argentina se limitou a tentar colocar a bola para Higuaín finalizar. Aos 29, parte da torcida chegou a gritar gol. Enzo Pérez cruzou e o centroavante do Napoli mandou para a rede, mas pelo lado de fora. Higuaín, porém, estava impedido.

Gonzalo Higuaín finalizou essa para fora. Sorte do atacante que a arbitragem marcou impedimentoFoto: Reuters

A Holanda esperou a partida inteira por uma única chance, para dar a espetada mortal. E ela veio nos acréscimos do segundo tempo. Robben tabelou com Sneijder e invadiu a área, mas na hora do chute ele adiantou a bola demais e Mascherano, com o bico da chuteira, conseguiu colocar para escanteio. Este foi o primeiro toque holandês na bola dentro da área argentina na partida inteira. E o jogo que não mereceu gols brindou a torcida presente na Arena São Paulo com mais 30 minutos de bola rolando.

Na prorrogação, a Holanda mostrou o seu melhor preparo físico e procurou definir o confronto antes das cobranças por pênaltis. Aos seis, Robben chegou a fazer fila, com direito a caneta em Demichelis, dentro da grande área, mas tentou o cruzamento ao invés do chute. O atacante do Bayern de Munique arriscou de fora da área aos oito minutos, e Romero defendeu com segurança.

Já no segundo tempo da prorrogação, a partida voltou ao equilíbrio monótono e extremamente cuidadoso dos 90 minutos regulamentares. A grande chance acabou na cabeça de Rodrigo Palacio. Aos dez minutos, ele recebeu a bola livre na grande área e tentou encobrir de cabeça o goleiro holandês. Mas Cillessen fez fácil defesa.

Javier Mascherano trava Arjen Robben na bola do jogo, nos acréscimos do segundo tempoFoto: Reuters

Na sequência, foi a vez de Maxi Rodríguez ter a chance de garantir a classificação, mas o meia pegou mal na bola e recuou para Cillessen. O gol não queria sair em São Paulo, e o segundo finalista foi decidido da marca da cal.

Nas cobranças, o goleiro argentino Sergio Romero defendeu os chutes de Ron Vlaar e Wesley Sneijder e garantiu a Argentina na final da Copa do Mundo. A decisão, que será realizada no próximo domingo (13/07), no Maracanã, é a reedição justamente do último título mundial da Alemanha, conquistado em 1990. Depois de 24 anos, Alemanha e Argentina se reencontram na final da Copa do Mundo.

Ficha técnica

Holanda 0 (2) x 0 (4) Argentina

Local: Arena São Paulo, São Paulo

Arbitragem: Cuneyt Cakir (Turquia) auxiliado por seus compatriotas Bahattin Duran e Tarik Ongun.

Pênaltis:
Holanda: Ron Vlaar (x), Arjen Robben (√), Wesley Sneijder (x), Dirk Kuyt (√)
Argentina: Lionel Messi (√), Ezequiel Garay (√), Sergio Agüero (√), Maxi Rodríguez (√)

Cartões amarelos: Bruno Martins Indi (43'/1T), Martín Demischelis (3'/2T), Klaas-Jan Huntelaar (14'/1P)

Holanda: Jasper Cillessen; Dirk Kuyt, Ron Vlaar, Stefan De Vrij, Bruno Martins Indi (Daryl Janmaat 1'/2T), Daley Blind; Nigel De Jong (Jordy Clasie 16'/2T), Georginio Wijnaldumg, Wesley Sneijder; Arjen Robben e Robin van Persie (Klass-Jan Huntelaar 5'/1P). Técnico: Louis van Gaal.

Argentina: Sergio Romero; Pablo Zabaleta, Martín Demichelis, Ezequiel Garay, Marcos Rojo; Javier Mascherano, Lucas Biglia, Enzo Pérez (Rodrigo Palacio 35'/2T); Lionel Messi, Ezequiel Lavezzi (Maximiliano Rodríguez 10'/1P) e Gonzalo Higuaín (Sergio Agüero 36'/2T). Técnico: Alejandro Sabella.

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