Armin Laschet é candidato de CDU e CSU para suceder Merkel
20 de abril de 2021
Após semanas de debate, Markus Söder, presidente da CSU e principal concorrente de Laschet à indicação, acata preferência do partido da atual chanceler federal pelo governador da Renânia do Norte-Vestfália.
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Armin Laschet, governador do estado da Renânia do Norte-Vestfália, será o candidato a chanceler federal da Alemanha pelos partidos conservadores CDU e CSU na eleição de 26 de setembro.
A direção da CDU reafirmou na noite desta segunda-feira (19/04) que apoia Laschet, que é o presidente do partido, como candidato dos conservadores. Ele obteve 77,5% dos votos da direção, contra 22,5% para Markus Söder, presidente da CSU e governador da Baviera.
Söder havia dito nesta segunda-feira que caberia à CDU, como maior dos dois partidos conservadores, decidir quem seria o candidato de ambos à chancelaria e que acataria a decisão tomada, qualquer que fosse.
Ele reiterou essa posição nesta terça-feira, depois da reafirmação do apoio da CDU a Laschet, na prática deixando o campo livre para que o governador renano seja o candidato da união CDU-CSU à sucessão da chanceler federal Angela Merkel.
"Armin Laschet será o candidato a chanceler federal da CDU-CSU", declarou Söder em Munique, afirmando que o importante agora é a unidade dos dois partidos.
A opção por Laschet encerra semanas de um debate que dividiu os conservadores alemães sobre qual dos dois seria o melhor candidato para a eleição de 26 de setembro.
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Aliado de Merkel
Laschet, um aliado de Merkel, seria o candidato natural por ser o presidente do maior dos dois partidos, mas Söder aparece bem na frente dele em pesquisas de intenção de voto. Um levantamento recente mostrou que 44% dos alemães consideram Söder o candidato mais adequado, enquanto 15% optam por Laschet.
O debate, em grande parte público, sobre o candidato à chancelaria evidenciou a profunda divisão nas fileiras conservadoras, o que analistas avaliam como um mau sinal para os eleitores.
Em contraste, o Partido Verde tomou sua decisão sem ruídos e anunciou nesta segunda-feira que sua copresidente Annalena Baerbock será a sua candidata à chancelaria federal. A questão foi decidida internamente entre ela e o outro copresidente, Robert Habeck, sem debate públicos, justamente para enviar um sinal de unidade aos eleitores.
Tradicionalmente, apenas partidos com reais chances de elegerem o chanceler federal indicam de antemão seu candidato para o cargo. A eleição do chanceler federal alemão é indireta e realizada pelo Bundestag (Parlamento). Com a indicação de um nome antes do início da campanha, os partidos deixam claro para os eleitores quem eles indicarão para a eleição indireta no Bundestag caso venham a liderar uma coalizão de governo.
A CDU lidera as pesquisas eleitorais para a eleição do próximo Bundestag (Parlamento), com pouco menos de 30%, seguida pelo Partido Verde, que alcança cerca de 20%.
as/cn (ots)
Os principais partidos alemães
São eles: Partido Social-Democrata (SPD), União Democrata Cristã (CDU), União Social Cristã (CSU), Partido Liberal Democrático (FDP), Alternativa para a Alemanha (AfD), Verdes, Esquerda e Aliança Sahra Wagenknecht (BSW)
Foto: picture-alliance/dpa
União Democrata Cristã (CDU)
Fundada em 1945, a CDU se considera "popular de centro". Seus governos predominaram na política alemã do pós-guerra. O partido soma em sua história cinco chanceleres federais, entre eles Helmut Kohl, que governou por 16 anos e conduziu o país à reunificação em 1990, e Angela Merkel, a primeira mulher a assumir o cargo, em 2005.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Dedert
Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD)
Integrante da Internacional Socialista, o SPD é uma reconstituição da legenda homônima fundada em 1869 e identificada com as classes trabalhadoras. Na Primeira Guerra, ele se dividiu em dois partidos, ambos proibidos em 1933 pelo regime nazista. Recriado após a Segunda Guerra, o SPD já elegeu quatro chanceleres federais: Willy Brandt, Helmut Schmidt, Gerhard Schröder e Olaf Scholz.
Foto: Thomas Banneyer/dpa/picture alliance
União Social Cristã (CSU)
Igualmente fundada em 1945, a CSU só existe na Baviera, onde a CDU não conta com diretório local. Os dois partidos são considerados irmãos. A CSU tem como objetivo um Estado democrático e com responsabilidade social, fundamentado na visão cristã do mundo e da humanidade. Desde 1949, forma no Bundestag uma bancada única com a CDU.
Foto: Peter Kneffel/dpa/picture alliance
Aliança 90 / Os Verdes (Partido Verde)
O partido Os Verdes surgiu em 1980, após três anos participando de eleições como chapa avulsa, defendendo questões ambientais e a paz. Em 1983, conseguiu formar uma bancada no Bundestag. Oito anos depois, o movimento Aliança 90 se fundiu com ele. Em 1998 participou com o SPD pela primeira vez do governo federal.
Foto: Christophe Gateau/dpa/picture alliance
Partido Liberal Democrático (FDP)
O Partido Liberal Democrático (FDP, na sigla em alemão) foi criado em 1948, inspirado na tradição do liberalismo e valorizando a "filosofia da liberdade e o movimento pelos direitos individuais". O partido é tradicionalmente um membro minoritário de coalizões de governo federais
Foto: Hannes P Albert/dpa/picture alliance
A Esquerda (Die Linke)
Die Linke (A Esquerda, em alemão) surgiu da fusão, em 2007, de duas agremiações esquerdistas: o Partido do Socialismo Democrático (PDS), sucessor do Partido Socialista Unitário (SED) da extinta Alemanha Oriental, e o Alternativa Eleitoral por Trabalho e Justiça Social (WASG, criado em 2005, aglutinando dissidentes do SPD e sindicalistas).
Foto: DW/I. Sheiko
Alternativa para a Alemanha (AfD)
Fundada em 2013, inicialmente como uma sigla eurocética de tendência liberal, a AfD rapidamente passou a pender para a ultradireita, especialmente após a crise dos refugiados de 2015-2016. Com posições radicalmente anti-imigração, membros que se destacam por falas incendiárias, a legenda tem vários diretórios classificados oficialmente como "extremistas" pelas autoridades
Foto: Martin Schutt/dpa/picture alliance
Aliança Sahra Wagenknecht (BSW)
A Aliança Sahra Wagenknecht (BSW) é um partido fundado em janeiro de 2024 pela mulher que lhe dá o nome, uma ex-parlamentar do partido Die Linke (A Esquerda) que defende uma mistura de política econômica de esquerda e retórica social de direita. Nas suas primeiras eleições, o partido tomou boa parte do espaço que era ocupada pela Esquerda.
Foto: Anja Koch/DW
Os pequenos
Há numerosos partidos menores na Alemanha, como Os Republicanos (REP) e o Heimat (Pátria), ambos de extrema direita, ou o Partido Marxista-Leninista (MLPD), de extrema esquerda. Outros defendem causas específicas, como o Partido dos Aposentados, o das mulheres, dos não eleitores, ou de proteção dos animais. E mesmo o Violetas, que reivindica uma política espiritualista.